30 de outubro de 2008

Sabendo olhar para o outro lado



_____Em maio deste ano, fui convidado para ver o lançamento do Projeto Som, Ritmo e Movimento da ONG Ação Comunitária. No texto que eu escrevi contando sobre o trabalho, elogiei bastante a idéia, mas, admito, foi uma pena ter tido a chance de conhecer apenas esse projeto da ONG, pois o trabalho que eles realizavam parecia bem bacana. Para minha sorte, na semana passada, o pessoal da Pólvora! me convidou para assistir um novo evento da Ação Comunitária e pude comprovar o que eu havia achado: eles também contam com outros projetos muito bons e tem obtido resultados bem interessantes.
_____O foco principal da ONG é proporcionar atividades essenciais para uma boa formação cultural. O público principal deles é de crianças e jovens sem boa condição financeira, da Zona Sul da cidade de São Paulo. Como eles não conseguem, obviamente, receber essa formação cultural das escolas públicas, a Ação Comunitária acaba tendo uma atuação bem importante nas comunidades que consegue atender.
_____Mesmo estando fazendo esse bom trabalho desde 1967, o número que pessoas atendidas é proporcional aos recursos que a ONG dispõe. Como eles não contam com o auxílio governamental direto, a maior parte de suas verbas vêm de empresários. Pelo que pude constatar, a Ação Comunitária, inclusive, têm conseguido gerir muito bem o dinheiro de que dispõem. Mesmo assim, para se manterem bem e crescerem mais, eles precisam de mais doações.
_____O objetivo principal deste texto é para divulgar mais ainda o bom trabalho que eles tem feito. Se, entre meus multimilionários leitores, existir algum que deseje, ao invés de comprar uma pequena ilha no Pacífico, auxiliar, de alguma forma, um trabalho social tão bem feito, fica aqui a sugestão.

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P.S.: Aproveito para agradecer a lembrança e a atenção que o pessoal da Pólvora! sempre me dispensa. Só falta, agora, eles me darem uma caneca.

28 de outubro de 2008

Comida Express

_____Eu consigo cozinhar. Dizer que eu sei, entretanto, seria uma mentira das grossas. Pegar uma receita na internet ou com a minha avó não é difícil; o difícil é seguir a receita. Acho chato ficar na cozinha e acabo me desconcentrando facilmente. É só ter de esperar uma panela esquentar, uma água ferver que eu já pego um livro, fico escutando música, vou para outro cômodo da casa e, obviamente, arrumo o terreno para alguma bobagem culinária acontecer.
_____Minha comida queima, minhas mãos queimam, partes de alimentos são derrubados no fogão e/ou no chão, esqueço de colocar algum ingrediente. Sou um horror na cozinha. Mesmo assim, quando pareço esquecer-me disso (ou quando nenhuma alma caridosa me alimenta), volto a freqüentá-la. O resultado é a minha pavorosa comida; tão horrorosa que eu mesmo odeio comê-la – acho até que meu gatinho de estimação morreu por causa de um assado que eu fiz. Acreditem, se eu convidar algum de vocês para comer a minha comida, é porque eu não gosto da pessoa.
_____Por isso mesmo, quando alguém fala em preparar algo rapidamente na cozinha, tento prestar atenção. Se for um prato fácil e rápido, existe até uma chance de que eu fique entretido por uns cinco minutos com aquilo e produza alguma coisa comestível.*
_____Toda essa introdução para falar que o pessoal da Ediouro enlouqueceu e resolveu convidar o Branco Leone e o Ops! para fazer uma promoção. Quem (I) for até esta postagem, do blog Enfia o Dedo no Curry e Cheira, e, nos comentários, (II) formular uma frase (de até vinte palavras) com as palavras “Nigella” e “rapidinha“ e (III) deixar uma receita que pode ser preparada em até 15 minutos, concorre a um exemplar do livro Nigella Express.**



_____Vocês acham que eu estou falando tudo isso porque o pessoal do Ops! me obrigou a divulgar a promoção? Nada disso. Estou divulgando porque eu farei parte da banca julgadora que vai comer os pratos preparados pelo Branco para decidir qual a melhor receita enviada: o autor da receita vencedora leva o exemplar do livro da Nigella.
_____Não é lindo? Todos saem ganhando: meus leitores ganham um livro, a Ediouro e a Nigella, exposição e eu ganho uma boca-livre. Além disso, sempre existe a chance de algum leitor me convidar para um jantar.

