31 de agosto de 2008

Falta de noção

_____Adoro as pessoas espertas e com noção que entendem, com um simples olhar ou toque, que devem se calar.

_____Pena que eu não sou uma delas...

29 de agosto de 2008

O apêndice

_____É sempre maravilhoso estar com as pessoas de que gostamos, das pessoas por quem sentimos carinho, com quem nos divertimos. Porém, quando uma dessas pessoas está triste, doente ou com algum problema eu sempre me acho um inútil; nunca sei o que fazer. Sinto meus pés enrolados publicamente nos tapetes da situação.
_____Mesmo tímido, a única coisa que posso fazer é dar um pouco de carinho. Mas, nunca sei se estou fazendo a coisa certa; sempre me sinto fraco, bobo e desnecessário, como se eu fosse uma sobra inconveniente naquele momento.

27 de agosto de 2008

Escolta fora-da-lei

Escolta fora-da-lei


_____Será que apenas eu vejo o disparate absurdo que é a ronda escolar tomar conta de uma escola estacionando o carro em cima da calçada?


_____Não é só o fato de que os policiais estão atrapalhando os pedestres. Nem é, apenas, porque eles estão infringindo a lei ao estacionarem em cima da calçada. Nem, o abuso de poder. Todos esses pontos são absurdamente problemáticos, mas nenhum deles consegue ser pior do que o fato de que eles estão a tomar conta de uma escola fazendo tudo isso de errado.


_____As escolas são historicamente reconhecidas como instituições responsáveis pela educação. Lugar nenhum, muito menos a porta de uma escola, é um local aceitável para que policiais dêem um mau exemplo tão grande assim. O pior é que a cena se repete quase que diariamente; é obvio, portanto, que a escola da foto coaduna com a atitude. Que tipo de instituição é essa que troca a sua responsabilidade primordial – a educação – por um tipo de “segurança” que deseduca?


#####



P.S.: Viram o policial olhando para mim? Tive que fazer um enorme teatrinho fingindo que o celular não estava pegando e que eu queria telefonar quando ele se aproximou. De todas as fotos que publiquei neste blog, essa foi a segunda mais perigosa que eu já tirei. A primeira foi esta aqui.



25 de agosto de 2008

O Fugitivo e seu novo reduto

_____As coisas funcionam assim: sou um escritor que resolveu falar a bobagem que desse na telha no meio da internet. Abri um blog. Usei essa desculpa de, sem cautela nenhuma, falar o que eu quisesse e o fato de ser historiador para nomear o blog de Incautos do Ontem. Tudo foi correndo bem e, a cada dia, eu ia ficando menos cauteloso.


_____Lasquei o pau em operadora de celular, ataquei o prefeito, critiquei marcas famosas de chocolate, apoiei o plantio de maconha, chamei atenção para a falta de respeito com os pedestres, revelei mentiras de um grande portal de internet, tirei sarro de ícones dos anos oitentas, zoei minha sogra, denunciei problemas de cinemas paulistanos. Resultado: insatisfeitos com os meus comentários maldosos, os criticados começaram a tentar me assustar.


_____Caminhando pelas ruas, percebi pessoas desconhecidas me perseguindo (e não eram as lindas menininhas que, habitualmente, correm atrás de mim). Comecei a receber cartas ameaçadoras me mandando parar com os textos. Três advogados meus abandonaram os processos nos quais me defendiam. E, até, acordei com uma cabeça de cavalo no meio da minha cama.


O Poderoso Chefão - Cabeça de Cavalo


_____Parar de escrever não era uma opção. Sem outra alternativa, fugi.


_____Caridosamente os membros do Ops! me acolheram nos seus seios. Não que isso seja tão espantoso assim, levando em conta que, há tempos, eles cedem asilo a criminosos muito mais perigosos do que eu (entre outros delinqüentes, o Ops! fornece morada a pessoas como Milton Ribeiro, Serbão, Banco Leone, Lulu, Marconi Leal e Biajoni).


_____Agora estou em uma nova casa, com a coragem renovada. Sendo assim, prometo solenemente aos meus leitores que vou continuar bastante incauto, que vou continuar não me comportando o máximo possível. E que Clio abençoe este blog e sua nova morada.


#####


_____Falando sério, o Incautos do Ontem (e seu autor Ulisses Adirt) atende, agora, em um novo endereço. Fui convidado para ser um dos novos blogueiros da comunidade d’O Pensador Selvagem.


_____O novo endereço é http://incautosdoontem.opensadorselvagem.org/. O feed e o e-mail do blog continuam os mesmos (respectivamente http://feeds.feedburner.com/incautosdoontem e incautosdoontem@yahoo.com.br).


_____De resto, dou boas vindas a todos (inclusive aos novos leitores) e peço paciência enquanto vou arrumando tudo por aqui. Fico feliz com a mudança e espero que tudo dê certo.


#####


P.S.: Agradeço a todos os membros do Ops! pela ótima recepção, em especial ao Rafael Reinehr e ao Daniel Becher. Agradeço ao Noronha e ao Alexandre Inagaki pela atenção dispensada às minhas dúvidas. Agradeço, também, ao Luis, que, sem querer, acabou me dando a idéia para este texto. Por fim, agradeço aos leitores de bom gosto que continuarem a acompanhar o Incautos; espero que todos vocês continuem se divertindo.


23 de agosto de 2008

Compre sementes de maconha diretamente deste blog

_____Um ou outro spammer já apareceu nos comentários aqui do Incautos com propagandas chatas. Normalmente esses anúncios não estão nem ligados ao assunto da postagem; no máximo estão um pouco relacionados com o título (como, por exemplo, a propaganda deste advogado spammer em um texto que tem a “Lei cidade limpa” no título). Quase sempre acho esses spams um porre e, se estou com paciência, deleto.


_____Ontem, entretanto, um spam que foi deixado nos comentários de uma postagem me divertiu bastante. Um spammer maluco procurou “Maconha” no Google e caiu na minha crônica do dia 10 de agosto, que tem como título “Marijuana”. Como era de se esperar, ele nem se deu ao trabalho de ler o texto e, simplesmente, deixou sua propaganda:





Salve galera.


Tenho sementes de SKUNK e MARIJUANA para venda.


Entrega de forma rápida, segura e discreta. A única fonte Brasileira atualmente de sementes.


Qualidade garantida.



Se alguem tiver interesse me procure no msn ou email.


[Aqui vinha o e-mail do rapaz.]




