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9 de junho de 2025

Puladinho: origem

 


        Videoaula ensinando uma das versões do puladinho, um passo clássico do samba de gafieira, e pensando um pouco sobre sua origem.

Como no vídeo eu só mostro como fazer o puladinho, mas acabo utilizando outros passos de samba, segue, também, um vídeo mostrando como fazer os outros passos utilizados.

  

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Vídeo dos bailarinos Valéria Seki e Jaime Arôxa. 2021. Disponível em https://youtu.be/E8JxfHkXj2Q?si=zLxkauruMfFwny7D.

- Trecho do clipe “A Cara do Crime ‘NÓS INCOMODA’ (MC Poze do Rodo, Bielzin, PL Quest e MC Cabelinho)”. 2021. Disponível em https://youtu.be/2PRAiVs3MVc?si=Ahj7C0zq8Kf3LoW0.

- EFEGÊ, Jota. Maxixe, a dança excomungada. Rio de Janeiro: Gráfica Lux, 1974.

- GONZALEZ, Lélia. Festas populares no Brasil. Rio de Janeiro, Índex, 1987.

- MOREIRA, Quincas. “Malandragem” (música). 2019. Disponível em https://www.youtube.com/@QuincasMoreirahttps://www.youtube.com/audiolibrary.

- TINHORÃO, José Ramos. Os sons que vêm da rua. São Paulo: Editora 34, 2013.

 

26 de maio de 2025

A bossa nova e o samba de gafieira

 

            Videoaula refletindo se a dança conhecida como samba de gafieira passou pelo mesmo processo que a bossa nova.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Foto de Nara Leão em seu apartamento. 1958. Disponível em https://revistacontinente.com.br/edicoes/247/ninguem-pode-com-nara-leao-1.

- Vídeo dos bailarinos Ana Galioti e Paulo Fonseca. 2020. Disponível em https://youtu.be/NTLtypnfC18?si=nCMQps0HbNNkoBge.

- Vídeo dos bailarinos Pety e Vanessinha. 2023. Disponível em https://youtu.be/qgHMcEwi7zg?si=zUWwU9AgcLqbV6oi.  

- Vídeo dos bailarinos Robinho e Evelin. 2023. Disponível em https://youtu.be/cx70R0Yjb-Y?si=_84jmUgUMtOySkE9.

- Vídeo dos bailarinos Valéria Seki e Daniel Costa. 2024. Disponível em https://youtu.be/GdENqCUiSrQ?si=18RPMT2_HHOPSf4L.  

- BRAGA, Rubem. “O morro não é dos malandros”. 26/11/1936. Disponível em https://revistamovinup.com/artigosespeciais/2017/rubem-braga-o-morro-nao-e-dos-malandros.

- JESUS, Carlinhos de. Vem dançar comigo. São Paulo: Editora Gente, 2005.

- JOBIM, Antônio Carlos; MORAES, Vinicius de. “Garota de Ipanema”. Música. 1962. Disponível em https://youtu.be/KJzBxJ8ExRk?si=CkiCV-CRIf0kcnyD.

- MENESCAL, Roberto; BÔSCOLI, Ronaldo. “O barquinho” interpretado por Nara Leão. Música. 1961. Disponível em https://youtu.be/B6JPFy0OM1M?si=kDnF4byoPdRFpy2r.

- TINHORÃO, José Ramos. Os sons que vêm da rua. São Paulo: Editora 34, 2013.

 

31 de janeiro de 2025

Tertuliana Lustosa e Xica Manicongo

 


“... Xica Manicongo

Travesti do início do Brasil colonial

Que retirada da sua vida no Congo

Foi confiscada de seu direito primordial”

 

            Ouvi falar de Tertuliana Lustosa pela primeira vez em meio à polêmica dela rebolando em umevento acadêmico. Foi, provavelmente, no mesmo ano de 2024 que eu soube da existência de Xica Manicongo. A diferença é que, enquanto Tertuliana vive, estuda e produz sua arte neste século XXI, Xica viveu no século XVI. É muito triste ver certas histórias apagadas.

Entretanto, achei interessantíssimo reencontrar as duas no cordel que Tertuliana Lustosa escreveu (trechos acima e abaixo), enquanto eu passeava pelo Masp.

