_____Apesar da linda cor verde que fulgura nos meus olhos, eles não enxergam nada bem. Resultado: demoro muito para conseguir ler o que os letreiros dos ônibus estão dizendo. Naquela manhã, ventava muito e o ponto estava, por alguma coincidência cósmica, vazio. Levando em consideração que eu não enxergo muito bem, isso não é uma boa coisa (pois ninguém pede para o meu ônibus parar, dando tempo para que eu possa ler o itinerário).
_____Depois de uns bons 15 minutos de espera, começa a vir um ônibus com a cor da linha que eu pego. Quando ele chega perto o bastante para que eu possa ler, o que está escrito é, simplesmente, “Veículo novo” e o ônibus passa reto. Inferno de propaganda do governo querendo contar que renovou um pouquinho a deficiente frota paulistana.
_____Não fiquei bravo, pois o próximo ônibus que vinha também era da cor que me interessava. Forcei tanto os olhos para poder enxergar que, se eu fosse o Hiro$, teria parado o tempo. Porém, meu esforço não serviu de nada. Tive o azar de conseguir ler, apenas, “Veículo novo” mais uma vez.
_____Uns dez minutos me separaram do próximo ônibus com a cor correta. Esse, entretanto, quando chegou perto o bastante para que eu pudesse vê-lo foi mais educado: não disse “Veículo novo” e, sim, “Bom dia” no letreiro. Para a minha sorte, o ponto já estava um pouco mais cheio e alguém pediu para o ônibus parar um pouquinho à frente. Corri, li na plaquinha o itinerário do ônibus e, feliz por ter encontrado o veículo certo, embarquei. Pelo menos, depois dessa espera toda, o dia realmente foi bom.
P.S.: Mesmo sabendo que minha historinha teve um final bonitinho, certas mensagens dispensáveis não deveriam figurar em um espaço tão limitado e de leitura rápida como o letreiro de um ônibus. Muito menos a propaganda de um governo que proíbe certas propagandas pela cidade.
P.P.S.: Sobre o mesmo assunto, creio que os Urbanistas/SP⌂ têm um bom texto à disposição. Podem conferir.
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