_____Como o spammer não fez a gentileza de me oferecer parte dos lucros e muito menos leu o texto em que ele colocou a propaganda, fiz questão de atrapalhar o negócio dele e omiti o e-mail de contato. Como sementes eu não vou vender, se alguém estiver interessado em organizar sua própria plantação de maconha, eu dou todo o meu apoio vendendo acessórios de jardinagem. ;-)



Compre sementes de maconha diretamente deste blog

_____Um ou outro spammer já apareceu nos comentários aqui do Incautos com propagandas chatas. Normalmente esses anúncios não estão nem ligados ao assunto da postagem; no máximo estão um pouco relacionados com o título (como, por exemplo, a propaganda deste advogado spammer em um texto que tem a “Lei cidade limpa” no título). Quase sempre acho esses spams um porre e, se estou com paciência, deleto.

_____Ontem, entretanto, um spam que foi deixado nos comentários de uma postagem me divertiu bastante. Um spammer maluco procurou “Maconha” no Google e caiu na minha crônica do dia 10 de agosto, que tem como título “Marijuana”. Como era de se esperar, ele nem se deu ao trabalho de ler o texto e, simplesmente, deixou sua propaganda:

Salve galera.

Tenho sementes de SKUNK e MARIJUANA para venda.

Entrega de forma rápida, segura e discreta. A única fonte Brasileira atualmente de sementes.

Qualidade garantida.

Se alguem tiver interesse me procure no msn ou email.

[Aqui vinha o e-mail do rapaz.]

_____Como o spammer não fez a gentileza de me oferecer parte dos lucros e muito menos leu o texto em que ele colocou a propaganda, fiz questão de atrapalhar o negócio dele e omiti o e-mail de contato. Como sementes eu não vou vender, se alguém estiver interessado em organizar sua própria plantação de maconha, eu dou todo o meu apoio vendendo acessórios de jardinagem. ;-)

22 de agosto de 2008

Jesus Cristo, George W. Bush e eu


_____O Marco Aurélio, autor do blog Jesus, me chicoteia!, é extremamente talentoso escrevendo paródias bíblicas. Conhecendo ou não o texto original (conhecendo fica bem melhor, é óbvio), ler os trechos que ele já parodiou da Bíblia é sempre garantia de muitas risadas. Todos os trechos já parodiados da sua Bíblia Sacaneada podem ser encontrados, gratuitamente, em PDF, no JMC.




_____O problema é que, apesar de ele ter começado essas paródias em 2002, até agora ele não chegou nem na metade do Velho Testamento. Os leitores do Marco esperneiam para que ele faça novas paródias, mas a preguiça que o assola e a sua capacidade de produzir desculpas (ou de mandar os leitores para o inferno) faz com que demore, às vezes, mais de um mês para que um novo capítulo bíblico seja parodiado.





_____É claro que, nesse ritmo, o Marco só vai conseguir chegar ao Novo Testamento quando ultrapassar a idade de Matusalém. Sendo assim, quem quiser ver alguma paródia em que Jesus Cristo participe, tem de recorrer a outros meios. A Cia. Barbixas de Humor, por exemplo, é uma ótima opção: eles têm uma ótima palhinha sobre a Santa Ceia no seu espetáculo “Em Breves” (em cartaz, aos sábados, no Teatro Jaraguá – R. Martins Fontes, 71).










_____Claro que as brincadeiras da Cia. Barbixas não se resumem a paródias religiosas. Uma boa passeada nos vídeos deles pelo You Tube é um bom caminho para se gargalhar bastante e conhecer melhor o trabalho do grupo.




_____Mas, já que falei do trabalho humorístico deles com Jesus Cristo, tenho de ressaltar que eles entendem mesmo de pessoas poderosas. Sério. Dêem uma olhada no vídeo abaixo:










_____Ainda não convenci vocês de que eles entendem de pessoas poderosas? Pois, então, vejam só: a Cia. Barbixas de Humor vai me presentear com um par de ingressos para assistir ao “Em Breves”. O motivo para isso é, simplesmente, porque eles respeitam os poderosos (e, também, porque eu publiquei este texto aqui no Incautos divulgando o espetáculo deles).




_____Os blogueiros que também quiserem ganhar ingressos não terão dificuldades. O grupo Barbixas tem uma promoção chamada Blogresso: quem, assim como eu, publicar um dos vídeos pré-selecionados, com um texto explicando a promoção, só precisa mandar um e-mail para a Companhia (contato@barbixas.com.br) com o link do texto e, depois, aproveitar o show ao vivo.*




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P.S.: Agradeço ao Inagaki pela divertida dica.







__________




* Mais detalhes aqui.







Jesus Cristo, George W. Bush e eu

_____O Marco Aurélio, autor do blog Jesus, me chicoteia!, é extremamente talentoso escrevendo paródias bíblicas. Conhecendo ou não o texto original (conhecendo fica bem melhor, é óbvio), ler os trechos que ele já parodiou da Bíblia é sempre garantia de muitas risadas. Todos os trechos já parodiados da sua Bíblia Sacaneada podem ser encontrados, gratuitamente, em PDF, no JMC.

_____O problema é que, apesar de ele ter começado essas paródias em 2002, até agora ele não chegou nem na metade do Velho Testamento. Os leitores do Marco esperneiam para que ele faça novas paródias, mas a preguiça que o assola e a sua capacidade de produzir desculpas (ou de mandar os leitores para o inferno) faz com que demore, às vezes, mais de um mês para que um novo capítulo bíblico seja parodiado.

_____É claro que, nesse ritmo, o Marco só vai conseguir chegar ao Novo Testamento quando ultrapassar a idade de Matusalém. Sendo assim, quem quiser ver alguma paródia em que Jesus Cristo participe, tem de recorrer a outros meios. A Cia. Barbixas de Humor, por exemplo, é uma ótima opção: eles têm uma ótima palhinha sobre a Santa Ceia no seu espetáculo “Em Breves” (em cartaz, aos sábados, no Teatro Jaraguá – R. Martins Fontes, 71).

_____Claro que as brincadeiras da Cia. Barbixas não se resumem a paródias religiosas. Uma boa passeada nos vídeos deles pelo You Tube é um bom caminho para se gargalhar bastante e conhecer melhor o trabalho do grupo.

_____Mas, já que falei do trabalho humorístico deles com Jesus Cristo, tenho de ressaltar que eles entendem mesmo de pessoas poderosas. Sério. Dêem uma olhada no vídeo abaixo:

_____Ainda não convenci vocês de que eles entendem de pessoas poderosas? Pois, então, vejam só: a Cia. Barbixas de Humor vai me presentear com um par de ingressos para assistir ao “Em Breves”. O motivo para isso é, simplesmente, porque eles respeitam os poderosos (e, também, porque eu publiquei este texto aqui no Incautos divulgando o espetáculo deles).

