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31 de julho de 2025

Marcas de quem leu

             Eu adoro ler, mas não sou lá a pessoa que tem mais cuidado com livros físicos. Pra mim, livro é para ser lido, não é para ser um objeto intocável como a Mona Lisa no Louvre ou o action figure da princesa Leia, de 1988, ainda na caixa, que meu vizinho do quinto andar deixa dentro de uma redoma de vidro. Meus livros são grifados, com post-its, andam comigo no ônibus. O que me importa é lê-los, não simplesmente preservá-los para a fazendinha de pó (safra automóveis de São Paulo, 2025) no alto da estante.

            A exceção, óbvio, são os livros das bibliotecas. Aquelas obras não me pertencem, elas são de todo mundo. Têm de estar inteiras e no melhor estado possível para a próxima pessoa que for ler. Então, por mais que esses livros também me acompanhem no transporte público, eles nunca são riscados e são sempre abertos com muito cuidado.

            Não é à toa que as pessoas que trabalham em bibliotecas deixam registrados os danos que os livros já sofreram. Peguei um livro certa vez que a filipeta da biblioteca dizia “manchas de umidade a partir da página 50”. Eram manchas pequenas, mas o aviso servia para nenhum usuário tomar uma bronca injusta por algo que não havia feito. Se bem que, também, já peguei livros em mau estado, sem nenhuma marcação feita pela biblioteca e fiquei receoso de tomar algum pito no balcão de devolução.

           



            Esta semana, depois de meses tentando, consegui retirar o A amiga genial, da Elena Ferrante. A biblioteca perto do meu trabalho só tem um exemplar e ele estava sempre alugado. Exatamente por passar por muitas mãos, o livro não está lá no seu melhor estado de conservação. Sem ligar para isso, fiquei feliz por encontrar a obra e a levei até o balcão. A bibliotecária me atendeu, registrou tudo e me entregou:

            – Devolução até dia 8 de agosto.

            Agradeci e, saindo da biblioteca, conferi a filipeta.

           



            Atenciosa e sincera, a bibliotecária escreveu: “livro com muuuuuitas marcas de uso”.

Achei a atendente muuuuuito fofa. Com certeza não vou tomar bronca na hora de devolver o livro.

            

3 de março de 2025

Carnaval, com uma criança, em tempos de internet

 

            Meu sobrinho mais velho não tem a menor vontade de fazer programas mais agitados de carnaval. Mas, aceitou dançar... se fosse para gravar um vídeo:

 


 

Música: SneakyBass Latina (Jimmy Fontanez, Doug Maxwell & Media Right Productions).

Versão vertical no YouTube ou no Instagram.

24 de dezembro de 2024

Um presente


            Eu e minha esposa presenteamos uma amiga querida com o doce livro da Helô D'Angelo. As imagens abaixo são, respectivamente, (1) o livro e a cartinha com a dedicatória, (2) o livro e o envelope-tsuru para a carta e (3) o fofo embrulho de natal da Livraria Simples.

 




            Obviamente, nem a Helô, nem a Simples me pagaram para fazer publicidade deles. Honestamente, neste momento, qualquer tentativa de me pagar para fazer propaganda seria um desperdício de dinheiro, mas indico ambos (e por isso os linkei). A Carol, a minha amiga presenteada, não está linkada porque ela não está vendendo nada e não sei se apreciaria esse tipo de publicidade.

 

            Ah, e para quem gosta de espiar cartinhas alheias, segue abaixo:

 

Carol,

 

            Começamos a admirar você em momentos diferentes. Eu, durante o clube do livro que organizei aqui no prédio; a Marcela, depois dos primeiros momentos das reuniões dos conselhos. E foi pela admiração que temos e por toda a luta que vocês têm feito juntas que resolvemos presentear você com este livro.

            Encontrei por acaso este Nosolhos de quem vê na biblioteca. Li, refleti, fiquei com raiva, com vontade de chorar, admirado... e, ao chegar em casa, comentei com a Marcela que talvez um dia uma das nossas sobrinhas precisasse do livro (atualmente elas têm 4 e 2 anos e só precisam do tio fantasiado do Papai Noel). Quando decidimos demonstrar toda a admiração que nutrimos por essa pessoa maravilhosa que você é, este livro caiu como uma luva para você que, além de tudo, é mãe de meninas que talvez estejam na idade certa para a obra.

            Esperamos que goste do carinho e da leitura.

 

Feliz aniversário e boas festas.

Mauricio e, coassinando, Marcela. 

30 de novembro de 2024

– E as crianças?

 

            Naqueles segundos em que duas pessoas semidesconhecidas ficam trancadas dentro de um elevador, muitas vezes rola um silêncio sem graça; em outras, aprofunda-se em um interessantíssimo tratado de meteorologia – “Tá quente, né?”. Não são essas as estratégias de uma vizinha que, recentemente, mudou-se para o meu prédio.

