30 de março de 2011

As Mães de Chico Xavier

___Sem dúvida, não poderiam ter escolhido dia melhor para a estréia de um filme sobre esse assunto.


Cartaz: As Maes de Chico Xavier

28 de março de 2011

Ateísmo e Literatura

___Gostar de ler e gostar de História é exatamente o que me ajudou a ser ateu. Sabem como é, né?, é difícil continuar acreditando em alguma divindade quando você entende que a existência de deuses era apenas um subterfúgio que as pessoas da Pré-História e da Antiguidade usavam para explicar fenômenos que não conheciam, para obrigar membros da população a agir de determinadas formas, essas coisas.
___Divertidamente, a própria Literatura, que conseguiu me afastar definitivamente da religião, foi a mesma que chegou mais perto de me fazer acreditar no numinoso. "A última pergunta", conto do Isaac Asimov, e o livro A coisa não-deus, de Alexandre Soares Silva, acabaram me permitindo, neste ano, uma visão do Religioso que eu não tinha fazia muito tempo. São textos que, com certeza, não vão transformar o leitor em um crente, mas podem lhe permitir um olhar mais simpático para o assunto.

26 de março de 2011

Meu noivado

___Cinco coisas têm me ocupado absurdamente nos últimos tempos. Todas elas têm me deixado preocupado e, obviamente, muito feliz.
1) Minhas aulas (como sempre).
2) O livro que estou escrevendo com o Alex Castro.
3) Um capítulo de livro que estou corrigindo para o Alex Castro.
4) Uma coreografia de swing (de lindy hop, para ser mais exato).
5) Uma grande preparação de mudança de estado civil e residência.


Noivos
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___Desde que eu noivei oficialmente (com a clássica troca de alianças), tenho me divertido contando quanto tempo demora para que as pessoas em volta notem a pequena mudança no meu dedo. Em alguns lugares, não perceberam até hoje. Nas salas de aula, invariavelmente, perceberam no primeiro dia que entrei com a aliança nova.


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___Entro em uma sala, dou bons dias, começo a escrever o assunto da aula no quadro-negro enquanto alguns alunos perguntam pequenas coisas. Arrumo meu material sobre a mesa. Antes que eu possa começar a falar, duas alunas das primeiras carteiras perguntam se eu estou usando uma aliança de noivado. Entre a pergunta das meninas e a minha resposta, percebo o leve murmúrio da classe transformar-se em uma boa agitação.
___Retenho a classe que aparenta toda já saber da novidade e conto que, Sim, eu noivei. Entre parabéns e ooooooooooooos, um garoto, da última fileira, levanta a mão. Cedo-lhe a palavra.
___– Professor, agora que o senhor noivou, você vai continuar defendendo relacionamentos abertos ou vai começar a tratar o assunto de maneira séria.
___Depois de muito gargalhar, respondi que eu sempre considerei manter um relacionamento aberto algo bem sério, que amo muito minha noiva e que nada do que eu pensava havia mudado.


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___Ao narrar para algumas pessoas esse continho de sala de aula, recebi duras repreendas. “Mas, como você conta um absurdo desses para os seus alunos?!?”; “O que os estudantes vão pensar do professor?”; “Isso não é algo que se espalhe para adolescentes!”.
___Como nesse ponto eu já gastei toda a minha docilidade com a narração da historinha, respondo com um sorriso sardônico.
___– Se com isso os meus alunos aprenderem a não encarar a questão com o mesmo preconceito que você está demonstrando, toda dor de cabeça que isso pode gerar já terá valido a pena.

23 de março de 2011

Aberto ao público

___Muita gente veio me perguntar, por e-mail, se pode participar do curso sobre a Divina Comédia que eu ofereci para os meus alunos. Tá certo, muita gente é modo de dizer (deve ser minha mania de grandeza), recebi três educados e-mails perguntando isso. Como imaginei que talvez existissem outros interessados (olha minha mania de grandeza aí novamente), resolvi, depois de já ter respondido no particular, abrir a resposta aqui no blog também.
___Todos os interessados são bem vindos. Não me importa a idade, o quanto entende sobre o clássico italiano, nem nada do tipo. Só peço que leiam em casa o canto que trabalharemos em sala e pronto, podem aparecer.