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P.S.: Além do biruta do Branco, sobre comidas eu também ando lendo o que a Carol Costa tem escrito para a Bons Fluidos. Sempre acabo dando muita risada.
P.P.S.: Se alguém ficou curioso para ver uma “dica culinária” de minha autoria, a minha preferida é o “Petit gâteau fast food”.

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* Não. Antes que alguém pergunte, meu miojo não é comestível.
** A mesma promoção do banner na barra lateral do blog.

25 de outubro de 2008

Decisões fáceis

_____Quem acompanha o Incautos, sabe em quem eu votei no primeiro turno. Para este segundo, admito que tenho algumas dúvidas e uma certeza. A certeza é que não vou votar no Kassab. Entre as dúvidas, a principal é se anulo ou dou, mesmo, o meu voto para a Marta.
_____Não votar em Gilberto Kassab no segundo turno já era uma certeza fazia meses. A única chance que o atual prefeito tinha de receber o meu voto era se Paulo Maluf fosse com ele para o 2º. Graças aos deuses, ao Pitta e a um pouco de razão na cabeça dos eleitores, o porco do Maluf nem chegou perto de sair do primeiro turno. Sendo assim, o Kassab não tem a menor chance de receber o meu voto.
_____O histórico dele, as pessoas com quem trabalhou, o seu partido, suas contas mal explicadas já me deixariam longe de votar nele de qualquer modo. Sua administração pífia (não foi à toa que ele começou tão mal nas pesquisas no início do horário eleitoral), a utilização da máquina pública para propaganda  própria durante a gestão (quando ele mesmo “condenou” as propagandas paulistanas), seus projetos executados de maneira a criar problemas antes inexistentes, então, facilitam mais ainda a minha decisão de não apertar “25” amanhã.
_____Só falta decidir o que apertar.
_____Como a vida dos cariocas é mais simples...

23 de outubro de 2008

Satyrianas: à prova de desculpas

_____– Claro, eu a-do-ro teatro.
_____– E o que tem visto de bom?
_____– Nada. Não tenho tido tempo.

_____Todo mundo tem um conhecido que se finge de intelectual, um cara meio Conselheiro Acácio.* Obviamente esse chato vive a citar centenas de livros que ele fingiu ler, tem opiniões formadas sobre tudo e, claro, como ele acha que isso é coisa de gente inteligente, diz que a-do-ra teatro. Os verdadeiros freqüentadores de teatro, entretanto, sabem que, no máximo, ele viu, nos últimos seis meses, uma peça com um ator famosinho da televisão. Quando um grupo está indo ao teatro, o acaciano, invariavelmente, tem uma desculpa pronta para recusar.
_____De hoje (dia 23) até domingo (26), esse tipo de chato vai ter de se esforçar um pouco mais para dar desculpas. Festejando o início da primavera, o grupo dos Satyros organiza, aqui em Sampa, as deliciosas Satyrianas: quase 80 horas seguidas de teatro e outras atividades culturais, predominantemente na Praça Roosevelt e região (mais detalhes e horários no site do grupo).



_____Como vai ser possível encontrar peças a qualquer hora, de manhã à madrugada, da hora do almoço à hora da janta, falta de tempo não vai ser bem uma desculpa que vai colar muito.
_____“Serial legal, mas eu estou duro.”.
_____Dinheiro também não vai ser motivo para não ir. O espectador é que define o preço do ingresso.
_____“Tô meio perdido. Não sei o que ver.”.
_____Vai ser possível ver tudo o que é tipo de peça. De clássicos a hiper modernos; de grupos desconhecidos a gente famosa; de comédia a drama. Pessoalmente, estou morrendo de vontade de ver algum dos trabalhos do Otávio Martins.
_____“Não posso ir. A minha namorada disse que vamos ter um fim de semana de sexo animal.”.
_____Oras, o evento é na Praça Roosevelt, cheio de gente de teatro. Leve a namorada que ainda surge a chance de ser sexo animal a três ou coisas do tipo. Sem contar que A Filosofia na Alcova e Os 120 Dias de Sodoma, do Marquês de Sade, vão estar em cartaz.
_____Agora, se o seu conhecido que se finge de intelectual conseguir arrumar uma desculpa para não ir, aconselho, seriamente, a dizer para ele tentar ganhar cultura de verdade, pois ele tem um bom talento para ficcionista.