 

“Hoje somos seguidoras de Xica

E fazemos a cada esquina nossa labuta

Não à toa usamos o cordel

Em memória ao nordeste e à sua luta”

30 de outubro de 2024

Poesia indígena

 

            Videoaula sobre poesia indígena.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- “Curta! Poesia - Marcia Wayna Kambeba” (vídeo). Canal Curta!. 2017. Disponível em https://youtu.be/y3O7DOD9pSM?si=Tu6bMdBJIkUHzPJP.

- “Cultura indígena bororo” (vídeo). Rotas de Mato Grosso – Genito Santos. 2020. Disponível em https://youtu.be/uacVMPEIK_k?si=6fFCLs9Quxr33hgL.

- Fotografia de Carlos Drummond de Andrade no Correio da Manhã. Foto do Arquivo Nacional. 1970.

- Fotografia de Machado de Assis, tirada por Marc Ferrez em 1890.

- “Poesia indígena na língua do povo puri” (vídeo). Azuruhu. 2021. Disponível em https://youtu.be/1LsF-_hXExk?si=2nd1bAsnPlKaf8KS.

- ALBISETTI, Cesar; VENTURELLI, Angelo Jayme. Enciclopédia Bororo. Campo Grande: Museu Regional D. Bosco, 1970.

- ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de Janeiro: Record, 1999.

- ASSIS, Machado de. “O passado, o presente e o futuro da literatura brasileira”. In.: A Marmota. Rio de Janeiro: 1858.

- BOLOGNESI, Luiz. Guerras do Brasil.doc (documentário). Rio de Janeiro: Curta!, 2019. 

- COHN, Sergio. Poesia.br. Rio de Janeiro: Revistas de Cultura, 2021.

- CONTRERAS, Jimena. “World’s Sunrise” (trilha sonora). 2022. Disponível em https://www.youtube.com/@JimenaContreras e https://www.youtube.com/audiolibrary.

- GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2008. (Além da imagem do frontispício original.)

- SEEGER, Anthony. “O que podemos aprender quando eles cantam: gêneros vocais do Brasil Central”. In: SEEGER, Anthony. Os índios e nós: estudos sobre sociedades tribais brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 1990. pp. 83-106.

- SEEGER, Anthony. Why Suya Sing. Illinois: University of Illinois Press, 2004.

31 de agosto de 2024

Como colocar uma citação aleatória em um texto

 


            A Literatura conta com recursos tão fascinantes que é capaz de deixar qualquer historiador com inveja. Caso um escritor queira colocar uma citação interessante que ouviu por aí em um romance, mesmo que de uma fonte aleatória e não segura, os caminhos estão sempre abertos.

            Harper Lee, a autora do clássico To kill a mockingbird, fez isso no seu último romance, o Go set a watchman (ou, no Brasil, Vá, coloque um vigia). Em um momento qualquer da obra, após uma personagem falar sobre um governante alemão, Harper Lee escreve:

            Jean Louise se lembrou de um poema absurdo. Onde tinha lido?

Com a graça de Deus, minha cara Augusta,

obtivemos mais uma vitória robusta;

dez mil franceses foram para a cova.

Agradecemos a Deus por essa boa-nova.*

            A quadrinha é atribuída, desde o final do século XIX, ao kaiser alemão Guilherme I. Segundo as propagandas dos próprios alemães, o imperador escreveu esses versos para sua esposa Augusta de Saxe-Weimar-Eisenach relatando as vitórias prussianas sobre os franceses que, em 1871, levaram a unificação da Alemanha.

            E o que essa quadrinha tem a ver com a estória do romance da Harper Lee? Nada. Mas, ela deve tê-la achado interessante e resolveu colocá-la na memória da personagem principal. Eu achei interessante e resolvi colocá-la aqui.

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P.S.: Curiosidade extra. No Brasil o To kill a mockingbird, o primeiro romance de Harper Lee, costuma ser traduzido como O sol é para todos. Em Portugal existem duas versões mais comuns: Por favor, não matem a cotovia e o Mataram a cotovia.

 

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* Retirado de LEE, Harper. Vá, coloque um vigia. Tradução Beatriz Horta. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015. p. 161.

 

1 de abril de 2024

O veto covarde de Lula (e seu pequeno acerto)

 

            Historicamente, as Forças Armadas brasileiras, ao invés de serem uma força preparada contra algum invasor externo, são especialistas em atacar a própria população e o próprio Estado. Em mais uma tentativa de pacificar essa Força Armada golpista, o presidente Lula acertou em vetar eventos públicos que utilizariam o dia 31 de março para criticar o Golpe de 1964.

