30 de dezembro de 2007

Termine o ano com o pé direito...

... e, depois, o esquerdo e, então, o direito e assim por diante... Em outras palavras: termine o ano caminhando bastante!

_____Pelo visto, esse é o desejo dos organizadores do “Réveillon na Paulista”.

_____Eu estava passando hoje à tarde em frente da estação Trianon-Masp do metrô, quando vi a seguinte faixa:

Faixa de fim de ano

_____Nada contra, para fazerem uma festa popular, fecharem a Paulista, um lugar que, teoricamente, toda a cidade tem um acesso mais fácil. Nada contra, também, fecharem a estação Trianon-Masp para evitar a bagunça perto das escadarias do metrô. Porém, se você vai dizer para alguém descer em outra estação que não a Trianon-Masp para ir à festa, indique a Brigadeiro ou a Consolação, mandar alguém para as Clínicas ou para o Paraíso é querer que o infeliz caminhe bem mais por motivo algum. Podem conferir:

Mapa dos metrôs

P.S.: Fica como extra o belo céu de Sampa ao fundo na hora em que eu tirei a foto.

28 de dezembro de 2007

Política, assassinato e poesia

_____Resolvi escrever esta postagem para falar de uma família de ricos proprietários de terra, com forte influência política no país e diversas acusações de corrupção ligadas a eles. Não, não estou falando de alguma “importante” família de coronéis do nordeste brasileiro, mas, sim, da família Bhutto, do Paquistão. Benazir Bhutto, ex-premiê do Paquistão, foi assassinada na última quinta-feira e creio que o fato não merece passar em branco.

_____Como não sou um grande fã de Benazir mesmo entendendo sua importância para o Paquistão, escolho, para evitar que nada se fale, disponibilizar um poema de sua sobrinha (e adversária ideológica) Fatima Bhutto. Atualmente, simpatizo bastante com Fatima, pois, além de escrever melhor que um proeminente coronel ligado à política brasileira, até agora ela não é muito ligada a desmandos políticos.

_____Como não encontrei nenhum poema de Fatima Bhutto traduzido, vou disponibilizar o poema “Hear me” no original e, em seguida, minha tradução dele para o português.

Hear me

Hear me. Hear me

whisper to the sky.

I never got to say

Goodbye.


I call so

Loudly. Hear me.

Beyond the rain, the clouds.


I need to tell you

I miss you. I cannot bear

To call like this

Without reply.


Answer me by just

Saying goodbye.

*****
Ouça-me
Ouça-me. Ouça-me
para o céu sussurrar.
Eu nunca comecei a falar
Adeus.

Eu apelo assim
Ruidosamente. Ouça-me.
Para além da chuva, das nuvens.

Eu preciso dizer a você
que eu perdi você. Não posso suportar
Chamar assim
Sem resposta.

Responda-me apenas para
Dizer adeus.

P.S.: Provavelmente existem opções melhores para traduzir alguns dos versos do poema; qualquer sugestão é muito bem vinda.

26 de dezembro de 2007

Sem talento para Papai Noel

John Lennon e Forrest Gump
_____Lembram da cartinha de natal que eu peguei nos correios para enviar para uma criança, como se eu fosse o Papai Noel?

_____Pois bem, meu plano inicial era deixá-la em uma agência dos correios na sexta-feira, dia 21. Comprei o presente, embrulhei, escrevi uma carta de resposta assinando Papai Noel e, então, fui procurar o endereço do garoto para colocar no envelope. Descobri que, como eu havia pegado a carta em um correio próximo à minha casa, o garoto também morava perto, bem perto. Resultado: resolvi entregar, eu mesmo, o presente. Quanta falta de noção...

_____Na manhã do dia 25, pego o presente e vou para a casa do garoto. Apesar de ser em uma rua próxima, eu nunca havia lá. Ao chegar à rua, procuro o número e encontro uma casa de portão baixo com a janela aberta. Achando que eu era um cara muito esperto e provando não ter nenhum bom senso, resolvi pular o portão e colocar o presente dentro da janela.