Curso extra - Cartaz


___Fico contente com o pedido educado de alguns leitores por e-mail, mas a minha resposta não poderia ser outra. Quem prestou atenção no cartaz, deve ter percebido que o curso vai acontecer na ETESP, a Escola Técnica Estadual de São Paulo. Minha concepção de espaço público, minha concepção de escola pública é exatamente um local que pertence à população, um lugar que é de todos. Desde que não se atrapalhe os estudantes que por lá estudam, não existe motivo para impedir a entrada de alguém.
___Portanto, quem quiser aparecer nessa quinta, dia 24/III, fique completamente à vontade. Irei analisar com os alunos o Canto I do “Inferno”.


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Nota de cunho (também) humorístico: Não é porque a minha concepção de escola pública é de “um espaço de todos”, que a direção da escola pensa da mesma maneira. Quem for aparecer, por favor, não faça grande alarde pelo local.

18 de março de 2011

Incomodar pedestres é um pecado menor

Killer


___Gosto bastante do trabalho do Adão Iturrusgarai. Como suas tiras costumam ser politicamente incorretas, como ele parece se autocensurar pouco e como trata de swing, sadomasoquismo, coprofilia e afins frequentemente, a Liga das Senhoras Católicas, o grupo Sexo Que Não For Papai-Mamãe É Errado, o Tradição Família e Propriedade ou algum idiota moralista qualquer sempre aparece para atacá-lo. Para falar a verdade, até mesmo algumas pessoas racionais, vez por outra, acabam ofendidas pelo trabalho do Adão. Eu o vejo como um humorista que trabalha na fronteira dos preconceitos sociais e, exatamente por isso, fica em um lugar perigoso.


Rocky e Hudson


___Quase nunca algo que ele faz me incomoda. Para falar a verdade, a tira que eu vou criticar hoje não me ofendeu, entristeceu, nem nada parecido – só achei mesmo que valia uma pequena análise. A tirinha faz parte de uma das suas séries mais comportadas, a “Anos no inferno” ou “Anos no divã”. Ei-la:


Incomodar pedestres é um pecado menor


___É uma tira bonitinha. Os três primeiros quadrinhos falam de abusos feitos por motoristas. São abusos comuns, provavelmente já presenciados à exaustão pelo próprio Adão. O problema é que o tempo no inferno é proporcional à gravidade do pecado.
___“Parar em cima de uma faixa de pedestres” dá “um mês no inferno”; “estacionar em cima da calçada”, “6 meses”; “trancar um cruzamento” resulta em “3 anos no inferno”. Transgressões que atrapalham pedestres revertem em castigos menores do que aquela que atrapalha motoristas. Como se incomodar pedestres fosse menos grave, apenas um pecadilho.
___Provavelmente Adão não pensou diretamente “Atrapalhar outros carros é mais grave do que atrapalhar pessoas não-motorizadas.”. Ao formular a tira, o cartunista deve, simplesmente, ter pensado o que o incomodava em relação a carros. A situação de automóveis em faixas de pedestre ou em calçadas é tão comum que ele acabou vendo nelas pecados veniais, pequenos, justificáveis.
___Enquanto praticamente nada acontece quando se pára em uma faixa, quando se sobe em uma calçada, trancar cruzamentos resulta em altas buzinadas, xingamentos, multas. Placas dizendo que fechar cruzamentos é ruim estão espalhadas pelas cidades.


Nunca feche o cruzamento


___É normal que alguém veja o trancar de um cruzamento como algo mais grave. Até mesmo um cara liberal e inteligente como o Adão acaba ficando com esse discurso incutido na própria cabeça. Só espero que ele consiga se livrar disso, como tantas vezes já conseguiu se livrar de outros conceitos que as pessoas costumam aceitar passivamente.


Viciada em sexo


La vie en rose


Clinch

15 de março de 2011

Cartaz revelador

___Queridos leitores, deem uma olhada no cartaz que eu tive de afixar pelos murais do colégio, para anunciar um curso extracurricular que estou oferecendo para os estudantes:


Curso extra - Cartaz


___Obviamente é possível descobrir um monte de coisas com esse cartaz: professor escolhendo título chamativo só para atrair os alunos; o ressalto de que haverá análise histórica; provavelmente um freudiano competente conseguiria até diagnosticar alguma carência que eu tive na fase oral. O que eu gostaria de ressaltar, no entanto, é outro ponto revelado pelo cartaz: atentem para o local em que o curso vai acontecer.