_____Os blogueiros que também quiserem ganhar ingressos não terão dificuldades. O grupo Barbixas tem uma promoção chamada Blogresso: quem, assim como eu, publicar um dos vídeos pré-selecionados, com um texto explicando a promoção, só precisa mandar um e-mail para a Companhia (contato@barbixas.com.br) com o link do texto e, depois, aproveitar o show ao vivo.*

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P.S.: Agradeço ao Inagaki pela divertida dica.

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* Mais detalhes aqui.

19 de agosto de 2008

Cumprindo o que se promete

_____Uma barra gostosa de chocolate, de uns 160 gramas, costuma custar mais do que três reais. Quase todos os chocolates mais baratos do que isso (em média uns 2 reais) costumam ser tão ruins que quase dá vontade de comer alface.

_____Na semana passada, entretanto, encontrei, no Centro, uma barra de chocolate que custava a bagatela de R$ 0,85. Era arriscado, mas o preço estava tão abaixo da média que resolvi experimentar.

_____Por Clio, que horror. Era tão ruim que não deu para terminar de comer a barra (acho que eu trocaria mesmo aquela barra por uma folha de alface). Só então, com aquele gosto horrível na boca, que fui prestar atenção no nome do chocolate:

Chocolate Sarado

_____Sarado? Só se for porque as pessoas correm para bem longe desse chocolate. Mas, tenho de admitir, uma dieta com esse chocolate deve deixar qualquer um bem longe de ganhar uns quilinhos a mais.

Cumprindo o que se promete

_____Uma barra gostosa de chocolate, de uns 160 gramas, costuma custar mais do que três reais. Quase todos os chocolates mais baratos do que isso (em média uns 2 reais) costumam ser tão ruins que quase dá vontade de comer alface.

_____Na semana passada, entretanto, encontrei, no Centro, uma barra de chocolate que custava a bagatela de R$ 0,85. Era arriscado, mas o preço estava tão abaixo da média que resolvi experimentar.

_____Por Clio, que horror. Era tão ruim que não deu para terminar de comer a barra (acho que eu trocaria mesmo aquela barra por uma folha de alface). Só então, com aquele gosto horrível na boca, que fui prestar atenção no nome do chocolate:

Chocolate Sarado

_____Sarado? Só se for porque as pessoas correm para bem longe desse chocolate. Mas, tenho de admitir, uma dieta com esse chocolate deve deixar qualquer um bem longe de ganhar uns quilinhos a mais.

17 de agosto de 2008

Como foi feito o Eclipse do Yahoo!

[yahoo id=9235237 vid=3279136 w=512 h=322 thumburl=http://us.i1.yimg.com/us.yimg.com/p/i/bcst/videosearch/4562/69790233.jpeg]

_____Super simples: eles pegaram o maior satélite comprado pela empresa e redirecionaram-no com a ajuda da base espacial russa – que enviou dois astronautas que haviam sido treinados para tapar o Sol durante a invasão soviética (planejada, mas nunca executada) aos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Os astronautas, extremamente calmos (pois dessa vez teriam de lidar apenas com um eclipse lunar), utilizaram três turbinas propulsoras, um sabre de luz e...

_____Pára tudo! Se alguém acha que foi necessário algum impressionante aparato tecnológico para que o eclipse anunciado pelo Yahoo! Brasil fosse feito, está, literalmente, no mundo da Lua. O eclipse foi feito com um dos mais velhos truques da história da humanidade: a confiança na falta de informação das pessoas.

_____O eclipse que aconteceu ontem foi completamente natural. Ele estava previsto fazia tempos e isso pode ser visto, sem grande dificuldade, com uma rápida pesquisa em um calendário de fenômenos espaciais. Quando eu disse que o truque era velho é porque, desde que o mundo é mundo, alguns dos membros mais bem informados da humanidade engana os menos informados.

_____Os religiosos, de diversas épocas e lugares, tendo conhecimento, por exemplo, da repetição cíclica das estações do ano, podiam prever mudanças que eram, segundo eles, causadas pelos deuses e, portanto, terem seu contato com a divindade “comprovado”. O restante da população, mais ignorante nos saberes sobre a medição do tempo, acabava por ser facilmente convencida.

_____No ocidente europeu, durante a Idade Média, a maioria das pessoas mal conhecia a própria idade – já que ignoravam o ano em que estavam e o ano em que haviam nascido. Apenas os membros do clero estudavam o tempo com mais profundidade; eram eles que dominavam os calendários. Ao controlar o tempo, os clérigos controlavam a vida de toda a sociedade.

_____Nas palavras do historiador Hilário Franco Júnior, “Medir e ordenar o tempo é transformar um fenômeno natural em produto cultural. É controlar os momentos de trabalho e de ócio, portanto a geração de riquezas materiais. É controlar as épocas de pagamento de tributos, esmolas e doações, portanto a circulação daquelas riquezas. É controlar os períodos de festas, portanto a sociabilização dos indivíduos. É controlar as fases de jejum alimentar e sexual, portanto a vida biológica da população. É controlar os momentos de atividades profanas e de dedicação ao sagrado, portanto a vida espiritual das pessoas.”*.

_____O que o Yahoo! Brasil fez foi, simplesmente, anunciar como sendo uma obra sua um eclipse que já estava previsto (e que eles fizeram questão de não alardear). O pessoal do Yahoo! tinha a informação do momento do fenômeno e a utilizaram como um religioso medieval: fizeram as pessoas acreditarem que aquilo estava acontecendo graças a eles, graças a interferência deles. Como a campanha foi muito bem montada, acabei vendo um monte de gente, inclusive professores do meu trabalho e pessoas da minha casa, achando que, realmente, o eclipse de ontem havia sido causado pela empresa.

_____Eu, sinceramente, achei a brincadeira divertidíssima; encaixa perfeitamente com a nova proposta do portal.

__________

* Hilário FRANCO JÚNIOR, O ano 1000. p. 33.

Como foi feito o Eclipse do Yahoo!



_____Super simples: eles pegaram o maior satélite comprado pela empresa e redirecionaram-no com a ajuda da base espacial russa – que enviou dois astronautas que haviam sido treinados para tapar o Sol durante a invasão soviética (planejada, mas nunca executada) aos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Os astronautas, extremamente calmos (pois dessa vez teriam de lidar apenas com um eclipse lunar), utilizaram três turbinas propulsoras, um sabre de luz e...

_____Pára tudo! Se alguém acha que foi necessário algum impressionante aparato tecnológico para que o eclipse anunciado pelo Yahoo! Brasil fosse feito, está, literalmente, no mundo da Lua. O eclipse foi feito com um dos mais velhos truques da história da humanidade: a confiança na falta de informação das pessoas.