            Claro que os militares devem ser criticados pelo tanto de pessoas torturadas e mortas durante a Ditadura Militar. Obviamente, eles merecem críticas pelos mais de 20 anos no poder e por terem deixado a economia brasileira em frangalhos, com uma dívida externa altíssima e uma inflação descontrolada. Sem dúvidas os milicos devem ser criticados por toda a corrupção ocorrida durante a Ditadura (com qualquer tipo de denúncia a essa corrupção sendo censurada).

Eu poderia continuar os exemplos por inúmeras frases. Motivos para criticar o Golpe de 1964 não faltam. O mal que que os militares causaram ao país ainda nos aflige absurdamente. Lula está certo em não permitir que eventos que façam alusão ao Golpe ocorram no dia 31 de março, mas muito errado em não permitir eventos públicos lembrando o quanto a Ditadura foi ruim.

Datas são historicamente escolhidas para marcar eventos. Escolhemos o dia 7 de setembro de 1822 como marco para a independência do Brasil em relação a Portugal. Poderíamos ter escolhido o dia 2 de setembro de 1822, quando Maria Leopoldina, como princesa regente, assinou a carta de José Bonifácio que seria entregue ao príncipe – que estava em viagem. A data escolhida poderia ser 2 de julho de 1823, com a vitória dos baianos sobre as tropas lusitanas. Ou 25 de agosto de 1825, com o Tratado de Paz e Aliança, o reconhecimento oficial da independência do Brasil por Portugal. Porém, escolhemos uma imagem quase mítica de dom Pedro gritando “Independência ou morte!” no dia 7 de setembro.

Voltando aos milicos, sempre me agrada a ideia de que eventos criticando a Ditadura Militar não devam mesmo acontecer no dia 31 de março. É importante consagrar o dia 1º de abril como o dia do Golpe de 1964.

 

29 de fevereiro de 2024

Religiosos do século XIV e do século XXI

 

            Minha parte preferida da introdução do clássico The Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, é quando ele descreve o “folgazão e alegre” Huberd, o frade mendicante. Chaucer começa dizendo que, entre as ordens religiosas, “não havia ninguém que conhecesse melhor as artes do galanteio e da linguagem florida; e para as mocinhas que seduzia ele arranjava casamento às próprias custas.”. Sempre pesando na ironia, ele descreve que o frade “Era um nobre pilar de sua irmandade! Conquistara a estima e a intimidade de todos os proprietários de terras de sua região, assim como de respeitáveis damas da cidade, – pois, conforme ele mesmo fazia questão de proclamar, por licença especial de sua ordem tinha poder de confissão maior que o do próprio cura. Ouvia sempre com grande afabilidade os pecadores; e agradável era a sua absolvição. Toda vez que esperava polpudas doações, eram leves as penitências que impunha, porque, do seu ponto de vista, nada melhor para o perdão de um homem que a sua generosidade para com as ordens mendicantes: quando alguém dava, costumava jactar-se, sabia logo que o arrependimento era sincero. A tristeza só não basta, pois muita gente tem o coração tão duro que, mesmo sofrendo muito intimamente, não é capaz de chorar. Por isso, em vez de preces e prantos, é prata o que se deve ofertar aos pobres frades.”.

            É impressionante ver que um texto do século XIV pode encontrar tanto eco nos nossos dias. Ainda mais em um momento em que hordas de pessoas se juntam para atacar um religioso como o padre Júlio Lancellotti que realmente se dedica àquelas pessoas que nada têm. Bem diferente de Lancellotti, boa parte dos que pregam a Bíblia fazem como o frade medieval descrito por Chaucer que “Conhecia as tavernas de todas as cidades, e tinha mais familiaridade com taverneiros e garçonetes que com lazarentos e mendigas. Não ficava bem para um homem respeitável de sua posição privar com leprosos doentes: lidar com esse rebotalho não trazia nem bom-nome nem proveito; por isso, preferia o contato com os abonados e os negociantes de mantimentos.”.

Ao falar sobre as roupas do frade mendicante, ele conta sobre o “respeito que incutia, pois não lembrava um frade enclausurado, – com as roupas andrajosas de algum pobre clérigo, – mas sim um Mestre, ou mesmo um Papa. Seu hábito curto era de lã de fio duplo, redondo com um sino saído da fundição.”. Voltando pro século XXI, tenho me divertido (e me entristecido) muito com o trabalho do @outfitdotemplo. Aposto que Chaucer iria ficar com a mesma sensação. Tão longe e tão perto...



