13 de março de 2016

Imagina...

Enriqueta, por Liniers.

___Ler um livro e sentir sede enquanto a personagem principal peregrina no deserto. Jogar RPG e ficar assustado em um corredor escuro. Assistir uma aula de História praticamente sentindo o fedor cheiro da época. Montar uma coreografia de dança parado, apenas ouvindo a música repetidas vezes. 
___A imaginação é, para mim, uma dádiva maravilhosa. Não é à toa que quando alguém me agradece por algo, ao invés de responder com o clássico “De nada.”, prefiro dizer:
___– Imagina...
___Parece bem mais doce. Como se eu estivesse desejando algo de bom para a pessoa. E, para falar a verdade, realmente estou. 
___Por isso mesmo, não pude deixar de sorrir (e ter vontade de escrever esta pequena crônica) quando, em meio à leitura do Quincas Borba, de Machado de Assis, encontrei um meigo “No dia seguinte, Sofia acordou cedo, ao som dos trilos da passarada de casa, que parecia dar-lhe um recado de alguém. Deixou-se estar na cama, e fechou os olhos para ver melhor.”.

Quincas Borba, de Machado de Assis (folha de rosto da primeira edição)

Um comentário:

  1. Eu também uso muito o "imagina", mas nunca pensei nesse sentido. Acho muito mais lindo!

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