_____O eclipse que aconteceu ontem foi completamente natural. Ele estava previsto fazia tempos e isso pode ser visto, sem grande dificuldade, com uma rápida pesquisa em um calendário de fenômenos espaciais. Quando eu disse que o truque era velho é porque, desde que o mundo é mundo, alguns dos membros mais bem informados da humanidade engana os menos informados.

_____Os religiosos, de diversas épocas e lugares, tendo conhecimento, por exemplo, da repetição cíclica das estações do ano, podiam prever mudanças que eram, segundo eles, causadas pelos deuses e, portanto, terem seu contato com a divindade “comprovado”. O restante da população, mais ignorante nos saberes sobre a medição do tempo, acabava por ser facilmente convencida.

_____No ocidente europeu, durante a Idade Média, a maioria das pessoas mal conhecia a própria idade – já que ignoravam o ano em que estavam e o ano em que haviam nascido. Apenas os membros do clero estudavam o tempo com mais profundidade; eram eles que dominavam os calendários. Ao controlar o tempo, os clérigos controlavam a vida de toda a sociedade.

_____Nas palavras do historiador Hilário Franco Júnior, “Medir e ordenar o tempo é transformar um fenômeno natural em produto cultural. É controlar os momentos de trabalho e de ócio, portanto a geração de riquezas materiais. É controlar as épocas de pagamento de tributos, esmolas e doações, portanto a circulação daquelas riquezas. É controlar os períodos de festas, portanto a sociabilização dos indivíduos. É controlar as fases de jejum alimentar e sexual, portanto a vida biológica da população. É controlar os momentos de atividades profanas e de dedicação ao sagrado, portanto a vida espiritual das pessoas.”*.

_____O que o Yahoo! Brasil fez foi, simplesmente, anunciar como sendo uma obra sua um eclipse que já estava previsto (e que eles fizeram questão de não alardear). O pessoal do Yahoo! tinha a informação do momento do fenômeno e a utilizaram como um religioso medieval: fizeram as pessoas acreditarem que aquilo estava acontecendo graças a eles, graças a interferência deles. Como a campanha foi muito bem montada, acabei vendo um monte de gente, inclusive professores do meu trabalho e pessoas da minha casa, achando que, realmente, o eclipse de ontem havia sido causado pela empresa.

_____Eu, sinceramente, achei a brincadeira divertidíssima; encaixa perfeitamente com a nova proposta do portal.

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* Hilário FRANCO JÚNIOR, O ano 1000. p. 33.

16 de agosto de 2008

Dia gostoso

Fadinha no metrô
_____Que dia mais interessante. Logo de manhã, encontro uma fadinha no metrô; no começo da noite, eu vejo um eclipse.
_____E o melhor de tudo é saber que ainda tem uma bela noite pela frente. :-)

Dia gostoso

Fadinha no metrô
_____Que dia mais interessante. Logo de manhã, encontro uma fadinha no metrô; no começo da noite, eu vejo um eclipse.
_____E o melhor de tudo é saber que ainda tem uma bela noite pela frente. :-)

14 de agosto de 2008

Certas coisas deveriam ficar só na lembrança

_____Adoro passar trechos de filmes em sala de aula. Se bem trabalhado, é um ótimo recurso para ensinar e chamar a atenção dos alunos. Raramente, entretanto, passo algum filme inteiro. Como a duração costuma beirar os 120 minutos, passar um filme todo significa sacrificar muitas aulas. Normalmente, quando quero que os alunos vejam um determinado filme completo, marco uma sessão fora do horário de aula ou peço para que eles vejam em casa.

_____Com seriados ou desenhos, a história muda. Com episódios que duram cerca de meia hora, é possível passar tudo e ainda introduzir o assunto que me interessa sem dificuldade (Seinfeld e Simpsons, por exemplo, são figurinhas fáceis nos meus cursos).

_____Como ficar alugando DVDs que eu utilizo freqüentemente sai um pouco caro (ainda mais se for só para mostrar um pequeno trecho), tenho uma boa coleção de DVDs piratas genéricos em casa. Meu fornecedor corsário, vale dizer, tem DVDs de ótima qualidade e uns títulos que são bem difíceis de serem encontrados (encontrar filmes cults e clássicos em um pirata não é tarefa fácil).

_____Fuçando nos DVDs que o bucaneiro tinha nos baús nas caixas da sua nau banca, encontrei um que anunciava ter mais de sete horas de episódios dos ThunderCats. Lembrei da minha infância, de como eu me divertia assistindo esse desenho e comprei – achando que iria utilizar fartamente aquele material com os meus estudantes.

ThunderCats

_____Cheguei em casa e fui, todo empolgado, ver alguns episódios para saber o que eu poderia utilizar em aula. Que desgraça. O horror! O horror!

_____Por Clio, que desenhinho malfeito! Como ThunderCats é ruim. Repetitivo, com falhas absurdas nas histórias, roteiros para lá de esburacados, soluções fáceis e bestas. Não consegui ver três episódios. Como eu gostava daquilo? Acho que eu fumava maconha quando era criança.

*****

P.S.: Se alguém quiser ver uma “produção fílmica” que faz jus ao desenho, é só clicar aqui.

Certas coisas deveriam ficar só na lembrança

_____Adoro passar trechos de filmes em sala de aula. Se bem trabalhado, é um ótimo recurso para ensinar e chamar a atenção dos alunos. Raramente, entretanto, passo algum filme inteiro. Como a duração costuma beirar os 120 minutos, passar um filme todo significa sacrificar muitas aulas. Normalmente, quando quero que os alunos vejam um determinado filme completo, marco uma sessão fora do horário de aula ou peço para que eles vejam em casa.

_____Com seriados ou desenhos, a história muda. Com episódios que duram cerca de meia hora, é possível passar tudo e ainda introduzir o assunto que me interessa sem dificuldade (Seinfeld e Simpsons, por exemplo, são figurinhas fáceis nos meus cursos).

_____Como ficar alugando DVDs que eu utilizo freqüentemente sai um pouco caro (ainda mais se for só para mostrar um pequeno trecho), tenho uma boa coleção de DVDs piratas genéricos em casa. Meu fornecedor corsário, vale dizer, tem DVDs de ótima qualidade e uns títulos que são bem difíceis de serem encontrados (encontrar filmes cults e clássicos em um pirata não é tarefa fácil).

