___Adoro indicações de livros. Adoro mesmo, no duro. Só que os livros têm de ser bons de verdade, não podem ser algum tipo de porcaria qualquer. Quando aparece alguém indicando o último best seller da temporada – e sempre aparece – eu olho com desconfiança.
___Quando não foi algo escrito ontem, quando é um livro que o tempo já calejou um pouco, quando é uma droga de um clássico, eu levo mais a sério a indicação, fico com mais vontade de ler. E quando aparecem outras pessoas indicando o maldito clássico e eu ainda não fui atrás de arrumar o livro para ler, fico um bocado deprimido. Sabe, é um troço que me chateia mesmo, por muito tempo, até que eu consiga o livro para dar uma lida. Foi esse o caso com O apanhador no campo de centeio.
___Sempre vi citarem o Apanhador. No duro, já tinha cansado de ouvir elogios e eu nunca conseguia a oportunidade de lê-lo. Não que fosse impossível nem nada, é que sempre acabava tendo algo no caminho e eu não arrumava o livro. Agora teve a porcaria da morte do Salinger e isso deu um impulso a mais para que eu arrumasse o livro.
___Minha nossa, que grande porcaria! Estou no capítulo 14 e tô achando insuportável. É só um adolescente chato que fica reclamando o tempo todo. No duro, é o tipo de coisa que deixa qualquer um deprimido. O cara é só um inútil que não faz mais nada além de se lamentar. Tenho sérias dúvidas sobre como é que as pessoas conseguem se identificar tanto com esse chato do Holden Caulfield.
Nota pré-comentários:
___Claro que eu sei que, nas linhas e entrelinhas do livro, existem muitas reflexões interessantes; não estou dizendo que o que foi dito até o capitulo 14 não tem sua validade. Estou também ciente que o coloquialismo, as reclamações, as repetições, as idiotices, os conflitos, os exageros do adolescente mala que narra o livro fazem parte do estilo que Salinger escolheu para escrever a obra. Meu ponto é, simplesmente, que a leitura fica chata para diabo por causa desse narrador.
Eu já li e lembro de ter gostado do livro. Mas como eu ainda era adolescente na época, prefiro não ler novamente e manter esta lembrança comigo.
ResponderExcluirDeve ser uma dessas leituras pra certas idades. Estou lendo agora "Livro do Desassossego", do Fernando Pessoa. Tem várias coisas interessantes e estou me acabando de tanto copiar citações. Mas tenho certeza que teria gostado muito mais dele, teria me sentido a própria autora do livro, se tivesse lido durante a adolescência. Hoje vejo mais em perspectiva...
ResponderExcluirEu realmente não li, e pretendo não ler agora que tá todo mundo lendo. Eu não sei, eu tenho minhas antipatias pelos livros da modinha! Sabe aquele que as pessoas perguntam se você já leu e se você diz que não, elas te censuram como se fosse obrigatório aquela leitura?
ResponderExcluirUlisses não consegui ler esse livro ... não sei se na época era adolescente, enfim larguei e nunca mais voltei.
ResponderExcluirEstou lendo A consciência de Zeno...- penso que você, se não leu ainda, iria gostar ;-) )
http://biblioteca.folha.com.br/1/12/
Beijos, muitos!
Li o Apanhador quando estava no colégio, e sinceramente não tenho vontade de relê-lo...medo da regra dos 15 anos, de desfazer a magia do primeiro contato.
ResponderExcluirCarlos Ruiz Zafón: modinha mas é extremamente interessante, dinâmico e gostoso de ler. Você vai gostar!
ResponderExcluirtu tá reclamando que o livro é a mó chato e ta tentando falar igual ao proprio Holden, no duro. um verdadeiro feixe de contradiçoes vc. tsc tsc tsc.
ResponderExcluirNada de contradição... é só uma pequena brincadeira literária, para mostrar o qto é chato. Pela sua reação, parece q funcionou. ;-)
ResponderExcluirNãi li o livro, tô curioso pra ler só porque o nome Holden é citado numa das melhores músicas da melhor banda nacional, Dance Of Days. Mas pelos comentários, a idéia desse livro se encaixa perfeitamente com os Emos, Korn e algumas músicas do Dance Of Days.
ResponderExcluirCara, é meu livro favorito, no duro mesmo.
ResponderExcluirNormal. Cada um tem seu gosto. Sozinho, vc não está. ;-)
ResponderExcluirAmo o livro. Holden Caulfield é igualzinho a um monte de adolescentes que conheço. Apesar de o livro ter sido publicado em 1951, os adolescentes continuam com as mesmas dúvidas, inseguranças e mudanças de temperamento daquela época. Fico feliz pelo Salinger ter registrado isso.
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