_____Pulei o portão e comecei a caminhar em direção a janela em uma pose digna da Pantera Cor-de-rosa tentando se esconder. Quando chego perto da janela, ouço uma voz de criança me perguntando o que eu estou fazendo. Olho para trás e vejo, na porta, um garoto com cara de choro.

_____Fiquei com uma cara de idiota digna de dar inveja no Forrest Gump e, com um sorriso amarelo, entreguei o presente para o garoto dizendo meio sem jeito: “É... bem... umcaradevermelhomemandouentregaristoaqui.”.

_____Com a boca aberta, o garoto segurou o pacote, entrou e fechou a porta.

_____Saí de lá com a certeza de que estraguei algumas ilusões natalinas... Ano que vem eu deixo o carteiro entregar.


P.S.: Aproveito para deixar meus agradecimentos aos atenciosos leitores Cíntia e Enio - as sugestões de vocês ajudaram bastante.

24 de dezembro de 2007

Sabedoria natalina

_____Acho as festas de fim de ano muito gostosas. Elas sempre são uma desculpa para que minha família nuclear se reúna e, tanto no natal quanto na virada de ano, a reunião começa por volta das 22h da véspera até que todos resolvem dormir e continua por volta das 11h até quase às 18h do dia de festa. Nesse meio tempo, uns saem com os namorados, outros vão encontrar algum parente ou amigo, mas sempre voltam. No fim das contas essas festas são marcadas por diversos momentos em que todos ficam em volta da mesa conversando em uma imensa bagunça. Gosto de ver sempre o início dos encontros e a virada à meia-noite.

_____Meu namoro começou em outubro de 2005 e, dois meses depois, começamos a conversar se passaríamos ou não as festas de fim de ano juntos. Minha sogra, tendo ouvido nós dois conversarmos sobre isso disse que deveríamos ficar com a minha família, que ela não ligava para essas coisas, que preferia dormir cedo e assim por diante. Sem nenhuma dificuldade, então, a decisão foi tomada.

_____Na véspera do natal daquele ano, entretanto, quando passei na casa da minha namorada para buscá-la, minha sogra falou para ficarmos um pouco com ela para conversar, comer... Fiquei para, pouco tempo depois, perceber que havia caído em uma armadilha. Ela arrumou todas as desculpas possíveis para que não saíssemos de lá antes da meia-noite. “Fiquem só até escurecer de verdade.”; “Nossa, tá claro ainda. A lua aparece mesmo cedo.”; “Esperem que eu coloquei um bolo no forno e ele logo ficará pronto.”; “O bolo fica mais gostoso quando frio. Daqui um minutinho vocês comem.”; “Vamos fazer um partidinha de baralho.”; “Você ganhou por sorte, exijo revanche!”. E assim por toda a noite.

_____Em dezembro de 2006, ela disse que deveríamos ficar com a minha família, pois ela pretendia viajar na véspera e passar o natal no interior com umas amigas. Combinamos de ficar com ela até a hora em que ela fosse viajar. Bonzinho que sou, até levei a bagagem dela para o carro no dia 24. E alguém acha que isso adiantou a viagem dela? Que nada! Já que combinamos que ficaríamos até a hora dela ir embora, ela só arredou pé de São Paulo quase as duas da manhã.

_____No almoço de hoje, véspera de natal, ela perguntou se eu e minha namorada não iríamos para minha casa passar a virada com a minha família. Respondi que não, que o nosso plano é ficar com ela até a hora de dormir.

_____– Nem serei companhia para vocês. Vou dormir cedo hoje. – respondeu ela com certo desdém.

_____Prontamente respondi que não havia problema, que eu estou mesmo cansado e que eu e minha namorada vamos dormir aqui mesmo na casa dela. Não sei se o resultado será o esperado, mas são 20h e ela já está de pijama. Esperem só ela dormir...

