31 de agosto de 2023

Life is Stange e a luta contra o bullying nas escolas

 

*

* Alerta de spoiler do jogo Life is Strange e, aproveitando a nota, link para o local de seu blog em que a Laerte postou a tirinha. 

 ###

            Faz anos que são feitas tentativas infrutíferas para se evitar o bullying nas escolas. Normalmente, quem mais presta atenção a essas tentativas são as próprias pessoas que sofrem a iniquícia. Quem maltrata os outros debocha quase que abertamente dessa busca por uma convivência mais doce. Em meio a essa luta vã, tive, como professor, experiências positivas graças a um jogo: Life is Strange.


            Lançado em 2015, com um lindo visual e uma ótima trilha sonora, o jogo Life is Strange conta a estória de Max Caulfield, uma estudante de fotografia que descobre a habilidade de voltar no tempo. O jogador controla Max e as escolhas feitas afetam a continuidade da estória e a vida das personagens.

            Como o jogo é feito de maneira muito humana, com Max Caulfield refletindo em seu diário ou em seus pensamentos sobre suas atitudes, quem está jogando rapidamente vai se identificando com a personagem e sentindo empatia por quem está ao redor de Max. Seus erros e acertos, momentos de descaso ou de atenção afetam o jogo e são constantemente referenciados. Não há dúvidas sobre como o que você faz acaba atingindo não apenas você, mas quem está a sua volta. E isso é ainda mais estimulado porque a estória é envolvente e surpreendente.

            Faz quase uma década que sempre que cito o Life is Strange em sala de aula, uma legião de fãs aparece. O jogo é ótimo e os dramas da vida escolar-adolescente de Max Caulfield muitas vezes são enfrentados pelos meus estudantes (com exceção do poder de viajar no tempo... que eu saiba). O bullying e seus efeitos são assuntos constantes no jogo. Se quem está jogando não toma atitudes diretas em relação a isso, as repercussões no jogo são enormes.

            Notando o interesse dos estudantes por Life is Strange, costuma ser muito interessante perguntar, principalmente para quem faz bullying, “O que aconteceu com Kate Marsh na sua partida?”. Kate é a personagem mais afetada pela iniquícia no jogo. “As coisas que você faz aqui na escola podem afetar alguém como a Kate foi afetada no jogo?”.


        Já tive mais de um caso de estudante mudando as próprias atitudes depois de pensar um pouco sobre isso. Queira ou não, é o efeito que uma obra de arte (e um professor) pode(m) causar. Principalmente uma obra que conseguiu realmente interessar, encontrar eco entre os jovens.

Obrigado, “Super Max”. Minha heroína do cotidiano.


#####

P.S.: Utilizei uma imagem de propaganda do jogo para mostrar um pouco do gráfico (remasterizado) de Life is Strange. No entanto, ao procurar uma imagem da Kate Marsh, encontrei essa, feita pela artista Elaine Chung @pershuns, que ficou ótima. Então, preferi escolhe-la para ilustrar o texto. 

29 de julho de 2023

O que tira meu sono?

 

            Vídeo curtinho brincando com mitologias para falar sobre o que me tira o sono.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

 - CARDOSO, Carlos. “Quem são os Perpétuos em Sandman?”. Meio Bit. 2022. Disponível em https://meiobit.com/459078/meiobit-explica-quem-sao-os-perpetuos-em-sandman/.

- DAVISSON, Zack. “Baku – The dream eater”. Hyakumonogatari Kaidankai. 2012. Disponível em https://hyakumonogatari.com/2012/10/20/baku-the-dream-eater/.  

- DOCTOR MC’S. “Tik Tak”. Álbum Mallokeragem Zona Leste. 2000. Disponível em https://youtu.be/RA2AHRI2mhY.

- GAIMAN, Neil. Sandman. São Paulo: Panini, 2021.

- ISADORA. “Baku: o mito do devorador de sonhos no Japão. Caçadores de lendas. 2014. Disponível em https://cacadoresdelendas.com.br/japao/baku-o-devorador-de-sonhos/.

- RAMSEY, Peter. A origem dos guardiões. Filme. DreamWorks Animation, 2012.

 

 

30 de junho de 2023

Reutilizada: a estória de uma mesa de luz

     Fui ao Espaço Cia da Revista assistir o espetáculo Depois que você abrir os olhos. Enquanto esperava a peça começar, fiquei passeando pelo local e encontrei essa mesa de luz. 