 

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P.S.: Citações retiradas de CHAUCER, Geoffrey. Os contos de Cantuária. São Paulo: T.A. Queiroz, 1988. pp. 6-7.

P.P.S.: Quer ouvir umas pessoas bacanas falando sobre Idade Média? Meu amigo Alex Castro acabou de começar um curso sobre literatura chamado “Grande Conversa Medieval”. A didática Aria Rita de quando em vez também resolve falar sobre o assunto focando em música. Aproveite que ambos são maravilhosos.

24 de janeiro de 2024

Minha carreira e a Arte

 

            Pequeno vídeo contando um pouco sobre a minha carreira e homenageando Nicolau Sevcenko, um dos melhores professores que eu já tive.

 



Materiais utilizados e citados no vídeo:

- Fotos e vídeos de arquivo pessoal feitas por estudantes doces.

- Nicolau Sevcenko no programa Provocações (2012, disponível em https://youtu.be/CxFaHUusv5g?si=B6xedLN3QzdpmnaZ) e no canal do filme Elena, palestrando em Harvard (2014, disponível em https://youtu.be/lvh-1jaYlAE?si=zpHab5cl5nbpxc_o).

- TRIDA, Mauricio Camargo. Cuidado onde pisa: a influência do solo nos passos de dança de salão. O Mosaico. 14(1). Curitiba: Unespar/FAP, 2022. Disponível em https://periodicos.unespar.edu.br/index.php/mosaico/article/view/4606.

- TRIDA, Mauricio Camargo. Passeando (virtualmente) no museu. In: BELEZIA, Eva Chow (org.). Metodologias Ativas: Práticas docentes em Ensino Híbrido. São Paulo: CPS, 2024. (No prelo.)

4 de dezembro de 2023

Azul: montagem, regras e comentários históricos

 

        Explicações para jogar o board game Azul e alguns comentários históricos. Disponível no YouTube.

 


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Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Fotos de Alhambra obtidas em https://pt.wikipedia.org/wiki/Alhambra.

- “JUDITE - Estaremos Fazendo o Cancelamento (Fabio Porchat)”. Anões em Chamas. Vídeo. 2012. Disponível em https://youtu.be/vEaNCoCXcdk?si=0BR7gtJ315PbhrT8.

- Mapa da expansão islâmica. 2011. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Map_of_expansion_of_Caliphate-pt.svg.

- “Palácio Nacional de Sintra”. Parques de Sintra. Vídeo. 2017. Disponível em https://youtu.be/zXaCJn1GQDw?si=o3SOqdhdEFJPc1ZD.

- “Palácio Nacional de Sintra • Sintra • Portugal | BeSisluxe Tours”. BeSisluxe. Vídeo. 2019. Disponível em https://youtu.be/7yG2ss1THOM?si=M9cVaFZwjm2VaIu5.

- CHEEL. “Blue dream”. Trilha sonora. 2020. Disponível em https://www.youtube.com/@dimanchechill/ e https://www.youtube.com/audiolibrary.

- DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2003.

- HELLWALD, Federico de. La Tierra y el Hombre Descripción pintoresca de nuestro globo y de las diferentes razas que lo pueblan. Barcelona: Montaner y Simón, 1887.

- KIESLING, Michael. Azul. Jogo. São Paulo: Galápagos Jogos, 2018.

- TENGARRINHA, José. História de Portugal. Bauru/São Paulo/Portugal: Edusc/Unesp/Instituto Camões, 2000.

 

30 de novembro de 2023

Atitudes “magnânimas” e o castigo oficial para quem fugia para um quilombo (Podcast)

 

            Podcast comentando o alvará assinado por dom João V, o Magnânimo, em 03 de março de 1741, sobre os castigos que negros deveriam receber por fugir para um quilombo. Pode ser ouvido no YouTube, no Spotify for Podcasters (antigo Anchor) ou em plataformas de podcast.