“Local: Provavelmente na sala 16T”.



___A burocracia interna das instituições de ensino é tão grande que nem é possível saber exatamente onde um curso irá acontecer. As aulas acontecerão “Provavelmente na sala 16T”.
___Nesse ponto do texto, caros leitores, eu adoraria começar a falar como essa burocracia toda atrapalha a Educação, mas hoje não vai dar. Por conta do curso extra, tenho de preencher uma enorme papelada e correr atrás da assinatura do diretor, do presidente do grêmio e de um panda albino que tenha sobrevivido ao terremoto do Japão.

11 de março de 2011

Comida misteriosa

___Adoro descobrir que gosto de algo que eu não sabia gostar. Ouvir uma música nova, apreciar, pesquisar e descobrir que aquele estilo desconhecido me agrada. É maravilhoso. Foram raras as vezes em que me recusei a experimentar algo que eu nunca havia feito e, infelizmente, são meus preconceitos que me aprisionaram e ainda me fazem perder boas oportunidades.
___Como tento aplicar essa vontade de experimentar de tudo a praticamente todos os campos da minha vida, é bom dizer: as comidas figuram em campo privilegiado. Já experimentei a cozinha mexicana, tailandesa, inca, russa. Já fulguraram em meu prato rãs, cogumelos coloridos, ovas de peixe, ostras e algumas coisas estranhas que eu tive de olhar por vários minutos para ter certeza que não iriam me atacar.
___Dito isso, saibam que trabalho no Bom Retiro – bairro com um número muito grande de judeus e coreanos. Já experimentei as duas cozinhas em diversos almoços e aprecio ambas.* Só que, cercado de alunos na saída das aulas, nem sempre dá tempo de parar em algum lugar para comer com calma. Muitos almoços resumiram-se a uma passada rápida no mercadinho coreano mais próximo.
___Além de comprar o que eu já conheço, sempre vou à prateleira de comida oriental e escolho algo com algum ideograma asiático que eu nem imagino o que significa. Com isso, já obtive gratas surpresas (como um delicioso palitinho que eu acredito ser de amendoim com chocolate).
___Para o delírio da platéia, eu poderia agora contar sobre o veneno de rato que eu peguei um dia e comi achando docinho, mas as coisas não são tão trágicas assim. Escolhendo ao acaso, comprei o simpático potinho que vocês podem ver abaixo.


Comida misteriosa


___Depois de almoçar, resolvi abri-lo para descobrir qual seria a atípica iguaria que eu iria experimentar. Ao invés de ser recebido por um sorridente alimento, prestes a ser devorado, encontrei esse triste par de saquinhos.


Comida misteriosa


Comida misteriosa


___Como eu duvido que o objetivo seja comer os pozinhos nesse estado, não sei com o que misturá-los e não pretendo inalá-los para ver se dá barato, estou com dois ingredientes em casa, sem saber o que fazer. Desde que bem educadas, aceito sugestões.


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* E, graças ao Branco Leone, também frequentei bastante uma ótima casa de comida búlgara. Caso alguém queira experimentar, fica na rua Silva Pinto, 356.

9 de março de 2011

Anos folheados de dourado

60 anos de TV no Brasil


___Sente falta da escola? Gostaria de voltar àquele tempo em que você era um estudante? Àquela bela época em que você podia andar pelos corredores do colégio e ver, pendurados, os trabalhos dos seus colegas, cheios de figuras e com poucos (e fracos) textos... Saiba, então, que até o dia 13 de março você poderá voltar a esse paraíso nostálgico na exposição 60 anos de TV no Brasil, na Caixa Cultural.
___Ir à exposição – produzida pelo Pró-TV e financiada com dinheiro público – não vai levar ninguém de volta à juventude ou às diversões do aprendizado. O único ponto ligado à vida escolar presente na 60 anos de TV no Brasil é exatamente a pobreza daqueles trabalhos pendurados nos corredores dos colégios, à guisa de exposição.
___Cartazes com imagens mal coladas e não muito bem dispostas são acompanhadas de textos extremamente fracos, com afirmações pouco confiáveis. Alguns banners, com a impressão de qualidade superior a dos cartazes, encontram-se mal pregados em seus biombos. Os objetos de época, minha parte preferida da 60 anos de TV no Brasil, não receberam o destaque devido.
___A exposição em si é simpática (assim como é simpático o vídeo-recepção de Vida Alves na entrada), mas é extremamente fraca. Eu entendo que tudo foi organizado por gente que ama televisão, que trabalhou com ela há muito tempo, mas claramente não é gente acostumada com aquele tipo de montagem. Tal qual trabalhos escolares de estudantes não muito esforçados, talvez valha mais à pena ouvir a ideia da exposição do que vê-la.