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P.S.: Para os meus leitores não-paulistanos, como a Ro Costa, lamento muito. Mas, saibam que as Satyrianas acontecem todo ano, nesta mesma época. Tentem se organizar para o ano que vem.



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* Só a bailarina que não tem.

21 de outubro de 2008

Lixeira na plataforma

_____Em abril de 2007, eu escrevi um texto reclamando que as lixeiras foram retiradas das plataformas do metrô sem uma justificativa realmente aceitável. Este mês descobri que a falta deve incomodar, também, os funcionários, pois eles estão recolocando, por conta própria, lixeiras nas plataformas:



_____Só é uma pena que a "recolocação" seja feita de uma forma tão rudimentar.

19 de outubro de 2008

Excluídos por merecimento



_____Sexta-feira indiquei para vocês um livro que é, até hoje, muito importante para mim e que, acredito, pode ser lido com muito proveito por muitos de meus leitores. Hoje vou indicar um espetáculo (?) que, se depender de mim, meus leitores não vão nem chegar perto.
_____Semana passada fui ao Avenida Club assistir Exluídos, de João Carlos Ramos. Pela graça de Terpsícore, o espetáculo só vai contar com duas apresentações (a que eu vi, na semana passada – dia 12 –, e a de hoje – dia 19), o que, sinceramente, é bem mais do que eles merecem.
_____A idéia da peça é trabalhar com o tema da exclusão utilizando, principalmente, a dança de salão. Coreografias, músicas atípicas, depoimentos, textos, frases e a participação do público acabam compondo o trabalho.
_____Mesmo com profissionais da área, com alguns trechos bem montados, Excluídos é, no geral, de um amadorismo tosco, próximo de uma típica peça escolar. Grande parte dos dançarinos que subiram ao palco é bastante despreparada; a junção pobre entre os trechos da montagem, o tanto de pontos em que a peça se perde parece denotar uma quase inexistência de roteiro; os figurinos rústicos lembram um armário comum.
_____O ponto alto do espetáculo está na hora de rever preconceitos, principalmente entre brasileiros e argentinos. Misturando sambas e tangos, as interessantíssimas músicas escolhidas para o ponto, poderiam ter salvado o espetáculo de um grande fiasco. O som do Avenida Club, entretanto, está péssimo: as caixas estão estouradas, cheias de chiado. Uma vergonha sem par para uma casa que apresenta tantos espetáculos e trabalha há décadas com música. O resultado é que nem a boa seleção musical pôde ser aproveitada.
_____Saí descontente com o espetáculo. Como profissional da dança de salão, eu teria tido vergonha de participar (pelo que conheço, eu esperava mais de um pessoal do Andrei Udiloff*). Por fim, é necessário dizer: as pessoas do espetáculo podem até reclamar, mas a verdade é que elas merecem ser excluídas.

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* Da turma da Cia. Brasileira de Danças de Salão eu esperava isso mesmo.