            O trecho lido do alvará é o seguinte: “Eu, el Rei, faço saber aos que este Alvará em forma de Lei virem, que, sendo-me presentes os insultos que no Brasil cometem os escravos fugidos, a que vulgarmente chamam quilombolas, passando a fazer o excesso de se juntarem em Quilombos, e sendo preciso ... que evitem essa desordem: [decreto:] Hei por bem que a todos os negros que forem achados em Quilombos ... se lhes ponha com fogo uma marca em um ombro com a letra F, que para esse feito haverá [material disponível] nas Câmaras; e se, quando se for a executar essa pena, já for achado com a mesma marca, se lhe cortará uma orelha, tudo por simples mandado do Juiz de Fora, ou Ordinário da Terra, ou do Ouvidor da Comarca, sem processo algum, e só pela notoriedade do fato, logo que do Quilombo for trazido, antes de entrar para a cadeia”.

 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- “Afrodescendentes de quilombos ‘não servem nem para procriar’, diz Bolsonaro na Hebraica do Rio”. Opera Mundi. 2017. Disponível em https://youtu.be/lcXJNGhUQy8?si=7-X4mAXxHBjJvliX.

- “Bolsonaro defende tortura para quem ficar em silêncio em CPI, em maio de 1999”. Poder 360. 2021. Disponível em https://youtu.be/VRzVMcOdK1I?si=mdjRYj5-kxHuxo7C.

- Coleção Cronológica de leis extravagantes, posteriores à nova compilação das Ordenações do Reino. Tomo II de Leis, Alvarás, etc.. Coimbra: Real Imprensa da Universidade, 1819. pp. 476-477.

- BLAKE, Jeremy. Cool Revenge. Trilha sonora. 2023. Disponível em https://www.youtube.com/@RedMeansRecording e  https://www.youtube.com/audiolibrary.

- HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

- NEVES, Maria de Fátima Rodrigues das. Documentos sobre a Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 1996.

- POST, Frans. Trecho de mapa da capitania de Pernambuco. Mapa-desenho. 1647.

- RANC, Jean. D. João V. Pintura. 1729.

 

31 de janeiro de 2023

Guerra contra os indígenas

 

                Estamos passando por um raro momento em que a atenção da população está voltada para os problemas da população indígena. É um evento que acontece a cada cinco, seis anos. Às vezes mais tempo, mas essa atenção quase sempre vem ligada a tragédias. A atual é por conta da horrível situação dos yanomamis, efeito de tudo que foi feito durante o governo Bolsonaro.

                Não vou me estender na tragédia atual. O Normose e o Fantástico já fizeram um bom trabalho falando sobre o assunto. Só quero mostrar uma curiosidade de como o desrespeito aos povos originários é histórico e extremamente comum nos governos brasileiros.

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                Fui à exposição Xingu: Contatos, no Instituto Moreira Salles da Avenida Paulista. Recomendo. É gratuita e ficará aberta até 9/4/2023. A fotografia que mais me impactou foi uma com Getúlio Vargas, em 1954, na inauguração da Base do Cachimbo. Cercado por militares de alta patente devidamente uniformizados, o então presidente trava contato com os indígenas da região. A foto é inusitada pois Vargas coloca um cocar invertido na cabeça do indígena.



                A situação fica ainda mais emblemática do desrespeito aos povos originários e sua cultura porque Vargas e os militares estão rindo, achando a maior graça da situação. Do outro lado, os indígenas não parecem estar se divertindo tanto assim.

                Claro que eu estou aqui na torcida para que o novo governo Lula dê a atenção devida aos povos originários, mas essa foto do Vargas serve bem como lembrança de que o desrespeito aos indígenas é uma política constante nos governos brasileiros. Provavelmente muito pouco será feito.

Citando Ailton Krenak no primeiro episódio do documentário Guerras do Brasil.doc (Luiz Bolognesi, 2019), “Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra. Os nossos mundos estão todos em guerra. A falsificação ideológica que sugere que nós temos paz é para a gente continuar mantendo a coisa funcionando.”.



31 de dezembro de 2022

Erotismo e agricultura na antiga Mesopotâmia

 

            A Mesopotâmia, como frequentemente costuma ser explicada nas escolas, recebeu esse nome dos gregos por ser uma terra entre rios: o Tigre e o Eufrates. E, é importante lembrar, não foi à toa que essa civilização prosperou entre os dois rios, isso aconteceu porque o rio Tigre e o Eufrates deixavam a terra fértil e facilitavam a agricultura.

                O que entretanto não costuma ser explicado nas escolas, é que os mesopotâmicos, assim como nós, também falavam dos mais diversos temas, inclusive de pornografia. Veja um exemplo lírico muito interessante disso com Inanna (também conhecida como Ishtar), a deusa do amor, da fecundidade, do erotismo:

 

            Inanna – E quanto a mim, minha vulva, minha colina estremece.