*****

_____Crônicas à parte, fica registrado o meu desejo de feliz natal para todos os leitores.

23 de dezembro de 2007

Quando o diretor estraga o próprio filme

_____Qualquer um sabe que os filmes de ficção, normalmente, não retratam a realidade. Porém, uma das melhores coisas que ocorre quando se assiste a um filme é ter a ilusão de que aquilo está acontecendo, é esquecer por duas horas que existe qualquer coisa no mundo além daquela história que está sendo contada. Esse é exatamente o motivo para o cinema ser tão especial: as cadeiras são confortáveis e só apontam para a tela, o som é alto, a tela enorme, as luzes apagadas e muitos outros elementos que fazem de tudo para que a experiência de assistir àquela história seja ótima, para que você viaje com o filme.

_____O problema é que quebrar o encanto do filme não é tão difícil assim. Por exemplo, algum imbecil pode deixar o celular ligado no meio da sessão e o aparelho tocar bem no meio daquela cena tensa em que não havia trilha sonora, nem mesmo fala das personagens. Pronto, aquele barulho fez com que você se desconcentrasse do filme e você não pode experimentar a gostosa sensação de tomar um susto por causa do assassino que apareceu ou suspirar pelo sorriso lindo que a amada do herói deu a ele.

_____Só que imbecis que deixam o celular ligado e coisas do tipo sempre aparecem. Existem tantos idiotas no mundo que, se eles voassem, o céu viveria nublado. O cinema e o filme pouco podem fazer para impedir que essa gente mal educada venha a estragar a viajem alheia. No entanto, os filmes têm a obrigação de não estragarem eles próprios a ilusão de quem está assistindo.

_____Imagine você, feliz e contente, assistindo no cinema o filme O Gladiador, de Ridley Scott. Após algum tempo, você já se identificou com algumas personagens, já entorta a cara para o imperador Commodus (o vilão do filme), já torce entusiasmado com as batalhas, já acha perfeitamente normal todas aquelas imagens sobre o Império Romano.

_____Então, começa uma batalha no Coliseu. Alguns gladiadores, a pé, enfrentam outros lutadores que estão dentro de bigas. A cena é emocionante, você se empolga. De repente, você arregala bem os olhos para ver uma mulher ser cortada em duas e fica com a estranha sensação de que viu algo estranho. Dentro da biga, além do lutador com uma armadura da Antigüidade, você acha que viu um cara de preto, usando uma bota com solado de borracha.

Técnico na biga

Olhe para a esquerda com atenção.

_____Achando que foi apenas uma ilusão de ótica, você continua assistindo ao filme. Uma biga, então, tomba e, claramente, você percebe um cilindro de gás. Logo vem à sua cabeça que não são os pares de cavalos que puxavam as bigas do filme, se aquele cara de preto que você viu dirige a biga, se tem um cara daquele em cada biga, como devem ser interessantes os mecanismos daquelas bigas (provavelmente movidas a gás), como será que elas funcionam?... Pronto. Acabou a ilusão. Você não está mais completamente entretido com o filme. Você deixou de pensar só nas personagens, na estória e a mágica foi quebrada. E culpa é de quem? Do diretor.

Biga movida à gás

O tanque de gás tem uma tonalidade azulada. É mais fácil de ver do que o erro anterior.

_____Ao produzir um filme de ficção, o diretor tem de fazer de tudo para que o filme fique redondinho. Para que o público se empolgue e não pense em outra coisa que não a história daquelas personagens. Se erros como esses acontecem e o público se desconcentra, a magia acaba.