17 de outubro de 2008

Dia do Clássico Desconhecido - 2008

_____As mais proeminentes autoridades intelectuais da intelligentsia mundial estabeleceram, em 2005, que hoje, 17 de outubro, seria o “Dia do Clássico Desconhecido”. Um dia em que os leitores do mundo separariam em suas agendas para homenagear e indicar “aquele livro ou autor que ele[s] adora[m], que ele[s] considera[m] um clássico da humanidade mas que, infelizmente, raios!, o resto da humanidade solenemente ignora.”. Em respeito a tão estabelecida tradição, completamente aceita pelo Cânone Ocidental (aposto que até devem existir planos para transformarem o dia em um feriado mundial), resolvi aproveitar a data para dividir com os meus leitores um clássico pessoal.
_____Meu Clássico Desconhecido não é completamente obscuro, pelo menos fora do território Tupiniquim. Aqui no Brasil, entretanto, eu nunca encontro leitores da obra e acabo não tendo com quem trocar experiências sobre esse clássico. Mais de uma vez já presenteei amigos meus com o livro só para, depois, inocentemente, poder perguntar o que eles acharam (raramente fui bem sucedido, no geral ouço apenas respostas genéricas – próprias de quem não leu o livro realmente).
_____Faz quase dez anos que descobri The Sea-Wolf (O Lobo do Mar), de Jack London. Li cada página alcandorado (foi a primeira obra que, depois de terminar em português, corri atrás de relê-la, mesmo que com dificuldade, no original). As desventuras das personagens encaixavam muito bem em casos pessoais meus e, até hoje, sorrio, relembrando de trechos do livro, ao passar por certas situações.
_____Como li pela última vez há bastante tempo, preciso entrar em contato novamente com a obra. Mas, sinceramente, duvido que a minha opinião sobre O Lobo do Mar tenha mudado; leio textos do Jack London até hoje com um enorme prazer.
_____De qualquer modo, meu objetivo com esta postagem é instigar mais alguém a ler um livro que foi (e ainda é) muito especial para mim. A postagem é um presente para os meus leitores.

16 de outubro de 2008

Sobe/Desce



_____Ontem eu fui ao SESC Paulista dar uma olhada em uma parte da “Mostra SESC de Artes 08” que se encontra na unidade. A Mostra sempre tenta trabalhar com diversas linguagens artísticas e, desta vez, as que mais me agradaram estavam em lugares um tanto inusitados: as escadas e os elevadores.
_____Apesar da dificuldade que é ler alguma coisa com o ininterrupto entraesai de pessoas do elevador, a ficção de Bernardo Carvalho faz valer o esforço. Os textos combinaram perfeitamente com o ambiente e, queira ou não, sempre existe a possibilidade de uma ninfomaníaca ficar presa no elevador com você.
_____Mesmo não tendo a vantagem da ninfomaníaca, as escadas são um ambiente bem mais convidativo artisticamente: o sedentarismo das pessoas permite que o local torne-se ótimo para que qualquer um possa parar e degustar, calmamente, a intervenção artística que está sendo oferecida. Os textos de Joca Reiners Terron cumprem seu papel, mas é o design de Valéria Marchesoni que transformou a escadaria do 10º ao 15º o ponto mais interessante da exposição.
_____Aconselho que os paulistanos que quiserem aproveitar, corram. A Mostra só vai durar até dia 18.

14 de outubro de 2008

Zona de guerra

_____Pulo um montinho de fotocópias cobertas por uma camiseta bem na porta do meu quarto. Tomo cuidado para não escorregar nas provas corrigidas jogadas pelo chão, nem derrubar os quase dez livros que estão perigosamente empilhados no banquinho ao lado da cama. Com certo esforço, pulo na cama e deito de costas no meu colchão. Fico pensando como aquela meia foi parar no ventilador de teto.
_____Meu quarto está intransitável. Ele já é pequeno e quase sempre está um pouco bagunçado. Porém, como minha namorada está viajando, a bagunça por lá está tão maior que chega a ficar difícil de andar.
_____Antes que algumas feministas fanáticas comecem a correr atrás de mim com tochas, ancinhos e foices, é bom deixar claro: minha namorada não chama Amélia, nem costuma arrumar meu quarto. Para falar a verdade, minha amada menina é quase tão bagunceira quanto eu. O que acontece no meu quarto é que, como ela não o anda freqüentando, eu tenho andado mais desleixado do que o habitual.
_____Sabe aqueles dias em que você, por alguma razão, vai ter de ficar o dia todo trancado em casa? Como sabe que não vai sair, que ninguém vai fazer uma visita ou algo do tipo, você nem tira o pijama, almoça comendo direto da panela, não penteia o cabelo, fica parecendo um neandertal.
_____É obvio que não ando de terno e gravata quando saio de casa, entretanto, pode ter certeza: olhando de longe, posso até ser confundido com um ser humano capaz de viver em sociedade. O fato de não ter ninguém por perto quando estou trancado em casa colabora para o meu desleixo.
_____Com o quarto as coisas funcionam da mesma maneira. Como minha namorada não está entrando nele, não faço a menor questão de deixá-lo organizado. Assim que entro, jogo tudo em qualquer canto, não faço questão de catar o que está no chão. Resultado, ele está parecendo uma trincheira da I Guerra Mundial.
_____Espero que ela dê logo sinais de que irá voltar ou eu vou ser obrigado a arrumar uma amante só para ter algum estímulo para arrumar o quarto. Qual é mesmo o telefone da Amélia?