_____Fuçando nos DVDs que o bucaneiro tinha nos baús nas caixas da sua nau banca, encontrei um que anunciava ter mais de sete horas de episódios dos ThunderCats. Lembrei da minha infância, de como eu me divertia assistindo esse desenho e comprei – achando que iria utilizar fartamente aquele material com os meus estudantes.

ThunderCats

_____Cheguei em casa e fui, todo empolgado, ver alguns episódios para saber o que eu poderia utilizar em aula. Que desgraça. O horror! O horror!

_____Por Clio, que desenhinho malfeito! Como ThunderCats é ruim. Repetitivo, com falhas absurdas nas histórias, roteiros para lá de esburacados, soluções fáceis e bestas. Não consegui ver três episódios. Como eu gostava daquilo? Acho que eu fumava maconha quando era criança.

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P.S.: Se alguém quiser ver uma “produção fílmica” que faz jus ao desenho, é só clicar aqui.

12 de agosto de 2008

As idéias que escorrem pelo ralo

_____Não sei os outros escritores do mundo, mas eu sou um escritor atormentado. Alguns parágrafos, do mais simples dos e-mails, às vezes, demora longuíssimos minutos para ficar pronto. Passo um tempão em cada frase. Travo, por dias, em uma palavra. Paro. Recomeço. Releio, cada texto, várias vezes.

_____Escrever é uma delícia, mas dá muito trabalho. Literalmente, cada pequena crônica que eu escrevo é feita de 10% de inspiração e 90% de transpiração. Mesmo assim, eu não disse, em momento algum, que a inspiração não é parte importantíssima dos meus textos. Eu preciso de uma idéia, necessito de um assunto, de um mote para escrever.

______Os assuntos estão em toda parte. As idéias estão pelo chão, é só tropeçar para encontrá-las. Consigo assunto para escrever enquanto leio, converso, vejo filmes. Quando danço, como ou ando de bicicleta. Em casa, no trabalho ou dentro de uma condução. Os assuntos surgem pelo simples fato de que eu vivo. Existo, logo tenho idéias.

_____Para evitar perder alguma boa idéia, vivo a rabiscar os marcadores dos livros com os assuntos que me surgem. Anoto na agenda ou em um caderno que estiver à mão. Fotografo o objeto/a situação que me deu uma idéia. Anoto no meu celular. Mando e-mail para mim mesmo. Todos esses artifícios são válidos e tem me ajudado a manter a média de um texto a cada dois dias aqui no blog.

_____Só existe um problema nisso tudo. Um dos lugares mais profícuos para que eu tenha idéias é no chuveiro. Debaixo da água, montes de assuntos bacanas surgem; formulo títulos, frases inteiras, parágrafos. Mais de uma idéia, motes que, se bem trabalhados, dariam ótimos textos aparecem com a maior desenvoltura, como se fossem as coisas mais obvias e naturais do mundo.

_____Onde está o problema? O problema é que no chuveiro eu não tenho nada para anotar. Alguém pode retrucar um “É só terminar o banho e escrever.”. Só que as coisas não funcionam bem assim.

_____Logo que eu desligo a água e começo a me enxugar parece que as idéias escorrem pelo ralo, parece que a toalha acaba absorvendo elas. Tento secar o corpo rapidamente, repetindo mentalmente o que me resta, corro para o papel mais próximo, mas, assim que anoto a primeira idéia, as demais não estão mais lá, fugiram. Por mais que eu me esforce, não consigo mais me lembrar, não consigo encontrá-las.

_____No fim das contas, não fico triste; perder assuntos me deu este texto. Sem contar que eu sei que, no próximo banho, vou encontrar mais algumas idéias novas.


P.S.: As mulheres bonitas também costumam me inspirar bastante. Entretanto, como elas me desconcentram, eu também acabo com as mãos vazias em pouco tempo (pelo menos vazias para a Literatura).

As idéias que escorrem pelo ralo

_____Não sei os outros escritores do mundo, mas eu sou um escritor atormentado. Alguns parágrafos, do mais simples dos e-mails, às vezes, demora longuíssimos minutos para ficar pronto. Passo um tempão em cada frase. Travo, por dias, em uma palavra. Paro. Recomeço. Releio, cada texto, várias vezes.

_____Escrever é uma delícia, mas dá muito trabalho. Literalmente, cada pequena crônica que eu escrevo é feita de 10% de inspiração e 90% de transpiração. Mesmo assim, eu não disse, em momento algum, que a inspiração não é parte importantíssima dos meus textos. Eu preciso de uma idéia, necessito de um assunto, de um mote para escrever.

______Os assuntos estão em toda parte. As idéias estão pelo chão, é só tropeçar para encontrá-las. Consigo assunto para escrever enquanto leio, converso, vejo filmes. Quando danço, como ou ando de bicicleta. Em casa, no trabalho ou dentro de uma condução. Os assuntos surgem pelo simples fato de que eu vivo. Existo, logo tenho idéias.

_____Para evitar perder alguma boa idéia, vivo a rabiscar os marcadores dos livros com os assuntos que me surgem. Anoto na agenda ou em um caderno que estiver à mão. Fotografo o objeto/a situação que me deu uma idéia. Anoto no meu celular. Mando e-mail para mim mesmo. Todos esses artifícios são válidos e tem me ajudado a manter a média de um texto a cada dois dias aqui no blog.

_____Só existe um problema nisso tudo. Um dos lugares mais profícuos para que eu tenha idéias é no chuveiro. Debaixo da água, montes de assuntos bacanas surgem; formulo títulos, frases inteiras, parágrafos. Mais de uma idéia, motes que, se bem trabalhados, dariam ótimos textos aparecem com a maior desenvoltura, como se fossem as coisas mais obvias e naturais do mundo.

_____Onde está o problema? O problema é que no chuveiro eu não tenho nada para anotar. Alguém pode retrucar um “É só terminar o banho e escrever.”. Só que as coisas não funcionam bem assim.

_____Logo que eu desligo a água e começo a me enxugar parece que as idéias escorrem pelo ralo, parece que a toalha acaba absorvendo elas. Tento secar o corpo rapidamente, repetindo mentalmente o que me resta, corro para o papel mais próximo, mas, assim que anoto a primeira idéia, as demais não estão mais lá, fugiram. Por mais que eu me esforce, não consigo mais me lembrar, não consigo encontrá-las.

_____No fim das contas, não fico triste; perder assuntos me deu este texto. Sem contar que eu sei que, no próximo banho, vou encontrar mais algumas idéias novas.


P.S.: As mulheres bonitas também costumam me inspirar bastante. Entretanto, como elas me desconcentram, eu também acabo com as mãos vazias em pouco tempo (pelo menos vazias para a Literatura).