            Tentando aparentar intimidade, logo no primeiro encontro que minha esposa e eu tivemos com essa vizinha, após as protocolares trocas de cumprimentos, ela já mandou:

            – E as crianças, como estão?

            Estranhando um pouco e meio constrangidos, respondemos um “Bem...”.

Nos encontros futuros, o “E as crianças?” se repetia e o diálogo nunca caminhou muito mais que isso. Até que, em um final de semana, no início da noite, nós chegamos ao prédio, chamamos o elevador e, enquanto esperávamos, a vizinha chegou:

– Boa noite.

– Boa noite. Tudo bem? – respondi, enquanto abria a porta do elevador.

– Tudo. E as crianças, como estão?

– Ah, hoje devem estar um pouco chateadas. Passamos a tarde toda fora e elas ficaram sozinhas.

Estranhando a informação, a vizinha ficou um segundo parada depois de apertar o botão do sétimo andar. Virou-se, olhou nos olhos da minha esposa e perguntou:

– Mas... são crianças ou adolescentes?

– ... Éééé... São cachorros.

– Ah, tá.

Subimos o resto da viagem em silêncio.

 

30 de setembro de 2024

Quer rejuvenescer seu cachorro? Pergunte-me como.

             Como já contei por aqui, em maio eu e minha esposa adotamos uma cachorra idosa chamada Sherazade. Sabíamos que não seria um processo fácil, mas, com muita paciência, tudo funcionou sem surpresas. Ou melhor, tivemos uma surpresa: a cachorrinha começou a rejuvenescer. 

            Tá, eu sei, ela não é O curioso caso de Benjamin Button e não está rejuvenescendo. Mas, algo muito interessante tem acontecido. Quando a Sherazade chegou aqui em casa, o focinho dela era bem branquinho. Agora, pouco mais de 4 meses depois, cada vez mais pelinhos castanhos têm aparecido no focinho dela. Veja as fotos abaixo. A foto de cima, logo que ela chegou, em maio; a outra tirada agora, no fim de setembro.

 



            Se alguém veio aqui ler este texto em busca de uma receita milagrosa, saiba que não fizemos nada de espetacular. A cachorra chegou muito acima do peso. Seguimos as recomendações do veterinário e estamos cuidando da dieta dela, dando uma ração (que me custa um fígado por mês) para ajudá-la no emagrecimento. Além disso, ela era uma cachorra de uma senhora que tinha dificuldade para andar e, portanto, a Sherazade não passeava. Atualmente, ela faz bons passeios todos os dias (passeios que foram aumentando de tamanho aos poucos).

            Só amor e cuidado, nada de mágico. A não ser que, daqui a uns meses, eu venha mostrar uma foto dela filhotinha. 




30 de junho de 2024

Capítulo "Passeando (virtualmente) no museu"

    No mês passado, foi publicado um capítulo que eu escrevi para o livro Metodologias ativas: práticas docentes em ensino híbrido

    Quem acompanha tudo que sai publicado aqui no Incautos do Ontem, durante a pandemia de Covid-19 não apenas viu minha análise sobre minha "prática docente em ensino híbrido remoto", como também pôde ver parte das aulas que ficaram gravadas em vídeos e podcasts.  

    No capítulo do livro, conto como foi uma das atividades, a do podcast do "Passeio virtual pelo Museu de Arte Islâmica do Cairo". Para quem estiver interessado, o livro pode ser encontrado aqui. Meu capítulo começa na página 216. 

Referência: TRIDA, Mauricio Camargo. Passeando (virtualmente) no museu. In: BELEZIA, Eva C.. Metodologias ativas: práticas docentes em ensino híbrido. São Paulo: Centro Paula Souza, 2024. pp. 216-221.

31 de maio de 2024

Referências

 

            Eu e minha esposa acabamos de adotar uma cachorrinha. Como gosto de nomes históricos para meus bichinhos (e tive de adaptar seu nome anterior, já que ela tem uns 10 anos), resolvi chamá-la de Sherazade. Para minha surpresa, quase sempre que me perguntam o nome da cachorra e eu respondo, as pessoas ficam me olhando com a maior cara de dúvida. Variações do seguinte diálogo costumam acontecer:

            – Que diferente, de onde você tirou esse nome?

            – Do livro As mil e uma noites. É a Sherazade a contadora de estórias da obra.

            – Puxa, nunca ouvi falar.

            Acho muito estranho. Pensei que todo mundo conheceria a Sherazade. Mesmo com ninguém assistindo ao formidável enterro de minha última quimera, sempre me impressiono ao ver o quão diferentes são as referências de cada pessoa.

 



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P.S.: Até agora, encontrei mais pessoas que conhecem a Rachel Sheherazade do que a personagem dAs mil e uma noites.