12 de outubro de 2008

Bolsa reciclada



_____Sabem do que é feita a bolsa acima? De plástico. Mais precisamente de saquinhos  plásticos de supermercado. Uma amiga minha estava usando (ela mesma fez) e, pelo que eu pude ver, é bem resistente.
_____Ouvi dizer que os saquinhos de supermercado não são recicláveis. Eu, pessoalmente, achei uma boa solução.

10 de outubro de 2008

Letrinhas miúdas

_____Andando de metrô, descobri, por meio daquelas propagandas internas aos trens, que, neste mês de outubro, vai acontecer a 15ª Fest Comix (um dos maiores eventos de revistas em quadrinhos do país). Como já faz tempo que meus horários e, principalmente, o meu orçamento não tem permitido que eu acompanhe alguma HQ*, a não ser que eu acabe indo ao evento, não planejo ficar falando aqui do Fest Comix. Resolvi escrever este texto para falar da propaganda do evento que vi no metrô.



_____Bacana. A propaganda é bem colorida, chama a atenção. Só que existe uma “sacanagem” escondida nela. Olhem com atenção o preço da entrada:




_____Viram? Baratinho, não? Apensas cinco reais. Certo? Não. Prestem atenção nas letrinhas miúdas (tão miúdas que não foi possível fotografá-las com um mínimo de nitidez). Elas dizem que a meia-entrada custa R$ 5,00 e a inteira, R$ 10,00.
_____Sacanagem? Até que não. O blog oficial do evento avisa que os preços da meia-entrada são válidos para todos os visitantes.
_____O único problema que vejo nisso é o mau exemplo. Já imaginaram se os cinemas pegam o abusivo preço que é cobrado hoje em dia e, para fingir que cobram menos, passam a anunciar, em letras garrafais, apenas o valor da meia-entrada, com a inteira em letrinhas pequenas?
_____É sempre bom ficar atento para evitar esse tipo de coisa. Eu não gostaria de, no futuro, sair de casa sabendo tanto do preço do cinema quanto alguns freqüentadores desavisados de festas estudantis.



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* Eu adorava ler os X-men e, atualmente, estou lendo o Watshman (mas é só porque consegui fazer o download pirata de todos os volumes).

8 de outubro de 2008

Inveja mata

_____Após uma leitura de peça, uma linda atriz fala da personagem que acabou de ler, classificando-a como uma garota bonita, legal, que todo mundo gosta e acrescenta, jocosamente, “Assim como eu.”. Quase todas as pessoas do local dão risada do comentário divertido (e verdadeiro), menos uma mulher carrancuda do meu lado que, no meio das risadas, pragueja baixinho:
_____– Arrogante estúpida. Ela nem é tudo isso.
_____Se inveja matasse, a mulher teria, no mínimo, entrado em coma naquele momento. Clio que me perdoe, tem gente que precisa se tratar.

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P.S.: Falando de arrogância, como complemento ao texto, leiam a ótima “Tentativa de definição de arrogância” do meu amigo Alex Castro.