10 de agosto de 2008

Marijuana

_____Alguns textos que eu escrevo aqui são pura ficção; outros aconteceram mesmo, mas eu acrescento alguns passarinhos. A história de hoje, entretanto, por mais absurda que pareça, é a mais pura verdade.

_____Faz uns meses, minha sogra resolveu me dar um pouco de paz viajar para a Guatemala. Semana passada minha paz acabou ela voltou. De volta ao lar, aconteceu todo aquele ritual típico de quem passou um bom tempo fora: “Divertiu-se bastante?”, presentes incomuns para todo lado, “Nossa, como você mudou!”, risadas das palavras da outra língua introduzidas no cotidiano, “Como se faz tal coisa por lá?” e um monte de histórias.

_____Como minha sogra ficou a maior parte do tempo hospedada com uma senhora e não em um hotel, ela tinha uma centena de causos sobre o cotidiano local para contar. Mais histórias foram conseguidas por causa da mania dela de fazer amizades nos pontos não-turísticos de qualquer lugar em que ela passa. Várias dessas histórias são bem engraçadas. Mas, o que me deixou realmente de boca-aberta não foi um causo, foi uma reclamação que ela fez.

_____Durante uma entrega de presentes trazidos da Guatemala ela reclamou: “Que chato. Mais coloridos do que estes panos, eram os cachimbinhos de marijuana que eles tinham por lá. Fiquei revoltada. Os meus amigos não me deixaram trazer nenhum, pois disseram que iriam me barrar no aeroporto.”.

_____Foi uma pena ela não ter tentado trazer uns cachimbinhos mesmo assim, pois, com certeza, a Polícia Federal iria me ajudar a ter uns dias a mais de paz.

Marijuana

_____Alguns textos que eu escrevo aqui são pura ficção; outros aconteceram mesmo, mas eu acrescento alguns passarinhos. A história de hoje, entretanto, por mais absurda que pareça, é a mais pura verdade.

_____Faz uns meses, minha sogra resolveu me dar um pouco de paz viajar para a Guatemala. Semana passada minha paz acabou ela voltou. De volta ao lar, aconteceu todo aquele ritual típico de quem passou um bom tempo fora: “Divertiu-se bastante?”, presentes incomuns para todo lado, “Nossa, como você mudou!”, risadas das palavras da outra língua introduzidas no cotidiano, “Como se faz tal coisa por lá?” e um monte de histórias.

_____Como minha sogra ficou a maior parte do tempo hospedada com uma senhora e não em um hotel, ela tinha uma centena de causos sobre o cotidiano local para contar. Mais histórias foram conseguidas por causa da mania dela de fazer amizades nos pontos não-turísticos de qualquer lugar em que ela passa. Várias dessas histórias são bem engraçadas. Mas, o que me deixou realmente de boca-aberta não foi um causo, foi uma reclamação que ela fez.

_____Durante uma entrega de presentes trazidos da Guatemala ela reclamou: “Que chato. Mais coloridos do que estes panos, eram os cachimbinhos de marijuana que eles tinham por lá. Fiquei revoltada. Os meus amigos não me deixaram trazer nenhum, pois disseram que iriam me barrar no aeroporto.”.

_____Foi uma pena ela não ter tentado trazer uns cachimbinhos mesmo assim, pois, com certeza, a Polícia Federal iria me ajudar a ter uns dias a mais de paz.

8 de agosto de 2008

Atrasos e mentiras

_____Ontem fui ao Reserva Cultural (bom cinema, especializado em filmes alternativos, da região da Paulista) assistir ao interessante Do outro lado, de Fatih Akin. Cheguei uns 15 minutos antes da sessão das 15h20min, comprei meu ingresso e esperei, esperei e esperei.
_____Fiquei esperando e a porta da sala não abria. Quando faltavam apenas uns três minutos para o filme começar, fui até uma funcionária e perguntei quando liberariam a sala. Na maior cara de pau a moça me respondeu:
_____– Para podermos passar mais filmes por aqui, deixamos um intervalo bem pequeno entre uma sessão e outra. A sala já vai ser liberada.
_____Mentira! Minha namorada mora bem perto do Reserva Cultural, de modo que eu costumo freqüentar bastante o cinema e sei que o intervalo entre as sessões não tem nada de anormal.*
_____Entendo que, às vezes, as coisas dão errado. Eu não me importo que, de quando em vez, aconteça algum problema.** Não veria mal nenhum se a funcionária tivesse dito “Desculpe-nos, mas tivemos um pequeno atraso na sessão anterior. O seu filme vai começar depois do horário.” (claro que o ideal é que isso já tivesse sido avisado na bilheteria). Porém, eu vejo muitos problemas quando mentem para mim. Odeio que tentem me fazer de otário.
_____No fim das contas, o filme começou com uns 15 minutos de atraso – que pareceram bem mais longos porque eu tive de ficar ouvindo umas velhinhas fazendo escândalo por causa da demora. Das velhinhas reclamando, vale dizer, eu bem que mereci: quem mais além de velhas senhoras iria ao cinema às três da tarde de uma quinta-feira? ;-)

__________
* Diga-se de passagem, se o intervalo entre os filmes é realmente menor, deveriam, mesmo, é aumentar esse intervalo para que alguns filmes comecem mais tarde. Nesta semana, por exemplo, nenhuma sessão vai começar depois das 21h45min (excetuando no sábado).
** Eu disse “de quando em vez”, “às vezes”. Se um problema como atraso torna-se comum, tem alguma coisa muito errada para ser resolvida.

Atrasos e mentiras

_____Ontem fui ao Reserva Cultural (bom cinema, especializado em filmes alternativos, da região da Paulista) assistir ao interessante Do outro lado, de Fatih Akin. Cheguei uns 15 minutos antes da sessão das 15h20min, comprei meu ingresso e esperei, esperei e esperei.

_____Fiquei esperando e a porta da sala não abria. Quando faltavam apenas uns três minutos para o filme começar, fui até uma funcionária e perguntei quando liberariam a sala. Na maior cara de pau a moça me respondeu:

_____– Para podermos passar mais filmes por aqui, deixamos um intervalo bem pequeno entre uma sessão e outra. A sala já vai ser liberada.

_____Mentira! Minha namorada mora bem perto do Reserva Cultural, de modo que eu costumo freqüentar bastante o cinema e sei que o intervalo entre as sessões não tem nada de anormal.*

_____Entendo que, às vezes, as coisas dão errado. Eu não me importo que, de quando em vez, aconteça algum problema.** Não veria mal nenhum se a funcionária tivesse dito “Desculpe-nos, mas tivemos um pequeno atraso na sessão anterior. O seu filme vai começar depois do horário.” (claro que o ideal é que isso já tivesse sido avisado na bilheteria). Porém, eu vejo muitos problemas quando mentem para mim. Odeio que tentem me fazer de otário.