P.P.S.: Em 2020, em meio as aulas online da pandemia, gravei um podcast em que cito a literária Sherazade. Está no Spotify for Podcasters ou no YouTube, caso alguém se interesse.



24 de janeiro de 2024

Minha carreira e a Arte

 

            Pequeno vídeo contando um pouco sobre a minha carreira e homenageando Nicolau Sevcenko, um dos melhores professores que eu já tive.

 



Materiais utilizados e citados no vídeo:

- Fotos e vídeos de arquivo pessoal feitas por estudantes doces.

- Nicolau Sevcenko no programa Provocações (2012, disponível em https://youtu.be/CxFaHUusv5g?si=B6xedLN3QzdpmnaZ) e no canal do filme Elena, palestrando em Harvard (2014, disponível em https://youtu.be/lvh-1jaYlAE?si=zpHab5cl5nbpxc_o).

- TRIDA, Mauricio Camargo. Cuidado onde pisa: a influência do solo nos passos de dança de salão. O Mosaico. 14(1). Curitiba: Unespar/FAP, 2022. Disponível em https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/mosaico/article/view/4606.

- TRIDA, Mauricio Camargo. Passeando (virtualmente) no museu. In: BELEZIA, Eva Chow (org.). Metodologias Ativas: Práticas docentes em Ensino Híbrido. São Paulo: CPS, 2024. (No prelo.)

31 de outubro de 2023

Arte e a primeira vez*

 * NSFW, mas deveria ser.

            Você lembra onde viu a Mona Lisa pela primeira vez? Eu não lembro. Obviamente não foi no Louvre, porque nunca estive lá. Parece que eu sempre soube da existência da mais famosa pintura de Leonardo da Vinci, como se tivesse nascido sabendo. Mas, óbvio, não foi assim.

            Algumas obras de arte são tão comuns que parece que sempre estiveram dentro da minha cabeça. Provavelmente, todo mundo deve se sentir assim sobre algumas obras. Por isso mesmo, quando vejo uma obra que não conhecia e gosto, fico com uma sensação gostosa de saber exatamente quando e onde a vi pela primeira vez. Sei, por exemplo, exatamente o que estava acontecendo quando tive meu primeiro contato com A origem do mundo, pintura de 1866 de Gustave Courbet.



            Mais ou menos no auge do Facebook, algumas mães, felizes pelo bebê que acabara de nascer, postavam fotos amamentando. Com a desculpa de que queria evitar fotos pornográficas, a rede social censurava as imagens e bloqueava os perfis das mães. Alguns homens, em apoio a essas mulheres, publicaram fotos sem camisa e, obviamente, não sofreram nenhuma censura do Facebook. Até que um homem da minha rede (desculpe-me, não vou me lembrar quem foi) não postou uma foto, mas, sim uma pintura. A pintura de Gustave Courbet. Sem entender a ironia (seja da pintura, seja da postagem), a rede social censurou a pintura e bloqueou o rapaz –, que, na época, publicou um texto em um blog contando o caso.

            Sim, o Facebook censurou uma pintura do século XIX. De qualquer modo, foi assim que eu vi, pela primeira vez, A origem do mundo e descobri que se tratava de uma pintura muito famosa.

            Nesta semana, passeando pelo Sesc Avenida Paulista, entrei na exposição Tornar-se Orlan, da artista francesa Mireille Suzanne Francette Porte, mais conhecida como Orlan. Lá, escondida em um canto, tive o prazer de ver, pela primeira vez, a obra A origem da guerra (1989).


            Orlan fez uma releitura maravilhosa da obra de Gustave Courbet. A origem da guerra foi feita nos mesmos moldes dA origem do mundo, reproduzindo, inclusive o tamanho e a moldura. A obra de Orlan mantém a ironia presente na de Courbet, choca o público (efeito também causado por A origem do mundo) e acrescenta um elemento feminista (possivelmente ausente em Gustave Courbet).

            Fico feliz de ter conhecido ambas as obras e de ter o privilégio de lembrar exatamente como as conheci.

 

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P.S.: Em 2014, a artista Deborah de Robertis fez uma performance em frente ao quadro A origem do mundo chamada Espelho da Origem mostrando o mesmo que a pintura mostrava. Os seguranças esvaziaram a sala, procuraram ficar na frente da artista e ela acabou escoltada para fora do Museu de Orsay pela polícia. Aqui um texto legal sobre a obra e aqui um vídeo da performance



31 de agosto de 2023

Life is Stange e a luta contra o bullying nas escolas

 

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* Alerta de spoiler do jogo Life is Strange e, aproveitando a nota, link para o local de seu blog em que a Laerte postou a tirinha. 

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            Faz anos que são feitas tentativas infrutíferas para se evitar o bullying nas escolas. Normalmente, quem mais presta atenção a essas tentativas são as próprias pessoas que sofrem a iniquícia. Quem maltrata os outros debocha quase que abertamente dessa busca por uma convivência mais doce. Em meio a essa luta vã, tive, como professor, experiências positivas graças a um jogo: Life is Strange.