6 de outubro de 2008

Resultado da eleição

_____O resultado da eleição é sentido nas ruas:







_____Festa da democracia. Ressaca cívica. Chamem como quiserem. Eu gosto de chamar de desrespeito.

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P.S.: O Luddista publicou umas fotos do dia da votação mostrando um pouco mais da "festa da democracia" e ainda relembrou como foi a eleição de 2006. Comparem.
P.P.S.: E, para quem prefere ficção, uma amiga querida escreveu um conto sobre o ato apertar as teclas da urna eletrônica que ficou uma graça.

5 de outubro de 2008

Opções demais

_____Conheço gente que, na hora de escolher um vereador, age da seguinte maneira:

_____Tenho nojo dessas pessoas.

3 de outubro de 2008

Declaração de intenção de voto

_____É até um pouco estranho para alguém, como eu, que não acha política um assunto chato*, só ter decidido em quem vai votar poucos dias antes do primeiro turno. O fato é que, nas eleições municipais de São Paulo deste ano, dois candidatos me agradam profundamente: Ivan Valente (PSOL) e Soninha (PPS).


_____Votei no Ivan Valente para deputado federal e não me arrependi nem por um minuto. Mesmo que muitas vezes extremista, Valente cumpriu, sem pestanejar, o que prometeu e, portanto, fez exatamente o que eu esperava dele como político. Considero o histórico de trabalho dele muito bom, inclusive melhor do que o da Soninha como vereadora. Literalmente ele honrou o voto que dei a ele.


_____Quanto à Soninha, tenho acompanhado sua carreira política com interesse. Seu trabalho foi bastante condizente com suas propostas e muito me agrada seu modo atípico de pensar e atuar (é ótimo, por exemplo, encontrar uma candidata realmente cicloativista para as eleições municipais de uma cidade tão grande e carrofundamentalista quanto São Paulo)**. Na última eleição, escolhi votar em Ivan Valente para deputado federal ao invés dela; desta vez, farei o contrário.


_____Ambos têm propostas interessantes para a cidade e têm demonstrado, em seus mandatos, respeito e luta pelas causas a que se comprometeram. Porém, como eu mesmo já admiti, o histórico de trabalho de Ivan Valente me agrada mais do que o da Soninha. O motivo, portanto, para a escolha da Soninha como candidata no fim das contas é extremamente simbólico.


_____Sei que nenhum dos dois vai ganhar nesta eleição. Sei, também, que não vão nem chegar perto de ir para o segundo turno. Na última pesquisa Datafolha que vi com atenção (30/IX/08), Soninha estava com 4% e Valente, com 1%. O terceiro colocado, Alckmin, estava com 19%. Resultado: não há quase nenhuma chance real de um dos meus candidatos figurar na próxima fase das eleições.


_____O Gravatai Merengue, entretanto, levantou um ponto bem importante: a Soninha tem a chance de passar o porco do Maluf, que está com apenas 6% das intenções de voto. É algo maravilhoso. Mais do que um simples voto de consciência, votar na Soninha no primeiro turno vai ser um voto completamente útil: vai fazer com que o Maluf acabe derrotado por uma candidata nova, que teve uma campanha bastante pobre. A vitória da Soninha sobre o Maluf pode ser vista como um verdadeiro enterro ao execrável malufismo que ainda existe por estas bandas. Portanto:




_____Paulistano, no domingo, vote consciente. Vote 23.



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P.S.: Se tudo der certo e a Soninha ultrapassar o Maluf, se tudo der certo e o malufismo for enterrado de uma vez por todas, só vai haver um ponto ruim: eu vou rir menos na próxima eleição. Porque, admitam, por mais que se esforcem por aí, nenhum candidato consegue ser mais engraçado do que o senhor Paulo Salim Maluf.



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* Ser viciado em política é chato. Achar que política, futebol, gosto e religião não são assuntos para serem discutidos, também é chato (e idiota). Mas, conversar sobre política, saber sobre política não é nada chato.




** A primeira pessoa que aparecer por aqui dizendo que o Kassab é, realmente, um cicloativista, vai ser expulso a pauladas.

2 de outubro de 2008

Ó mar salgado, quanto do teu sal...

_____Estou, agora, separado da mulher que eu amo por um oceano. Espero que ela se divirta bastante por lá.