Vida Alves e a sua versão digital
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Nota: Não estou aqui criticando trabalhos de alunos. Existem muitos trabalhos escolares tão bem feitos que mereciam mesmo algum tipo de exposição. Entretanto, infelizmente, não é o comum, não é a média.

6 de março de 2011

O melhor autor

___Dia desses, o Egon, autor do Insomnia Sleepy e ex-aluno meu, veio me perguntar:




“Trida tava lendo um livro outro dia e o autor citou isso e queria saber se concorda: ‘O melhor autor será aquele que tem vergonha de se tornar escritor’ (Humano, demasiado humano. Nietzsche)”.



___Talvez um pouco estranha, quiçá contraditória, a resposta segue abaixo.


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___Admito que, mesmo se eu discordasse completamente, eu ficaria bem pouco à vontade para sair no tapa com as ideias de Friedrich Wilhelm Nietzsche. Entretanto, como eu estou no meu blog, no meu território, e ele só usava um bigode mal aparado (enquanto eu, atualmente, ostento uma belíssima barba – também mal aparada), vou respirar fundo e atacar alguns pontos (e concordar com outros).


Nietzsche por Hans Olde


___Para começar, acho sempre importante tomar cuidado com qualquer tipo de frase solta. Sem contexto, é possível ver, da pena de William Shakespeare, “Sai, prostituta infame!”*, ou, da boca do santo papa Bento XVI, “Peguei mais dois judeus sujos, herr comandante.”**. Mesmo assim, bem sei que Nietzsche, em algumas obras, publicou frases soltas – como o capítulo IV, “Máximas e Interlúdios”, do Além do bem e do mal. O Humano, demasiado humano eu não li e, portanto, não sei bem como o filósofo procedeu.
___Além disso, Nietzsche é famoso por frases de efeito, construções fortes que, nas mãos de alguém habilidoso, podem muito bem ser (e foram) usadas de maneiras escusas. Eu, que já prefiro ficar com um pé atrás com frases soltas normais, com as desse alemão, prefiro nem mexer meus pés.
___Agora é bom lembrar que frases de efeito podem ser interessantes, podem chamar a atenção, mas também podem muito bem ser completamente vazias. Sua mãe que o diga. Portanto, pegar uma frase como “O melhor autor será aquele que tem vergonha de se tornar escritor.” para agredir um escritor é quase tão bobo quanto falar um [voz afetada]“Ai, bailarino...”[/voz afetada] para agredir um dançarino.
___Digo ainda que uma frase taxativa dessas pode ser bastante pobre. Como diabos é possível saber se os melhores autores do mundo tinham mesmo vergonha de ser escritores? Quem sabe todos os bons tinham vergonha, mas exatamente o melhor não tinha. Isso vale para o melhor da história ou só para os melhores de cada época? É possível questionar a frase de tantas maneiras que, sozinha, fica bem fácil de derrubá-la. Ela não se mantém.