            Lançado em 2015, com um lindo visual e uma ótima trilha sonora, o jogo Life is Strange conta a estória de Max Caulfield, uma estudante de fotografia que descobre a habilidade de voltar no tempo. O jogador controla Max e as escolhas feitas afetam a continuidade da estória e a vida das personagens.

            Como o jogo é feito de maneira muito humana, com Max Caulfield refletindo em seu diário ou em seus pensamentos sobre suas atitudes, quem está jogando rapidamente vai se identificando com a personagem e sentindo empatia por quem está ao redor de Max. Seus erros e acertos, momentos de descaso ou de atenção afetam o jogo e são constantemente referenciados. Não há dúvidas sobre como o que você faz acaba atingindo não apenas você, mas quem está a sua volta. E isso é ainda mais estimulado porque a estória é envolvente e surpreendente.

            Faz quase uma década que sempre que cito o Life is Strange em sala de aula, uma legião de fãs aparece. O jogo é ótimo e os dramas da vida escolar-adolescente de Max Caulfield muitas vezes são enfrentados pelos meus estudantes (com exceção do poder de viajar no tempo... que eu saiba). O bullying e seus efeitos são assuntos constantes no jogo. Se quem está jogando não toma atitudes diretas em relação a isso, as repercussões no jogo são enormes.

            Notando o interesse dos estudantes por Life is Strange, costuma ser muito interessante perguntar, principalmente para quem faz bullying, “O que aconteceu com Kate Marsh na sua partida?”. Kate é a personagem mais afetada pela iniquícia no jogo. “As coisas que você faz aqui na escola podem afetar alguém como a Kate foi afetada no jogo?”.


        Já tive mais de um caso de estudante mudando as próprias atitudes depois de pensar um pouco sobre isso. Queira ou não, é o efeito que uma obra de arte (e um professor) pode(m) causar. Principalmente uma obra que conseguiu realmente interessar, encontrar eco entre os jovens.

Obrigado, “Super Max”. Minha heroína do cotidiano.


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P.S.: Utilizei uma imagem de propaganda do jogo para mostrar um pouco do gráfico (remasterizado) de Life is Strange. No entanto, ao procurar uma imagem da Kate Marsh, encontrei essa, feita pela artista Elaine Chung @pershuns, que ficou ótima. Então, preferi escolhe-la para ilustrar o texto. 

29 de julho de 2023

O que tira meu sono?

 

            Vídeo curtinho brincando com mitologias para falar sobre o que me tira o sono.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

 - CARDOSO, Carlos. “Quem são os Perpétuos em Sandman?”. Meio Bit. 2022. Disponível em https://meiobit.com/459078/meiobit-explica-quem-sao-os-perpetuos-em-sandman/.

- DAVISSON, Zack. “Baku – The dream eater”. Hyakumonogatari Kaidankai. 2012. Disponível em https://hyakumonogatari.com/2012/10/20/baku-the-dream-eater/.  

- DOCTOR MC’S. “Tik Tak”. Álbum Mallokeragem Zona Leste. 2000. Disponível em https://youtu.be/RA2AHRI2mhY.

- GAIMAN, Neil. Sandman. São Paulo: Panini, 2021.

- ISADORA. “Baku: o mito do devorador de sonhos no Japão. Caçadores de lendas. 2014. Disponível em https://cacadoresdelendas.com.br/japao/baku-o-devorador-de-sonhos/.

- RAMSEY, Peter. A origem dos guardiões. Filme. DreamWorks Animation, 2012.

 

 

29 de novembro de 2022

Pés molhados

 

                Semana passada, eu estava caminhando para o trabalho em meio a uma bruta chuva. Meus sapatos estavam encharcados e meu mal humor me fazia ficar praguejando contra toda e qualquer coisa. Em uma esquina, passo ao lado de uma barraca.

                Barracas, em que pessoas em situação de rua moram, se tornaram absurdamente frequentes pelas ruas de São Paulo. É triste, mas, como costuma acontecer em Sampa, tornaram-se parte do cenário.

Nos poucos segundos que estive ao lado da barraca, deu para ouvir lá de dentro:

– Ei, para de se mexer!

– É que tem uma goteira em cima do meu pé...

Continuei meu caminho em direção ao trabalho me sentindo mal de, alguns segundos antes, estar praguejando. Não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento para ajudar aquelas pessoas que estavam, em uma barraca furada, no meio da chuva. Pelo menos eu poderia ir para o trabalho sem reclamar.

