4 de junho de 2006

Onde estava o óleo de peroba?


"Onde estava Deus?", pergunta Bento 16

Em emotiva visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, pontífice diz ser impossível entender "triunfo do mal"
Papa evitou falar seu idioma no local onde 1,5 milhão foram mortos, a maioria judeus, mas disse que estava lá como filho do povo alemão

Referindo-se a si mesmo como "filho da Alemanha", o papa Bento 16 rezou ontem no antigo campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e questionou por que Deus se silenciou quando 1,5 milhão de vítimas, a maioria judeus, morreram no "vale de escuridão".
(...)

O papa também rezou pela paz em sua língua nativa, o alemão, a qual evitou na maior parte do tempo para não magoar os sentimentos de judeus, e em polonês. Joseph Ratzinger, o papa Bento 16, foi forçado a se juntar à juventude hitlerista na 2ª Guerra Mundial.

Onde estava Deus?
Uma chuva fina caiu sobre Auschwitz até a cerimônia principal, quando o céu clareou e um arco-íris apareceu.
"Em um lugar como este, faltam palavras. No fim, pode haver apenas um silêncio no qual um coração clama por Deus. Por que, Deus, o senhor permaneceu em silêncio? Como pôde tolerar tudo isso? Onde estava Deus naqueles dias? Por que ficou ele em silêncio? Como pôde ele permitir esse massacre sem fim, esse triunfo do mal?"
Bento 16 disse que era humanamente impossível "penetrar nos mistérios de Deus para entender tamanha maldade, mas apenas chorar humilde e insistentemente pelo Senhor." Antes da cerimônia, ele visitou o principal campo de Auschwitz, onde passou pelo portão com a inscrição "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta) e encontrou 32 dos 200 mil sobreviventes do paredão da morte. Em seu discurso, o papa por duas vezes mencionou termos em alemão que os nazistas usavam para alguns inimigos - "
lebensunwertes Leben" (a vida não vale ser vivida) para ciganos e "Abschaum der Nation" (escória da nação) para alemães anti-nazistas.
Ele disse que, na tentativa de derrubar os judeus, os nazistas procuravam "matar o Deus que chamam de Abraão, que falou no monte Sinai e determinou os princípios para servir como um guia para a humanidade, princípios que são eternamente válidos". Ele também lembrou Edith Stein, judia alemã que se converteu ao cristianismo, foi morta em Auschwitz e mais tarde se tornou santa.
Alemães assassinados pelos nazistas foram "testemunhas da verdade e de Deus, que mesmo entre nosso povo não foram eclipsados... agora eles resistem diante de nós como luzes brilhando em uma noite escura".
(Folha, 29/V/06)

Pelo menos eu não permaneci em silêncio.

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P.S.: "... forçado a se juntar à juventude hitlerista...". Sei... Não dava para um homem santo tentar ser um Abschaum der Nation?
P.P.S.: Ele não sabe onde estava Deus, mas todo mundo sabe onde o Ratzinger estava naqueles dias.
P.P.P.S.: Alguém pode me explicar porque a Folha não usa números romanos?

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Fontes: - Folha de São Paulo;
- Kibe Loco. Com um agradecimento especial pelo fundo da minha charge ao grande Tabet.

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