*****

_____Semana passada fui ao cinema assistir a animação Bee Movie – A História de uma Abelha, de Steve Hickner e Simon J. Smith. Meu objetivo principal era rever Jerry Seinfeld, de quem sou fã desde que o conheci em seu seriado. Porém, nem a voz esganiçada de Seinfeld desesperado e sua falta de talento para interpretar algo que não seja ele mesmo foram capazes de fazer alguma magia existir com aquele filme.

_____As imagens são legais, a trilha sonora gostosinha e as piadas divertidas. Só que, assim como é bem difícil você entrar em um filme sobre a Roma Antiga ao ver uma biga com um tanque de gás para se mover, dificulta bastante aproveitar uma história sobre abelhas que comete as maiores barbaridades ao falar sobre polinização. E eu não estou sendo chato e citando pequenos errinhos, que passam bem rapidamente pela tela, como fiz ao usar O Gladiador como exemplo introdutório. A polinização das plantas é um dos temas principais do filme e bobagens como “sem abelhas não existe polinização nenhuma” são repetidas durante mais da metade do filme, o que incomoda e desconcentra qualquer platéia que já passou pelas aulas de ciências da terceira série.

_____Sinceramente, eu acho que eu iria me divertir bem mais se eu tivesse ficado só com os trailers do filme:



P.S.: Procurando sobre erros em filmes, conheci o site Falha Nossa.com que reúne um monte de momentos em que algo sai imperfeito durante as filmagens. Apesar do site não ser tão criterioso assim, é bem interessante para quem gosta do tema.

P.P.S.: Para quem acha que as fotos que eu coloquei com os erros dO Gladiador são forjadas, pode assistir o trecho do filme com calma neste vídeo do You Tube. Os erros aparecem aos 2’38” (para o técnico de preto com calçado contemporâneo) e aos 2’50” (para o cilindro de gás na biga caída).


21 de dezembro de 2007

A burocracia também polui e aumenta o trânsito?

_____Estou ansioso a esperar minha diretora terminar as atas da reunião de final de ano de um dos colégios em que trabalho. Após ficar grande parte da tarde “discutindo” com os outros professores se tal aluno deve ou não passar com o “auxílio” do conselho de classe, agora tenho de aturar a onipresente burocracia pedagógica para assinar as atas do que foi decidido na reunião.

_____Que eu não sou muito ligado à burocracia não é nenhuma novidade. Porém, hoje estou ansioso para sair, pois pretendo participar da minha primeira bicicletada. A bicicletada, para quem não conhece, é uma reunião de ciclistas e afins com o objetivo de “divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano.”. Mais informações podem ser encontradas no próprio site do movimento.

_____Já demonstrei aqui que eu acredito piamente que certas ações, como escrever, por exemplo, podem fazer grande diferença para resolver problemas que existem no mundo. Outra ação que pode valer muito à pena para resolver os problemas absurdos que assolam São Paulo, a cidade em que vivo, e o resto do mundo é andar de bicicleta. Diminuir a poluição, o trânsito, aumentar o contato entre as pessoas e, portanto, tornar a cidade mais humana são apenas algumas das vantagens que se pode conseguir quando se anda de bicicleta.

_____São 18h50min. Se eu for liberado até as 19 horas, sei que consigo chegar a tempo à Praça do Ciclista (fim da Av. Paulista) para participar da bicicletada às 19h30min – quando começa o passeio (bicicleta não fica parada no trânsito). A burocracia normal costuma prejudicar bastante a natureza. Só espero eu que a burocracia pedagógica não seja um entrave tão grande que acabe me impedindo de, hoje, ajudar um pouco.


18 de dezembro de 2007

Cartinha de natal

_____Como eu já havia anunciado, resolvi participar da campanha dos correios e “adotar” uma cartinha enviada para o Papai Noel. Eu só não imaginava que iria me divertir tanto com isso.

_____Hoje fui buscar uma carta. O autor é um menino engraçadíssimo e achei que valia a pena compartilhar a carta com vocês. Vou reproduzi-la:

Papai Noel este ano fui obediente e passei de ano e também tirei boas notas.