30 de junho de 2022

A influência do solo nos passos de dança de salão

     Uso este blog para me divertir e vivo colocando aqui coisas aleatórias que eu produzo. Publico crônicas que me dão vontade de escrever, críticas, indicações diversas, contos rejeitados em outros lugares (porque eu mesmo não vou rejeitar meus contos, no meu blog)... Passei 2020 e 2021 postando videoaulas e podcasts que eu gravei para meus estudantes por conta das aulas online. Sendo assim, se você está aqui porque aprecia qualquer dessas produções minhas, hoje vou linkar uma acadêmica. 

        No fim do mês passado, saiu publicado na revista O Mosaico, da Universidade Estadual do Paraná, um artigo científico que eu escrevi sobre a influência do solo, do chão, no surgimento dos passos de dança de salão. É parte do meu trabalho como historiador de História da Dança. Fica o link do meu "Cuidado onde pisa"

        Boa leitura. 

28 de fevereiro de 2022

Respirando em sala de aula

     Durante a maior parte do isolamento social de 2020 e 2021, as escolas se mantiveram fechadas com aulas online. Durante todo o tempo, um monte de pais com filhos em escolas particulares, muito mais preocupados em se verem livres das próprias crias por algumas horas do que com a saúde delas, fez uma forte campanha contra os cursos à distância. 

        O argumento mais comum é que as aulas online estavam prejudicando os estudante, que assim eles não conseguiam aprender, que a formação ficaria defasada etc.. Eu, pessoalmente, não vi nenhum dos problemas tão alardeados, seja acompanhando meu sobrinho de seis, sete anos, seja como professor vendo o resultado dos meus alunos. 

            Agora, em 2022, as aulas presenciais voltaram completamente. Os mesmos problemas que existiam antes continuam existindo e ninguém parece preocupado em resolvê-los. Por exemplo: as salas de aula continuam lotadas. Seja por conta da saúde ou por preocupação com o aprendizado, isso é péssimo. Porém, é mais fácil encontrar um duende do que alguém tentando resolver esse problema de verdade. 

            Ensinar de máscara é horrível. Força-se mais ainda a garganta e as interações que se faziam com sorrisos, caretas e afins acabam muito prejudicadas. Isso não significa, nem de longe, que eu esteja aqui defendendo que se pare de usar máscaras: só farei isso quando o Átila me der a sua benção. 

            Ainda que seja um momento político e social extremamente difícil, voltar a interagir com os alunos fisicamente, apesar de tudo, está sendo uma delícia. Só é uma pena que essa tirinha de 2019 da Laerte pareça ainda mais atual:



31 de janeiro de 2022

Protesto, com um certo toque de sutileza

     Nos últimos dois anos, fiz questão de dividir aqui no blog algumas das videoaulas e podcasts que eu gravei para os meus estudantes por conta da pandemia e das aulas online. Os bandeirantes, figurinhas comuns no ensino de História em São Paulo, acabaram sendo assunto em mais de uma oportunidade. Em uma das aulas, fiz questão de terminar o assunto mostrando a estátua do Borba Gato sendo queimada

    
    O protesto feito queimando a estátua impactou, trouxe muita discussão sobre o assunto e, também, trouxe muita atenção para a estátua. Em menos de 24 horas já existiam diversas propostas de restauro e afins. 
    Em outro canto de São Paulo, outra estátua de bandeirante, o Monumento ao Anhanguera, na Avenida Paulista, também foi alvo de um protesto. Só que esse foi mais sutil. Veja as fotos que eu tirei abaixo: 


   Talvez você, leitor, esteja pensando: "O que há de sutil? Quem não se tocou que estão falando que o Anhanguera tem as mãos sujas de sangue?". OK, concordo, não é nada sutil. No entanto, alguém conseguiu, mesmo em frente a um posto móvel da Polícia Militar, manchar uma das mãos do bandeirante de vermelho. E, mais do que isso, faz meses que alguém fez isso e, até agora, a intervenção "sutil" não saiu de lá. 

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Atualização (30/09/2023): Citando esta postagem em um texto que escrevi em setembro de 2023, descobri que o jornalista José Brito, dois meses depois deste texto, citou o caso da mão sangrada do Anhanguera. Foram necessários mais alguns meses para que o protesto fosse retirado. Aqui José Brito anunciando o fato.

30 de novembro de 2021

Museu do Ipiranga ou melhor... Museu Paulista

     Vídeo-aula comentando como o Museu do Ipiranga monta toda uma narrativa histórica para defender a tese de que São Paulo foi importantíssimo para a formação do Brasil.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991.

- Imagens dinâmicas do museu: Jornal da Gazeta. 2007. https://youtu.be/xK4hnPipC5Q.

- ALBUQUERQUE, Georgina de. Sessão do Conselho de Estado. Pintura. 1922.

- AMÉRICO, Pedro. Independência ou morte. Pintura. 1888.

- BRIZZOLARA, Luigi. Esculturas dos bandeirantes Fernão Dias Pais Leme e Antônio Raposo Tavares. c. 1920.