_____No fim das contas, o filme começou com uns 15 minutos de atraso – que pareceram bem mais longos porque eu tive de ficar ouvindo umas velhinhas fazendo escândalo por causa da demora. Das velhinhas reclamando, vale dizer, eu bem que mereci: quem mais além de velhas senhoras iria ao cinema às três da tarde de uma quinta-feira? ;-)


__________

* Diga-se de passagem, se o intervalo entre os filmes é realmente menor, deveriam, mesmo, é aumentar esse intervalo para que alguns filmes comecem mais tarde. Nesta semana, por exemplo, nenhuma sessão vai começar depois das 21h45min (excetuando no sábado).

** Eu disse “de quando em vez”, “às vezes”. Se um problema como atraso torna-se comum, tem alguma coisa muito errada para ser resolvida.

Links rápidos

1) O Almirante Nelson, que sempre me faz cair de dar risada, já me deixou com os olhos marejados, quase chorando, por duas vezes. A primeira foi com o conto “Sax, flauta e cavaquinho”, que ele publicou no livro Blog de papel. A segunda, foi hoje, quando eu li a gracinha da “Compota de nêspera”, publicado no blog do rapaz.

2) No último domingo eu falei da minha participação no Yahoo! Posts, lembram? Pois bem, o site já está no ar. Quem quiser conhecer é só entrar em yahooposts.com.


Links rápidos

1) O Almirante Nelson, que sempre me faz cair de dar risada, já me deixou com os olhos marejados, quase chorando, por duas vezes. A primeira foi com o conto “Sax, flauta e cavaquinho”, que ele publicou no livro Blog de papel. A segunda, foi hoje, quando eu li a gracinha da “Compota de nêspera”, publicado no blog do rapaz.

2) No último domingo eu falei da minha participação no Yahoo! Posts, lembram? Pois bem, o site já está no ar. Quem quiser conhecer é só entrar em yahooposts.com.


6 de agosto de 2008

Cola escolar e gostos estranhos

_____As pessoas têm gostos muito estranhos. Tem gente que prefere tomar banho de água fria, quem diz adorar comer alface e – absurdo dos absurdos – uma fatia grande da humanidade gosta de homens (sério, mais ou menos a metade tem esse mau gosto). Claro que o dono do gosto não vê nada de errado com a própria preferência.

_____Eu, por exemplo, adoro trabalhar; amo dar aulas. Durante as férias do meio do ano fiquei morrendo de saudade dos meus alunos. Muitos dos meus amigos ralhavam comigo dizendo para eu deixar de ser bobo, que bom mesmo é estar de férias. Nesta semana as aulas recomeçaram e eu fiquei extremamente feliz com isso.

_____Logo no primeiro dia um aluno veio, todo alegre, mostrar para mim uma caneta que ele comprou. Disse que a caneta iria ajudá-lo a passar de ano. Eu não duvidei (conheci até um elefante que tinha uma pena que ajudava ele a voar), mas, mesmo assim, perguntei por que ele acreditava que a caneta iria ajudá-lo. Com um sorriso no rosto ele pegou a caneta e, puxando um ferrinho da lateral, mostrou-me uma folha de calendário oculta dentro da caneta.

Caneta com esconderijo

_____Cada coisa que inventam. Lembra os lápis com tabuada da minha época de aluno do Fundamental.

_____Intrigado, perguntei por que ele havia me mostrado, já que eu sou seu professor. Ele disse que eu faço questões que necessitam de respostas muito longas, com comparações e, portanto, não dava para colar com um papelzinho escondido. Ainda bem, por alguns segundos pensei que o meu aluno tinha um gosto especial por se entregar antes de cometer a transgressão.

Cola escolar e gostos estranhos

_____As pessoas têm gostos muito estranhos. Tem gente que prefere tomar banho de água fria, quem diz adorar comer alface e – absurdo dos absurdos – uma fatia grande da humanidade gosta de homens (sério, mais ou menos a metade tem esse mau gosto). Claro que o dono do gosto não vê nada de errado com a própria preferência.

_____Eu, por exemplo, adoro trabalhar; amo dar aulas. Durante as férias do meio do ano fiquei morrendo de saudade dos meus alunos. Muitos dos meus amigos ralhavam comigo dizendo para eu deixar de ser bobo, que bom mesmo é estar de férias. Nesta semana as aulas recomeçaram e eu fiquei extremamente feliz com isso.

_____Logo no primeiro dia um aluno veio, todo alegre, mostrar para mim uma caneta que ele comprou. Disse que a caneta iria ajudá-lo a passar de ano. Eu não duvidei (conheci até um elefante que tinha uma pena que ajudava ele a voar), mas, mesmo assim, perguntei por que ele acreditava que a caneta iria ajudá-lo. Com um sorriso no rosto ele pegou a caneta e, puxando um ferrinho da lateral, mostrou-me uma folha de calendário oculta dentro da caneta.

Caneta com esconderijo

_____Cada coisa que inventam. Lembra os lápis com tabuada da minha época de aluno do Fundamental.

_____Intrigado, perguntei por que ele havia me mostrado, já que eu sou seu professor. Ele disse que eu faço questões que necessitam de respostas muito longas, com comparações e, portanto, não dava para colar com um papelzinho escondido. Ainda bem, por alguns segundos pensei que o meu aluno tinha um gosto especial por se entregar antes de cometer a transgressão.

4 de agosto de 2008

Yahoo! Posts entra em campo

Titular - Uniformizado

_____Durante o início da minha adolescência eu acompanhei alguns campeonatos de futebol. Meu gosto sempre foi um pouco atípico, eu preferia ver goleiros fazendo defesas impossíveis a atacantes marcando gols extraordinários. Com o passar do tempo, eu, que pouco me interessava, parei completamente de acompanhar qualquer jogo. Atualmente, não vejo mais graça no esporte bretão; nem sei mais quem é o goleiro do meu time (o Corinthians).

_____Minha família, por outro lado, adora futebol. Acompanham, torcem, apostam, discutem, provocam-se, enfim: fazem todo o ritual clássico dos torcedores mais próximos da normalidade. Meu cunhado, de todos, é o mais fanático. Palmeirense, vai ao estádio toda semana. Usa verde durante todos os jantares informais em casa. Se alguém o chamar de porco, pode apostar que ele vai considerar elogio.