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___No entanto, mesmo tendo batido na frase de antemão, tenho de dizer que, se eu for parar para refletir sobre ela, posso muito bem olhá-la com olhos simpáticos.
___“O melhor autor será aquele que tem vergonha de se tornar escritor.”. Mesmo adorando escrever, não sou um escritor tão bom assim*** para dizer se é mesmo assim que o melhor autor pensa.
___No entanto, sei que sou um professor absurdamente bom. Não sei se sou o melhor, mas gosto tanto de dar aula que me esforço muito para ser. Os bons resultados (a aceitação dos alunos, os conflitos com os alunos de cabeça fechada, a demonstração de aprendizado dos alunos no dia-a-dia e nas avaliações) costumam me deixar confiante quanto ao meu bom trabalho. Portanto, para entender melhor a frase de Nietzsche, eu faria nela uma pequena alteração, mais voltada para o que eu realmente entendo. Ficaria mais ou menos assim: “O melhor professor será aquele que tem vergonha de dar aula.”.
___Claro, não sinto vergonha de ensinar; sinto, sim, muito orgulho. Só que o ponto não é exatamente esse, tenho orgulho do meu trabalho, de fazer os alunos aprenderem, mas, ainda assim, tenho vergonha de cada mísera aula que dou.
___Para tentar fazer com que minhas aulas saiam boas, preparo cada uma individualmente, com um cuidado absurdo. Nada na minha vida me toma tanto tempo quanto a preparação das minhas aulas. Já perdi muitas horas de sono por conta delas. Passo meus dias lendo um artigo a mais, acessando um blog, revendo um documentário, tudo por conta de alguma aula que eu vou dar. Mais ainda, quase tudo o que faço no meu cotidiano eu balizo “Será que eu posso usar isso em sala?”. Inclusive acabo por me lembrar uma frase do Nietzsche que encaixa bem no assunto: “Quem é professor nato considera cada coisa apenas em relação aos seus alunos – inclusive a si mesmo.” (Além do bem e do mal, capítulo IV).
___Mesmo me preparando tanto, eu sempre acho que eu poderia saber mais. Sempre penso “Puxa, talvez a aula pudesse ser melhor se eu tivesse tempo de ter lido mais aquele livro ou visto aquele filme.”. Em outras palavras, no fim das contas, eu tenho vergonha das minhas aulas, pois acredito que elas poderiam ser ainda melhores. Acabo tendo vergonha de dar aula.


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___Portanto, Egon, como eu espero ter podido demonstrar, é possível concordar e discordar da frase – sempre de maneiras muito ricas. O importante é não encará-la como dogma, como verdade universal. Por melhor e mais importante que uma frase seja para você, lembre-se de nunca se tornar escravo dela. Ou pelo menos não se tornar escravo dela sem reflexão.


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* Fala de Otelo, na peça homônima.
** Reza a lenda que essa fala de Bento XVI, datada da década de 1940, é composta por duas frases. Completa, é assim: “Peguei mais dois judeus sujos, herr comandante. E sem camisinha.”
*** Sou só o terceiro ou quarto melhor. ;-)

4 de março de 2011

Simpatia para ganhar dinheiro

___Obviamente eu não acredito, nem de longe, que deixar miniaturas de elefante com a bunda virada para a porta, usar roupas íntimas amarelas, colocar sementes de romã na carteira ou comer lentilha, pode trazer dinheiro (a não ser para o vendedor de lentilhas, claro). Para falar a verdade, para mim, a função de todas essas simpatias é me divertir a valer. Sempre morro de rir.
___Mesmo assim, admito que a idéia dessa ave dos ovos de ouro para atrair dinheiro parece mais simpática.


Ave dos ovos de ouro



Ave dos ovos de ouro

1 de março de 2011

Receita para uma tentativa de assassinato

Ingredientes:
- punhado de seres humanos suscetíveis
- carros em número igual ao punhado de seres humanos suscetíveis
- propagandas em grande quantidade
- pessoas levando suas vidas sem automóveis


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Modo de preparo:
___Coloque o punhado de seres humanos suscetíveis mergulhados em grande quantidade de propagandas de que “carro = liberdade”, “carro = poder”, “carro = velocidade”. Deixe marinar por, no mínimo, 18 anos, para garantir que as propagandas estarão bem entranhadas nos seres humanos suscetíveis.
___Coloque cada um dos seres humanos suscetíveis em um carro e leve-os ao forno das ruas (que sempre são menos bonitas e livres do que as da caixa da propaganda).


Comparando sanduíches


___Mantenha-os no forno até esturricar.
___Quando o punhado de seres humanos suscetíveis em seus carros estiverem bem quentes, polvilhe, na frente, pessoas levando suas vidas sem automóveis à gosto.


httpv://www.youtube.com/watch?v=hPOBzJDoNcA


___Sirva gelado. Com o coração bem gelado.

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Observação: Com o objetivo de fazer uma receita apimentada, utilizamos, desta vez, o idiota assassino do Rio Grande do Sul. Mesmo assim, é bom ressaltar: cada motorista que não pára em uma faixa de pedestres para deixar as pessoas passarem é tão assassino e pode fazer um prato tão consistente quanto o puto que quase matou os ciclistas gaúchos. Até que todos os usuários de carros tenham em mente que um carro pode matar com muita facilidade e que são os motoristas que tem de zelar pela vida das pessoas em volta, todos nós vamos continuar a comer esse prato indigesto.

Carro é uma arma