- CALIXTO, Benedito. Domingos Jorge Velho. Pintura. 1903.

- HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2014.

- LE GOFF, Jacques. História & Memória. Campinas: Unicamp, 2013.

- MOREIRA, Quincas. Kazoom. Trilha sonora. 2020. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- PARANHOS, Paulo. Primeiros núcleos populacionais no Sul das Minas Gerais. In: Histórica. nº 7. 2005.

- The U.S. Marine Corps Band. Roast Beef of Old England. Trilha sonora. 2016. https://www.youtube.com/audiolibrary.  

2 de abril de 2021

Sexta-feira Santa sem carne

               Não sou uma pessoa muito religiosa (o que, na verdade, é só um eufemismo para dizer que eu não sou nada religioso). Apesar disso, fui criado em uma família católica. Durante grande parte da minha infância e adolescência, fui à missa com meus pais, aprendi e segui vários ritos da doutrina cristã.
            Fui crescendo e questionando boa parte do que eu havia aprendido em relação à religião. Passei, cada vez mais, a ficar incomodado por acreditar em algo sem provas. Por fim, abandonei completamente qualquer tipo de crença religiosa. Por outro lado, minha família continuou vivendo do mesmo jeito.
            Hoje, logo cedo, meu pai mandou uma mensagem para toda a família lembrando que “Hoje é Sexta-feira Santa. Nada de comer carne!”. Como os mitos e rituais cristãos não fazem parte das minhas crenças, nos últimos anos eu ignorei qualquer tipo de recomendação religiosa para não comer carne na Sexta-feira Santa (do mesmo jeito que não sou muçulmano e, portanto, não jejuo no Ramadã). Só que, nesta sexta-feira, por conta da crise econômica causada pela pandemia e pela falta de uma articulação governamental decente, o preço de tudo – inclusive da carne – subiu muito. Resultado, hoje não comi carne.
            Meu pai deve ter ficado satisfeito.
 
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P.S.: Vídeo divertido sobre a mudança de preços durante o governo Bolsonaro:


5 de fevereiro de 2021

Um diário do ano da peste (foco educacional) ou Relato de como foi dar aulas para o Ensino Médio, em uma escola pública, em 2020

            Faltando poucos dias para o início do ano letivo de 2021, achei que valia a pena relatar como foi lecionar para turmas do Ensino Médio, em uma escola pública de São Paulo, em meio à pandemia de COVID-19.

 

O início da quarentena

             Pensando simplesmente nas minhas salas de aula, 2020 começou de maneira bem parecida com 2019. Alguns alunos já conhecidos, um monte de novos estudantes, os mais diversos interesses, bagunça, diversões, sonhos e tudo mais que rola em uma escola.

            Em meados de março, com o crescimento do receio das pessoas por conta da pandemia, a escola fechou (mais ou menos no mesmo momento que fechou tudo o que foi possível fechar aqui em Sampa). Aconteceram algumas semanas de ajustes, reuniões online e em abril os estudantes voltaram a ter aula, só que de maneira virtual.

            O período de aulas em que a escola ficou fechada não foi “perdido”. Simplesmente descontaram das férias. “Oras, seu vagabundo. Tinham de descontar mesmo. Você por acaso trabalhou durante esse intervalo?”. Claro que trabalhei, querido interlocutor imaginário. Eu e todos os professores tivemos de utilizar esse tempo para adequar os cursos presenciais para online. Não é uma tarefa simples se você quer fazer bem feito.

            Com a volta às aulas em um novo formato, o receio dos estudantes foi palpável. Por isso, tentei ser o mais doce e compreensivo possível no final do primeiro bimestre. Mesmo assim, deixei claro para os estudantes (algo que eu sempre tento deixar claro em sala de aula): aprender não é um processo passivo. Sentar e olhar uma pessoa dando aula não é aprender, é assistir uma aula. Aprender demanda esforço. É necessário assistir a aula, tirar dúvidas, ler, rever, testar seu conhecimento, demonstrar seu conhecimento (mesmo que seja só para você), debater, saber o que destacar e mil outras coisas. É um processo lento, difícil, trabalhoso, mas que muitas vezes acaba também sendo prazeroso. De complemento ao assunto eu indicaria uma fala do doce Rubem Alves

 

Como foram as aulas

                Muitos colegas professores repetiram à exaustão, quase como um mantra, que o que eles estavam a dar não era um curso à distância, eram aulas remotas. Pois bem, isso pode até ter sido o caso de muitos dos meus colegas, mas não foi o meu caso. Foi trabalhoso, mas o que eu fiz em 2020 foi dar um curso à distância para os meus estudantes.