Quem então me laborará?

A vulva que pertence a mim, a Rainha, minha gleba toda úmida,

Quem aqui passará o arado?

                Coro – Ó Dama Soberana, é o rei que te lavrará!

É Dumuzi, o Rei, que te lavrará!

               Inanna – E então! Lavra-me a vulva, o tu que eu escolhi!...*

 

                Pessoalmente, adoro o atípico desse tipo de documento histórico. Mais interessante do que o tema pornográfico, é ver como a sociedade mesopotâmica era completamente ligada à agricultura, utilizando imagens agrícolas para falar de sexo: “Quem aqui passará o arado? / (...) Lavra-me a vulva, o tu que eu escolhi!”. Do mesmo jeito que vai ser interessante para um historiador, daqui a séculos ou milênios, ver nossas narrativas pornográfico-amorosas citando aplicativos e eletrônicos em geral.

 

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* Citado por BOTTÉRO, Jean. Tudo começou na Babilônia. Amor e Sexualidade no Ocidente: Edição especial da revista L’Histoire/Seuil. Porto Alegre: L&PM, 1992. p. 29.

30 de setembro de 2022

A morte de Bartolomeu Dias

 

    Videoaula sobre (o maior feito e) a morte de Bartolomeu Dias.



 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Coro do presidente Bolsonaro. Poder 360. 07/09/2022. Disponível em https://youtu.be/QQCpHB7t15w.

- CAMINHA, Pero Vaz de. A carta. Universidade da Amazônia, s/d.

- CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Canto V. Trechos das estrofes 43 e 44.

- CLEMENTS, Ron; MUSKER, John. A pequena sereia. 1989. Músicas de Alan Menken, Howard Ashman e Gregor Narholz.

- COZART, Jon. After Ever After. Paint. Trecho da música Under the sea. 2013. Disponível em https://youtu.be/diU70KshcjA.

- GIAMBOLOGNA. Escultura O Colosso do Apenino. c. 1580.

- HOMEM, Lopo. Mapa do mundo. 1554. Disponível em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1554_lopo_homen_mapa_mundi_03.jpg.

- MOORE, Nathan. Teasing the King. Trilha sonora. 2022. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- MOTA, Avelino Teixeira da. Bartolomeu Dias, descobridor do Cabo de Boa Esperança. Lisboa: N.R.P., 1955.

- PESSOA, Fernando. Mensagem. Trecho do poema “Mar Português”.

- TENGARRINHA, José (org.). História de Portugal. Bauru, São Paulo, Lisboa: Edusc, Unesp, Instituto Camões, 2000.

- VAZ JR., Júlio. Escultura do Gigante Adamastor. 1927.

 

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P.S.: Foi mais fácil editar a capa do vídeo em cima do antigo desenho da Pequena Sereia. Mesmo assim, não posso perder a chance de colocar aqui o trailer da versão que deve sair em 2023:



 

30 de junho de 2022

A influência do solo nos passos de dança de salão

     Uso este blog para me divertir e vivo colocando aqui coisas aleatórias que eu produzo. Publico crônicas que me dão vontade de escrever, críticas, indicações diversas, contos rejeitados em outros lugares (porque eu mesmo não vou rejeitar meus contos, no meu blog)... Passei 2020 e 2021 postando videoaulas e podcasts que eu gravei para meus estudantes por conta das aulas online. Sendo assim, se você está aqui porque aprecia qualquer dessas produções minhas, hoje vou linkar uma acadêmica. 

        No fim do mês passado, saiu publicado na revista O Mosaico, da Universidade Estadual do Paraná, um artigo científico que eu escrevi sobre a influência do solo, do chão, no surgimento dos passos de dança de salão. É parte do meu trabalho como historiador de História da Dança. Fica o link do meu "Cuidado onde pisa"

        Boa leitura. 

30 de abril de 2022

Tintim e Hergé: aprendendo a deixar o preconceito de lado

     Fui convidado para dar uma palestra sobre Tintim, personagem clássica do belga Hergé. Por conta disso, sentei para ler todos os álbuns. Infelizmente, os primeiros são muito, muito ruins. Ruins e preconceituosos. Recheados dos lugares comuns e preconceitos dos europeus do início do século XX. 