Papai Noel já faz 3 anos que eu mando carta, mas o senhor nunca me deu presente. Por quê?

Eu tenho oito anos e o meu pedido de natal é um mini game do Homem-Aranha que vem com radinho, mas se não tiver o que vem com radinho trás o que tem relógio. Só que na minha casa não tem chaminé, mas tem área aberta, então você entra por ela e deixa o meu presente. Um beijo e feliz natal e boas festas.

_____Fiz algumas pequenas correções na carta para facilitar a leitura, mas, se alguém quiser lê-la no original, divirta-se com a foto abaixo.

Cartinha de natal

*****

_____Sexta-feira eu vou colocar o presente do garoto no correio, junto com uma carta do “Papai Noel”. Meu único problema é que estou acostumado a escrever textos, como meus leitores bem devem saber, sérios, agressivos ou que tentam ser engraçados. Ainda não sei como responder sem uma piada o motivo para o Papai Noel não ter respondido as cartas anteriores do menino. Aceito sugestões.

P.S.: Se alguém ficou curioso sobre o presente, é só clicar aqui para conhecê-lo.

P.P.S.: Não estou brincando, não. Quero sugestões de como responder a cartinha. Caso contrário eu vou dizer que em um dos anos eu não pude entregar o presente dele porque o carteiro morreu congelado lá no Pólo Norte e eu só descobri o corpo na páscoa. Aí, como já era tarde e os coelhinhos não gostam de concorrência...

16 de dezembro de 2007

Petit gâteau fast food

Petit gâteau
- Saia para caminhar pela Avenida Paulista com sua namorada e apenas dez reais no bolso;

- Entre em um McDonald’s para comprar uma guloseima qualquer antes de continuar o passeio;

- Espere sua namorada decidir qual doce do vastíssimo cardápio ela deseja degustar;

- Procure ignorar a cara de “anda logo” que a caixa faz para sua indecisa namorada;

- Compre uma simples casquinha de sorvete de creme;

- Depois de pegar a casquinha, descubra que uma das torrenciais chuvas de verão paulistanas começou a cair lá fora;

- Evite olhar para a porta para não ver o vendedor de guarda-chuvas fazer cara de “vou tomar dinheiro de mais um otário”;

- Desça até o McCafé à procura de um lugar para sentar;

- Aviste um pedaço de brownie na vitrina da bomboniere;

- Compre o brownie e peça para a atendente esquentá-lo no forninho do local;

- Ignore a cara de “por que esse doido está me pedindo isso?” da moça;

- Chegando à mesa, vire o sorvete de creme que sua namorada ficou segurando por cima do brownie.

_____Pronto. Você já pode se deliciar, tranqüilamente, com o seu petit gâteau à moda de Ronald McDonald – caso consiga ignorar a cara de “que meleca é essa?” das pessoas que passam por perto.

P.S.: Duvido que meu petit gâteau entre no roteiro gastronômico da Lucia Malla e também estou ciente que minha receita não é tão boa quanto a que o Gustavo Weber detalhou em uma postagem do Inagaki. Mas, caso alguém tenha vontade de conhecer mais sobre o assunto, eu sempre posso dar uma mãozinha.

P.P.S.: O título desta postagem foi escolhido como um pequeno presente ao grande Idelber.

14 de dezembro de 2007

Capitalismo sincero

_____Eu estava passando no mercado antes de ir para o trabalho e acabei vendo a seguinte propaganda nas caixas de sorvetes que estavam no congelador:

Kibon Karo

Kibon Karo

_____Sinceramente, eu nem sei o preço do produto, mas tenho que admitir que eu nunca pensei que o capitalismo algum dia chegaria a ser tão sincero assim (e, é claro, é uma delícia poder contar piadinhas bobas vez por outra).

P.S.: Apesar de todas as discussões que tem rolado entre os blogs, esta postagem, obviamente, NÃO é patrocinada.