Em primeiro lugar, as aulas expositivas. Existem inúmeras vídeo-aulas pela internet. Um monte de professores pelo mundo gravam suas aulas e liberam gratuitamente. Eu não tive nenhum pudor de utilizar essas aulas. Diga-se de passagem, selecionar boas aulas online é um trabalho hercúleo, porque existe muita porcaria. Mesmo assim, exatamente para permitir que meus estudantes tivessem contato com outras aulas além das minhas, fiz questão de selecionar as melhores (e, também, algumas ruinzinhas que serviram para, junto aos estudantes, encontrar os erros alheios).

Além disso, é óbvio que eu também dei minhas aulas. Nenhuma delas ao vivo. Explico aqui meus motivos. (1) Apesar da escola ter fornecido internet para todos os estudantes que não tinham acesso à rede, alguns estudantes não tinham a melhor internet do mundo. Assistir uma aula ao vivo com uma internet falhando é bem ruim. (2) A minha internet poderia faltar em uma aula ao vivo, o que seria péssimo. Sem contar que é horrível assistir essas aulas ao vivo em que a conexão falha em alguns pontos. “Olá, estudantes. Hoje eu vou falar para vocês sobre Carl... gno e sua coroaç... natal de...”. Fica chato, muito pode se perder e o professor pode nem ficar sabendo. (3) Para terminar, gosto da ideia de uma aula gravada, que a pessoa pode ver e rever, pausar e voltar e, principalmente, pode assistir no momento que for melhor para ela.

Como complemento, não queria simplesmente ligar uma câmera e falar. Minha vontade era a de fazer aulas editadas, mostrando mapas dos lugares que eu comentava, imagens das figuras históricas, com trilhas sonoras nos momentos chaves, etc.. Entrei então em contato com algumas empresas que editam vídeos e podcasts que eu aprecio. E descobri que elas cobram por minuto de edição o que eu ganho por dois dias de trabalho. Isso mesmo, por um minuto de um vídeo editado com efeitos eu teria de pagar mais do que eu ganharia dando dois dias de aulas. Não são as empresas de edição que estão erradas, sou eu que ganho mal mesmo.

Resultado: sentei e aprendi a editar.* Só que, literalmente, para cada 10 minutos de aula gravada eu perdia fácil mais de duas horas editando. Você pode rir de mim, mas foi o que eu consegui aprendendo do nada. Não é à toa que eu postei as aulas online aqui no blog. As aulas consumiram muito do meu tempo e atrapalharam minha rotina de textos. Como eu sempre fazia roteiros para as aulas, imaginei que quem gosta de me ler iria gostar de assistir ou ouvir, então espero ter agradado meus alunos e os leitores aqui do Incautos.

Como a oferta de aulas online sobre os temas mais básicos de História existem de monte, fiz questão de gravar aulas sobre temas mais atípicos, sobre assuntos que eu não encontrei ou fazendo o que não existia em aulas online – como analisar documentos históricos, por exemplo. Por achar ótimas aulas sobre Alexandre, o Grande, mas nada de bom sobre seu pai, gravei um podcast com a biografia de Filipe II; para falar de Joana d’Arc utilizando documentos da época, montei essa vídeo-aula; para falar sobre o conceito de clássico utilizando músicas e desmistificando preconceitos, fiz esse podcast. Os exemplos estão todos espalhados pelas minhas postagens de 2020. Pode não ser um primor de edição, mas são aulas boas e atípicas.

 

O curso

            Como eu disse acima, eu não dei simplesmente aulas remotas, eu montei um curso de educação à distância. As aulas expositivas foram simplesmente uma pequena parte de tudo. Meus estudantes tiveram contato com diversos tipos de obras de arte, fizeram exercícios, participaram de debates, montaram linhas do tempo, produziram conhecimento, assistiram documentários, fizeram passeios online a museus e cidades, leram artigos científicos e mais inúmeras outras atividades que os ajudaram a aprender um pouco mais tudo que estava sendo ensinado.

            Outro ganho incomensurável do curso online foi poder proporcionar um atendimento individual a cada estudante. Qualquer curso, seja de Ensino Fundamental, Médio ou Superior, que coloque mais do que dez alunos em uma sala de aula, não está preocupado realmente com o aprendizado. Sim, o colégio de elite que coloca 40 estudantes em uma sala sabe que não está fazendo seu trabalho de ensinar direito. Não estou dizendo que palestras com quarenta, cinquenta ou centenas de pessoas são inválidas, mas aulas não são (ou não deveriam ser) palestras. Em uma aula o professor tem de saber se aquelas pessoas presentes estão entendendo o que está sendo explicado. O professor tem de acompanhar o que cada uma das pessoas ali está conseguindo produzir. Se não for assim, infelizmente é uma enganação. Uma enganação que, infelizmente, nossa sociedade que não valoriza a Educação nos acostumou a aceitar. E é mais triste ainda ver professores se matando para ensinar em um sistema feito para não funcionar.