    Veja em Tintim no Congo (1931), o branco, civilizador, colocando os preguiçosos negros para trabalhar (sem trabalhar, é claro):


    Com o passar do tempo, Hergé e sua personagem foram melhorando e os preconceitos diminuindo. Meia década mais tarde, em O Lótus Azul (1936), são os vilões que inferiorizam os não-europeus  e são reprendidos por Tintim:


    Junto com a diminuição dos preconceitos, a qualidade dos livros também melhorou bastante. Ainda bem, ou não existiriam motivos para que fossem quadrinhos tão aclamados. 

31 de janeiro de 2022

Protesto, com um certo toque de sutileza

     Nos últimos dois anos, fiz questão de dividir aqui no blog algumas das videoaulas e podcasts que eu gravei para os meus estudantes por conta da pandemia e das aulas online. Os bandeirantes, figurinhas comuns no ensino de História em São Paulo, acabaram sendo assunto em mais de uma oportunidade. Em uma das aulas, fiz questão de terminar o assunto mostrando a estátua do Borba Gato sendo queimada

    
    O protesto feito queimando a estátua impactou, trouxe muita discussão sobre o assunto e, também, trouxe muita atenção para a estátua. Em menos de 24 horas já existiam diversas propostas de restauro e afins. 
    Em outro canto de São Paulo, outra estátua de bandeirante, o Monumento ao Anhanguera, na Avenida Paulista, também foi alvo de um protesto. Só que esse foi mais sutil. Veja as fotos que eu tirei abaixo: 


   Talvez você, leitor, esteja pensando: "O que há de sutil? Quem não se tocou que estão falando que o Anhanguera tem as mãos sujas de sangue?". OK, concordo, não é nada sutil. No entanto, alguém conseguiu, mesmo em frente a um posto móvel da Polícia Militar, manchar uma das mãos do bandeirante de vermelho. E, mais do que isso, faz meses que alguém fez isso e, até agora, a intervenção "sutil" não saiu de lá. 

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Atualização (30/09/2023): Citando esta postagem em um texto que escrevi em setembro de 2023, descobri que o jornalista José Brito, dois meses depois deste texto, citou o caso da mão sangrada do Anhanguera. Foram necessários mais alguns meses para que o protesto fosse retirado. Aqui José Brito anunciando o fato.

31 de dezembro de 2021

A solução de todos os problemas: dê mais dinheiro para as Forças Armadas

Há quase um ano, em janeiro de 2021, quando pessoas em Manaus estavam morrendo por falta de oxigênio, o general Hamilton Mourão, vice-presidente do país, disse que “O governo está fazendo além do que pode dentro dos meios que a gente dispõe. Agora, eu já falei aqui para vocês várias vezes a respeito da Amazônia. Na Amazônia as coisas não são simples, (...) você só chega lá de barco ou de avião. Qualquer manobra logística para você, de uma hora para outra, aumentar a quantidade de suprimentos lá requer meios que, vamos colocar aí, a Força Aérea até alguns anos atrás tinha Boeings”. O vice-presidente continuou então defendendo que, se as Forças Armadas tivessem mais recursos, tudo estaria resolvido.

Literalmente, em meio a uma bruta calamidade, com um monte de gente morrendo sem ar, morrendo de uma maneira horrível, o infeliz não teve vergonha na cara e foi lá defender mais grana no bolso dos seus. Agora, em dezembro de 2021, outra tragédia atinge a Bahia. No caso, enchentes. Partidários das Forças Armadas, presidente de férias incluso, enfatizam a ação do exército. Ação que, claramente, não tem sido o bastante.



            Na Antiguidade, em meio às guerras de gregos contra persas, os gregos fundaram a Liga de Delos. Grosso modo, uma união de cidades-Estado que enviavam recursos para a Liga que, então, defenderia os gregos de ameaças externas. Atenas, liderando a Liga, desviou os recursos da Liga de Delos e os investiu na própria pólis. Inclusive, parte dos recursos serviram para fortalecer a marinha ateniense.

            Forte, Atenas passou a mandar na Grécia. Quem não era ateniense não achou essa história muito bacana. Resultado: décadas de guerras de gregos contra gregos que acabou por enfraquecer a Grécia. Tivemos outra pessoa na presidência que explicou muito bem esse acontecimento.

Agora eu volto para a fala do vice-presidente Mourão utilizando uma crise humanitária como desculpa para defender mais recursos para as Forças Armadas. Dar mais dinheiro para as Forças Armadas resolverá qualquer problema? A pergunta mais importante é: resolverá para quem?