12 de dezembro de 2007

Ato obsceno no banheiro

_____Tirei a foto abaixo hoje, antes de ir ao cinema do Shopping Frei Caneca.

O crime da obscenidade

_____Fizeram uma nova lei idiota obrigando os shoppings a colocarem placas em banheiros (tal qual a lei idiota sobre as placas nas portas dos elevadores) e eu não estou sabendo? Ou são os banheiros do Frei Caneca que andam tão interessantes assim?

10 de dezembro de 2007

Dançando e ajudando

_____Li outro dia uma postagem do Inagaki sobre uma campanha dos correios para presentear algumas crianças que mandam cartinhas para o Papai Noel. O objetivo da campanha é bem interessante (o texto do Ina, como sempre, também) e o resultado é que resolvi ser mais um a participar. Entretanto, esse não vai ser o meu único ato de caridade no fim deste ano.

_____As academias de dança de salão de São Paulo se reúnem todo ano em um evento chamado “Quem dança alimenta criança” e eu estarei trabalhando (leia: dançando) neste evento. A entrada para o baile (que se realizará na noite de hoje, a partir das 20h, no Salão Social do Clube Círculo Militar de São Paulo*) é de três quilos de alimentos não perecíveis que serão utilizados na montagem de cestas básicas e doadas a entidades filantrópicas.

_____Quem quiser participar não deve perder a chance. O primeiro motivo é mais do que óbvio: ajudar a evitar que algumas crianças passem fome. O segundo é porque o baile costuma ser divertido e o salão do Círculo Militar é ótimo para se dançar. O terceiro é assistir a ótimas apresentações de dança no meio do evento. Por último, se você é mulher, você deve aparecer para dançar, coisa que as mulheres normalmente adoram fazer. Se você é homem, outro bom motivo para aparecer é aproveitar para conhecer mulheres, pois, caso algum homem não saiba, eventos de dança de salão costumam ter mais mulheres por metro quadrado do que bar de lésbicas.


__________

* Rua Abílio Soares, 1.589, perto do Parque do Ibirapuera.

8 de dezembro de 2007

É proibido proibir (parte II)

_____Lembram da postagem que fiz antes de ontem, mostrando um botão do elevador do meu prédio com o aviso de “interditado” e dizendo que o aviso fazia com que eu ficasse com a maior vontade de apertar o botão? Lembram?

_____Pois bem, pelo visto, não fui só eu que fiquei com vontade. Creio que muita gente não só quis apertar o botão, como, também, matou a vontade. Devem ter apertado tanto o botão que tiveram que arrumar um modo de evitar isso. Comparem a foto da postagem anterior com a que eu tirei ontem e notem o detalhe da proteção no botão para impedir que algum engraçadinho matasse a vontade de apertar.

Interditado II

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Postagem feita em homenagem ao Enio que, com o seu comentário, fez com que eu risse da minha própria piada.

7 de dezembro de 2007

Respondendo aos meus leitores

_____Meu artigo do dia 26 de novembro (“Propagandas e mentiras”) causou algumas reações em meus leitores que, acredito, merecem respostas.

_____Uma amiga minha disse que eu era muito exagerado e peguei muito pesado ao atacar a propaganda do Ford EccoSport. Pearl, uma leitora muito querida deste blog, até brincou sobre o assunto nos comentários. Após falar um pouco sobre a Anne Frank, Pearl disse, jocosamente: “Quanto à publicidade, alguém acredita nela?”. Pois bem, minha resposta às duas mocinhas, é: não exagerei não, pois, por mais triste que pareça, muita gente acredita na publicidade sim.

