29 de abril de 2023

Ameaças às escolas: dando o nome correto a essa covardia

 

                Neste mês, mais uma vez trabalhei sob ameaças de atentados às escolas em que eu leciono. Eu já havia tido de trabalhar em dias com medo de atentados, mas este abril de 2023 foi, de longe, o com o maior número de anúncios de possíveis ataques. Foi um mês em que pipocaram ameaças em escolas do país inteiro. Ainda bem, nenhum ataque aconteceu a algum lugar em que eu trabalho. No entanto, preciso comentar um pouco a reação básica de quem dirige as escolas.

                No geral, a direção escolhia fingir que nada estava acontecendo até que o pânico das pessoas no corredor por conta das ameaças diretas a escola em que elas estavam se tornava um clamor. Então, a política passava a ser desacreditar que algo poderia acontecer. Isso foi, literalmente, como as ameaças foram tratadas oficialmente.

 


                Essa atitude pode até resolver o problema da direção. Mas, só até que algo aconteça...

                É importante não minimizar esse tipo ameaça. E, principalmente, é importante chamar uma ameaça covarde de ataque a uma escola do que ela realmente é: uma ameaça. Não “fake news, boatos” e afins. Se eu, caro leitor, ameaço atirar em você, mas não atiro, eu não estou fazendo uma fake news. Eu estou ameaçando você. E isso é crime!

                Disfarçar o nome das coisas só ajuda a fazer com que as pessoas não se preparem, não se unam, não se apoiem, não reflitam sobre um assunto. Faz com que o perigo seja negado, ignorado. Portanto, uma anúncio de possível atentado a uma escola, tem de ser chamada de ameaça. E o merda que fez a ameaça (ou, pior ainda, que a concretizou) também tem de ser chamado pelo nome correto: covarde.

               

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