_____Hoje, depois de bem mais de uma década, entrei novamente em um estádio de futebol. Hoje, fui ao Pacaembu. No entanto, não entrei no estádio para assistir alguma partida e, sim, porque hoje aconteceu o evento de lançamento do Yahoo! Posts.

Logo do Yahoo! Posts

_____O Yahoo! Posts é um projeto bem bacana que vai conciliar o tráfico do Yahoo! Brasil com o conteúdo de alguns blogs de qualidade pré-selecionados (quem quiser saber mais detalhes, o Gilberto Knuttz escreveu um bom texto sobre o assunto). Como eu disse que foram selecionados alguns “blogs de qualidade”, é óbvio que o Incautos do Ontem foi convidado para participar do Y! Posts_ e eu estava no lançamento. ;-)

_____O evento foi divertido e muito interessante. A comida estava boa, as companhias foram ótimas e as atividades preparadas, bem bacanas. Entre as atividades para divertir os presentes estava programada uma entrada no gramado do Pacaembu. Meu cunhado quase pariu uma bola de futebol ao saber que bem eu, que não sou fã das chuteiras, entrei no gramado. Ele só não ficou mais chateado porque, por sorte, a única foto minha que levei para casa é uma em que eu estou sentado, apenas, no banco de reservas.

Reserva - Pacaembu


P.S.: Agradeço ao Primo pelo ótima companhia e pela minha foto no banco de reservas.

*****

Atualização: O Ian Black explicou detalhadamente o projeto. Quem quiser saber mais sobre o Yahoo! Posts é só clicar aqui.

Yahoo! Posts entra em campo

Titular - Uniformizado

_____Durante o início da minha adolescência eu acompanhei alguns campeonatos de futebol. Meu gosto sempre foi um pouco atípico, eu preferia ver goleiros fazendo defesas impossíveis a atacantes marcando gols extraordinários. Com o passar do tempo, eu, que pouco me interessava, parei completamente de acompanhar qualquer jogo. Atualmente, não vejo mais graça no esporte bretão; nem sei mais quem é o goleiro do meu time (o Corinthians).

_____Minha família, por outro lado, adora futebol. Acompanham, torcem, apostam, discutem, provocam-se, enfim: fazem todo o ritual clássico dos torcedores mais próximos da normalidade. Meu cunhado, de todos, é o mais fanático. Palmeirense, vai ao estádio toda semana. Usa verde durante todos os jantares informais em casa. Se alguém o chamar de porco, pode apostar que ele vai considerar elogio.

_____Hoje, depois de bem mais de uma década, entrei novamente em um estádio de futebol. Hoje, fui ao Pacaembu. No entanto, não entrei no estádio para assistir alguma partida e, sim, porque hoje aconteceu o evento de lançamento do Yahoo! Posts.

Logo do Yahoo! Posts

_____O Yahoo! Posts é um projeto bem bacana que vai conciliar o tráfico do Yahoo! Brasil com o conteúdo de alguns blogs de qualidade pré-selecionados (quem quiser saber mais detalhes, o Gilberto Knuttz escreveu um bom texto sobre o assunto). Como eu disse que foram selecionados alguns “blogs de qualidade”, é óbvio que o Incautos do Ontem foi convidado para participar do Y! Posts_ e eu estava no lançamento. ;-)

_____O evento foi divertido e muito interessante. A comida estava boa, as companhias foram ótimas e as atividades preparadas, bem bacanas. Entre as atividades para divertir os presentes estava programada uma entrada no gramado do Pacaembu. Meu cunhado quase pariu uma bola de futebol ao saber que bem eu, que não sou fã das chuteiras, entrei no gramado. Ele só não ficou mais chateado porque, por sorte, a única foto minha que levei para casa é uma em que eu estou sentado, apenas, no banco de reservas.

Reserva - Pacaembu


P.S.: Agradeço ao Primo pelo ótima companhia e pela minha foto no banco de reservas.

*****

Atualização: O Ian Black explicou detalhadamente o projeto. Quem quiser saber mais sobre o Yahoo! Posts é só clicar aqui.

1 de agosto de 2008

O detetive drogado e o professor com problemas

_____Nos meus cursos de História, sempre adoto alguns livros de literatura para trabalhar com os meus alunos do Ensino Fundamental e Médio. Um autor que sempre faz sucesso é Conan Doyle. Ele e seu famoso detetive acabam sempre empolgando parte da sala que acaba atraindo a outra parte para a leitura sem que eu precise insistir muito.

_____Escolher um autor que os estudantes gostam ou ficam com vontade de ler com facilidade é sempre ótimo. O Marquês de Sade, por exemplo, graças à temática sexual, já atrai quase a classe toda; só que os pais implicam fortemente. Conan Doyle não tem esse problema. Os estudantes logo se identificam com o Sherlock Holmes ou com o mistério da história e os pais nunca torram o meu saco. O trabalho flui com facilidade.

_____Desta vez, entretanto, creio que eu posso arrumar alguma encrenca. Resolvi escolher o livro O signo dos quatro, o segundo romance de Doyle sobre Sherlock Holmes. O texto é ótimo para trabalhar com o século XIX, porém parte dele pode ser considera um tanto polêmica para trabalhar com estudantes do Fundamental.

_____Logo no primeiro capítulo, Watson começa narrando:

_____Sherlock Holmes tomou o frasco que estava sobre a borda da lareira e, abrindo um elegante estojo marroquim, tirou a sua seringa hipodérmica. Com os dedos longos, brancos e nervosos, ajustou a agulha delgada e arregaçou o punho esquerdo da camisa. Durante um momento pousou o olhar no pulso e no antebraço vigoroso, pontilhado de inúmeras picadas. Finalmente, espetou a ponta aguda, comprimiu o êmbolo, e reclinou-se na sua poltrona forrada de veludo com um longo suspiro de satisfação.

_____Havia muitos meses que eu testemunhava aquela operação três vezes por dia... (...)

_____– Que é hoje? – perguntei. – Cocaína ou morfina?

_____Ele desviou languidamente os olhos do velho volume alemão que estava a ler.

_____– Cocaína – respondeu. – Uma solução a sete por cento. Quer experimentar um pouco?”.

_____A polêmica vai ser boa para atrair os alunos, vai me dar material para discussão ou para chamar atenção quando necessário. Sem contar que pode tornar o século XIX mais interessante ainda. O problema é que quando isso cair nas mãos de algum pai de aluno, eu vou ter que perder um tempão me justificando.

_____Pelo menos eu sei que os pais são preguiçosos e, no máximo, vão reclamar do primeiro capítulo. Duvido que algum chegue ao final da obra, no ponto em que Doyle retoma o assunto da cocaína.