    Segundo a plaquinha, trata-se de uma mesa de luz, de 1950, vinda da Itália. Bem diferente, mais mecânica e pesada (e parecendo mais durável) do que as mesas de luz atuais. Só como ponto de comparação, fica a mesa de luz do Teatro Bradesco

    Nem imagino a história da mesa de luz italiana (e ninguém sabia me contar), mas posso imaginá-la sendo utilizada, por anos, em algum teatro da Itália. Quando finalmente foi aposentada por lá, algum teatro daqui do Brasil resolveu comprá-la por uma mixaria (o que para a situação normal dos teatros pequenos, significa que pode ter sido uma pequena fortuna). E lá foi a mesa de luz trabalhar por mais algumas décadas. Quando não era mais possível utilizá-la para iluminar os palcos (foi ficando difícil fazer a manutenção ou os componentes novos não funcionavam tão bem assim com a mesa antiga), virou peça de curiosidade para público de teatro. 

    Parece uma trajetória bem interessante para uma mesa de luz. Ainda mais sabendo que, mais de 70 anos depois, ela ainda continua trazendo algum foco de interesse em um teatro.  


8 de maio de 2023

Campeão Mundial de Conciliação

 

                Reflexão em vídeo sobre as atitudes e opiniões de Lula sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Com uma pequena participação de Júlio César.


 

###

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Anônimo. Busto de Júlio César. Escultura. Século I a.E.C..

- Retrato oficial de Volodymyr Zelenskyy. Disponível em https://www.president.gov.ua/en/president/biografiya.

- ALEXANDROV, Alexander Vasilyevich. Canção instrumental do Hino da União Soviética. 1938. Disponível em https://youtu.be/Ct5b0gQUmjQ.

- CÉSAR, Caio Júlio. BELLVM CIVILE – A Guerra Civil. São Paulo: Estação Liberdade. 1999.

- DW Brasil. “Por que Lula não quer ajudar a Ucrânia com armas?”. Vídeo. 2023. Disponível em https://youtu.be/NydnLFw_NNk.

- GAVETA, Anderson. Meme do Putin montado em um urso. Canal: https://www.youtube.com/@gaveta.

- MILIUS, J.; MACDONALD, W.; HELLER, B.. Roma. Seriado. 2005.

- Rádio BandNews FM. “Reinaldo: Lula condena invasão da Ucrânia, como sempre, e fala em paz”. Vídeo. 2023. Disponível em https://youtu.be/eyN3V-jyc70.

- RAMI, Sam. Homem-Aranha. Filme. 2002.

- SUETÔNIO. The Lives of the Twelve Caesars. Project Gutenberg, 2016. Disponível em http://www.gutenberg.org/files/6400/6400-h/6400-h.htm.  


#####

 P.S.: Aproveito para também linkar o Medo e Delírio em Brasília


 

29 de abril de 2023

Ameaças às escolas: dando o nome correto a essa covardia

 

                Neste mês, mais uma vez trabalhei sob ameaças de atentados às escolas em que eu leciono. Eu já havia tido de trabalhar em dias com medo de atentados, mas este abril de 2023 foi, de longe, o com o maior número de anúncios de possíveis ataques. Foi um mês em que pipocaram ameaças em escolas do país inteiro. Ainda bem, nenhum ataque aconteceu a algum lugar em que eu trabalho. No entanto, preciso comentar um pouco a reação básica de quem dirige as escolas.

                No geral, a direção escolhia fingir que nada estava acontecendo até que o pânico das pessoas no corredor por conta das ameaças diretas a escola em que elas estavam se tornava um clamor. Então, a política passava a ser desacreditar que algo poderia acontecer. Isso foi, literalmente, como as ameaças foram tratadas oficialmente.

 


                Essa atitude pode até resolver o problema da direção. Mas, só até que algo aconteça...

                É importante não minimizar esse tipo ameaça. E, principalmente, é importante chamar uma ameaça covarde de ataque a uma escola do que ela realmente é: uma ameaça. Não “fake news, boatos” e afins. Se eu, caro leitor, ameaço atirar em você, mas não atiro, eu não estou fazendo uma fake news. Eu estou ameaçando você. E isso é crime!

                Disfarçar o nome das coisas só ajuda a fazer com que as pessoas não se preparem, não se unam, não se apoiem, não reflitam sobre um assunto. Faz com que o perigo seja negado, ignorado. Portanto, uma anúncio de possível atentado a uma escola, tem de ser chamada de ameaça. E o merda que fez a ameaça (ou, pior ainda, que a concretizou) também tem de ser chamado pelo nome correto: covarde.