_____Eu poderia falar agora sobre Paul Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, e a famosa frase atribuída a ele: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Entretanto, vou preferir citar um trecho de um maravilhoso artigo de Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa, publicado na revista Carta Capital, que já indiquei aqui em outra oportunidade:

Assim como os antigos sacrificavam colheitas, gado e até os filhos a ídolos e ícones aos quais seus sacerdotes atribuíam poderes imensos e uma profundidade insondável, a humanidade da era industrial sacrifica tempo, espaço, riquezas naturais e, às vezes, as próprias vidas a essas máquinas às quais os publicitários atribuem virtudes igualmente mágicas. Até as guerras empalidecem ante as estatísticas do trânsito, sem que isso inspire tanto horror quanto seria de esperar. Trata-se de sacrifícios humanos socialmente aceitos.

_____É uma pena, mas os problemas que os carros causam realmente se tornaram sacrifícios humanos socialmente aceitos. Ou, alguém acha que propagandas como estas (cliquem nos links), não levam alguns imbecis cabeças-ocas a atitudes como as do vídeo abaixo?

*****

_____O Chantinon, do blog Caos Urbanus, além de fazer alguns comentários interessantes, perguntou: “Já parou para pensar que até a Anne Frank pode ser um personagem criado?”. Achei que, também, valia uma resposta pública.

_____A pergunta se Anne Frank realmente existiu ou não já foi feita por diversos pesquisadores. O prefácio da minha edição da BestBolso deixa o assunto (e a solução) bem claros:

Quando morreu, em 1980, Otto Frank [, pai de Anne,] deixou os manuscritos da filha para o Instituto Estatal Holandês para Documentação de Guerra, em Amsterdã. Como se questionava a autenticidade da publicação, o Instituto para Documentação de Guerra mandou fazer uma profunda investigação. Assim que foi considerado autentico, sem qualquer sombra de dúvida, publicou-se o diário na íntegra, juntamente com os resultados de um estudo exaustivo. The critical edition contém (...) artigos sobre o passado da família Frank, as circunstâncias relativas à sua prisão e deportação e o exame da caligrafia de Anne, do documento e dos materiais usados. (p.8)

_____Quem se interessou e quiser conhecer mais sobre o assunto, é só procurar o livro The Diary of Anne Frank: The Critical Edition, de preferência, as edições posteriores a 2001.

_____E se alguém quiser conhecer uma pesquisa para ver como se faz para descobrir quem é o autor de um texto, a minha preferida é a do livro Cocanha: a História de um país imaginário, de Hilário Franco Jr.. É um estudo maravilhoso e deixa bem claro para o leitor como se faz uma pesquisa realmente séria.

6 de dezembro de 2007

É proibido proibir

Interditado
_____Podem falar o que quiserem, mas apertar o botão do elevador para o térreo tornou-se algo quase que irresistível...

4 de dezembro de 2007

Resultado

_____Anunciei que eu iria dançar no dia 1º de dezembro, mostrei parte do figurino de uma das coreografias, mas faltou mostrar uma dança de verdade... comigo. Alguém gravou uma das coreografias que dancei e achei que valia a pena mostrar. Aproveitem.

_____Para quem se interessou, o estilo de dança da coreografia é o lindy hop, uma das vertentes do swing, e a música é da banda Big Bad Voodoo Daddy.

P.S.: Obviamente, eu não vou contar quem sou no vídeo (tiro proveito da imagem pequena).

3 de dezembro de 2007

O autor é aquele ali

_____Em julho deste ano fui ao lançamento dos livros do Alex Castro e do Luiz Biajoni respectivamente o Liberal Libertário Libertino – Crônicas e o Virgínia Berlim (uma experiência). Quem comprasse os dois no dia, ganhava um pequeno desconto e os livros saiam por 45 reais. Saquei uma nota de cinqüenta e o vendedor me ofereceu como “troco” o livro Outros tiros – Contos e mentiras, de Matos Mangusto, que custava R$ 5,00 (li alguns trechos, depois, e odiei... acho que valia mais a pena oferecer o troco em balas). Olhei para o livro e respondi que preferia outro. Apontei, então, para Os melhores (e alguns dos piores) textos de Branco Leone, de Albano Martins Ribeiro.