 


 

30 de novembro de 2021

Museu do Ipiranga ou melhor... Museu Paulista

     Vídeo-aula comentando como o Museu do Ipiranga monta toda uma narrativa histórica para defender a tese de que São Paulo foi importantíssimo para a formação do Brasil.

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991.

- Imagens dinâmicas do museu: Jornal da Gazeta. 2007. https://youtu.be/xK4hnPipC5Q.

- ALBUQUERQUE, Georgina de. Sessão do Conselho de Estado. Pintura. 1922.

- AMÉRICO, Pedro. Independência ou morte. Pintura. 1888.

- BRIZZOLARA, Luigi. Esculturas dos bandeirantes Fernão Dias Pais Leme e Antônio Raposo Tavares. c. 1920.

- CALIXTO, Benedito. Domingos Jorge Velho. Pintura. 1903.

- HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2014.

- LE GOFF, Jacques. História & Memória. Campinas: Unicamp, 2013.

- MOREIRA, Quincas. Kazoom. Trilha sonora. 2020. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- PARANHOS, Paulo. Primeiros núcleos populacionais no Sul das Minas Gerais. In: Histórica. nº 7. 2005.

- The U.S. Marine Corps Band. Roast Beef of Old England. Trilha sonora. 2016. https://www.youtube.com/audiolibrary.  

26 de outubro de 2021

A mítica da fundação de São Paulo

            Vídeo-aula analisando as pinturas A fundação de São Paulo, de Oscar Pereira Silva e Antonio Parreiras, para falar do imaginário que os paulistas quiseram construir sobre a formação do Brasil.


 

 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Retratos dos governadores-gerais: Tomé de Sousa: Jean-Baptiste Debret, 1822. Duarte da Costa: anônimo, c. 1970. Mem de Sá: Manoel Víctor Filho, 1969.

- GUERRA, Júlio. Monumento de Borba Gato. Escultura. 1957.

- KENNY, Aaron. Imperial Forces. Trilha sonora. 2020. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- MEIRELLES, Victor. Primeira missa no Brasil. Pintura. 1860.

- MENDES, Sam. 1917. Trailer do filme. 2019.

- MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Pintura Histórica: documento histórico? In: Museu Paulista – USP. Como explorar um museu histórico. São Paulo: Museu Paulista/USP, 1992. pp. 22-25.

- MONTEIRO, Michelli Cristine Scapol. Fundação de São Paulo: a origem da cidade representada por Oscar Pereira da Silva e Antônio Parreiras. VII Encontro de História da Arte. Campinas: Unicamp, 2011.

- MONTEIRO, Michelli Cristine Scapol. Fundação de São Paulo, de Oscar Pereira da Silva: trajetórias de uma imagem urbana. Mestrado. São Paulo: FAU-USP, 2012.

- PARREIRAS, Antonio. Fundação de São Paulo. Pintura. 1913.

- SCHLICKMANN, Gabriel. Foto jornalística do monumento de Borba Gato em chamas. 2021. https://g1.globo.com/sp/noticia/2021/07/24/estatua-de-borba-gato-e-incendiada-por-grupo-em-sao-paulo.ghtml.

- SILVA, Oscar Pereira. Fundação de São Paulo. Pintura. 1907.

5 de outubro de 2021

Ciclo do pau-brasil

             Podcast sobre o ciclo do pau-brasil no período pré-colonial da exploração portuguesa no Brasil. Pode ser ouvido no Anchor ou no YouTube

 


 

Bibliografia, fontes e materiais utilizados:

- Capa: mapa Terra Brasilis, do Atlas Miller, de Lopo Homem (1515-1519). 

- ABREU, Capistrano de. Capítulos de História Colonial. São Paulo: Publifolha, 2000.

- BUENO, Eduardo. Náufragos, traficantes e degredados. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.  

- CAMINHA, Pero Vaz de. A carta. Universidade da Amazônia, s/d.

- HICKMAN, Zachariah. Argonne. Trilha Sonora. 2020. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- MACLEOD, Kevin. Lone Harvest. Trilha sonora. 2015. http://incompetech.com/music/royalty-free/index.html?isrc=USUAN1100409. https://www.youtube.com/audiolibrary.

- SALVADOR, frei Vicente do. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1982.

- SOUZA, Bernardino José de. O pau-brasil na História Nacional. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939.