            No curso online eu podia ver a resposta de cada estudante sobre cada assunto. Podia fazer comentários – individuais ou em grupo – sobre cada resposta. “Oras, por que você não podia fazer isso em uma sala de aula normal?”. Simples, porque em uma sala de aula normal, se eu vou fazer um comentariozinho de 3 minutos sobre cada resposta, eu demoraria mais tempo do que o disponível para uma aula. E se eu ficasse depois da aula comentando com cada estudante, teriam estudantes que, literalmente, teriam de esperar duas horas antes de ouvir meu comentário sobre a resposta deles. Estando online eu pude fazer isso. Obviamente ocupou o meu tempo de maneira inconcebível, mas meus alunos puderam ter um curso online melhor do que seria o curso presencial.**


 


O resultado

             Foi possível ver a melhora de grande parte dos estudantes durante o ano e, sem a menor sombra de dúvida, a maior parte dos alunos aprendeu o que foi ensinado. Mesmo assim, admito: fui pego de surpresa ao descobrir que todos os estudantes aprovaram o curso. Fiz uma pesquisa com respostas anônimas sobre o que as pessoas acharam de todo o curso à distância e, de 0 a 10 não obtive nenhuma nota abaixo de 7 (a maior parte das notas foi 10 mesmo). Tudo foi perfeito? Claro que não, mas os alunos aprenderam e gostaram.

            Já a visão do restante da sociedade sobre as aulas online foi péssima. Passei o ano inteiro sendo agredido até por pessoas da minha família. Pessoas que enxergam escolas como depósitos de crianças e professor como babá. “As crianças precisam interagir com outras pessoas, seu monstro!”. O que as crianças precisam é que, neste momento de pandemia, nenhum dos seus familiares (e nenhum dos seus professores) morra de COVID. O trabalho de fazer com que a criança conviva com outras pessoas é, neste momento, da família. Quis ter filho, não? Agora cuida.

 

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P.S.: As escolas particulares, que estão fazendo uma forte campanha para a volta das aulas presenciais, precisavam é ter melhorado a qualidade dos próprios cursos online. Nenhum aluno meu deixou de frequentar as aulas em 2020, se vocês perderam alunos talvez seja porque as escolas de vocês não sejam tão boas quanto as propagandas dizem.

 



 

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* Caso alguém esteja interessado, depois de muitas pesquisa e esforço, aulas em podcasts eu passei a editar no Audacity e vídeos no DaVinci Resolve. O melhor lugar para postar podcasts foi o Anchor e o melhor lugar para vídeos, o YouTube. Entenda "melhor" como: gratuito, fácil para o que eu queria e não ficou me importunando.

** O tempo que eu dediquei para editar minhas aulas gravadas ou para atender os alunos foi uma escolha minha. Nenhum professor é obrigado a fazer essa escolha, nem deve ser criticado por não fazê-la. Além disso, é possível dar um ótimo curso online sem tudo isso. Mas, vale acrescentar, as escolas que deveriam bancar o material e o suporte técnico, não os professores. 

31 de janeiro de 2021

Distanciamento social

     Moro em um prédio com muitas pessoas de idade. Pessoas, vale dizer, que gostam muito de conversar. Por conta da pandemia, muitas delas não puderam mais ficar saindo para conversar na rua ou na entrada do prédio. Mesmo assim, existe aquele grupo que, mesmo com tudo isso acontecendo, não deixou de se encontrar para conversar. Dê uma olhada nas quatro senhoras conversando com distanciamento social:


    Sei que a foto está distante. Tirei da janela do meu apartamento, porque eu estou me esforçando ao máximo para não sair à rua. 

17 de novembro de 2020

Orléans: regras e análise histórica

             Vídeo analisando historicamente e explicando como jogar o board game Orléans.

 


Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- A imagem das peças que devem ser utilizadas no jogo foi retirada do site Board Game Geek. Disponibilizada pelo usuário Victor Pluntky (@binnet). 2015. Disponível em https://boardgamegeek.com/image/2593767/orleans.

- Iluminura medieval do tomo Le régime du corps, escrito pelo médico italiano Aldobrandino de Siena (cópia Sloane 2435, séc. XIII, British Library).

- Vídeo do canal “Jogada Histórica” sobre Orléans: https://youtu.be/cZWoBZEpBMs. 2017.

- Vídeo do Romir sobre Orléans: https://youtu.be/dcnd8UujMPo. 2017.

- FRANCO JR., Hilário. Cocanha – A História de um país imaginário. São Paulo: Schwarcz, 1998.

- KENNY, Aaron. “Yonder Hill and Dale”. Trilha sonora. 2018. Disponível em https://www.youtube.com/audiolibrary.

- LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média. São Paulo: José Olympio, 2003.

- STOCKHAUSEN, Reiner (autor); FRANZ, Klemens (ilustrador). Orléans. Jogo de tabuleiro. Embu-Guaçu: Meeple BR Jogos/dlp games, 2017/2014.