_____Fazia tempo que eu queria comprar o livro do Branco Leone. Eu já havia lido trechos, visto diversas resenhas elogiosas, rido de monte com a propaganda. Só não havia comprado o livro porque sou completamente desorganizado com dinheiro. Não tenho talão de cheque, não sei minhas senhas para acessar minha conta pelo computador e odeio ir a bancos. Os poucos objetos que comprei virtualmente (todos foram livros), eu comprei com o cartão da minha mãe (peço o cartão emprestado, compro o que preciso e pago com dinheiro para ela na mesma hora). Aquela oportunidade, portanto, era ótima. Eu poderia comprar o livro sem nenhum entrave.

_____Apontei, como eu estava dizendo, para o livro do Branco e disse que preferia aquele como “troco”. Ele custava R$ 15,00 e, portanto, peguei mais uma nota de dez para pagar pelos três livros. Mesmo vendo que eu havia sacado mais dinheiro, o vendedor me olhou com uma cara de ódio que não entendi naquele momento. Peguei os livros e fui para uma mesa (o lançamento foi em um bar da Vila Madalena).

_____Feliz e contente fui pegando os autógrafos do Alex e do Bia e, no meio das conversas, descobri que o cara que estava na mesinha de venda de livros era o próprio Albano Martins (o Branco Leone). Foi aí que eu descobri o motivo para a cara de ódio do vendedor. Por mais que o Branco brincasse, na propaganda, que o livro era ótimo para ser rasgado, ele não ficava muito feliz que tratassem o livro dele como troco.

_____Morto de vergonha, fui até o Branco pedir desculpas por não tê-lo reconhecido. Disse que fazia tempo que eu queria comprar o livro dele, que eu lia freqüentemente o seu blog e se ele poderia autografar Os melhores (e alguns dos piores) para mim. Com a maior cara de descrente, o Sr. Albano pegou uma caneta e autografou (talvez um pouco no automático).

Autógrafo do Branco

_____Li a maioria dos contos do Branco com minha namorada e nos divertimos bastante (os textos são uma graça). Hoje à noite, portanto, ela, de muito bom grado, concordou em me acompanhar ao bar Genial, na Vila Madalena, para o lançamento do novo livro do Sr. Albano Martins. A nova obra é um livro de contos chamado Incompletos.

Capa do livro Incompletos

_____Pode apostar que dessa vez eu vou reconhecer o autor. Só espero que ele sorria um pouco mais ao autografar o meu exemplar...

P.S.: Não é só o Branco que vai lançar seu livro hoje no Genial. O Donizetti, do blog Hedonismos, vai lançar Meias vermelhas e histórias inteiras e João Peçanha vai lançar Satie manda lembranças. Vamos ver o que mais este final de mês me permite comprar (eu sei que dezembro acabou de começar, mas até o dia 10, para minha conta bancária, é final de mês).

P.P.S.: Também como literatura independente (todos os livros citados até agora nesta postagem são independentes), no dia 6, Valter Ferraz vai lançar o seu Capão, outras histórias e, no dia 10, Olivia Maia vai lançar Operação P-2.

P.P.P.S.: Fora de Sampa, no dia 7, João Varella e Cecilia Arbolave vão lançar o Curitibocas – Diálogos urbanos. Dá para conhecer mais sobre o projeto com o vídeo de propaganda ou, principalmente, pelo blog do livro que conta, entre outras coisas, toda a novela necessária para conseguir publicar a obra.

1 de dezembro de 2007

Na moda

_____Como eu anunciei em outra postagem, hoje irei me apresentar na festa de final de ano da academia da dança em que trabalho. Para falar a verdade, vou me apresentar daqui a pouco. Dêem só uma olhada na calça que irei usar na coreografia de forró.

Calça