___Uma conhecida minha fez um curso técnico e conseguiu um emprego na área. Não gostou do trabalho, mas apreciou o dinheiro. Segundo ela, não havia problema: aquele salário iria ajudá-la a pagar um cursinho e, assim, ela conseguiria fazer o curso superior que estava querendo para seguir seus sonhos.
___Depois de meses sem vê-la, encontrei-a perto do Masp. Triste, contou que estava fazendo faculdade na mesma área, que não suportava mais o emprego, mas que tinha se acostumado com o padrão de vida.
___Como ela parecia realmente chateada tentei trocar de assunto. Porém, depois de uns vinte minutos de conversa, percebi que era impossível: todos os assuntos convergiam para o seu insuportável cotidiano de trabalho.
___Tentando mudar a abordagem, contei dos empregos que eu adoro e que, mesmo pagando pouco, costumam me deixar feliz. Enquanto falava o quanto eu achava que a troca valia a pena, ela me interrompeu dizendo que aquilo era quimérico, irreal, que não dá para levar esse tipo de vida de verdade.
___Talvez impaciente com a interrupção, talvez incomodado com o modo como ela falou da minha vida, talvez simplesmente querendo acabar com o papo, eu disse:
___– Sinceramente, não entendo muito como alguém vive de alguma forma que não seja a minha. Mesmo assim, respeito. Todo mundo tem o sagrado direito de ser infeliz. – e dei a conversa por encerrada.
Eu acho que a realidade da gente meio que depende de como a gente enxerga as possibilidades da vida. Existem pessoas que acreditam que só há aquele modo de viver que elas vivem como possibilidade.
ResponderExcluirEu até entendo que em certos casos é mais complicado mudar de estilo de vida, principalmente quando se possui filhos, mas por mais complicado que seja dá para mudar.
Fiz assim: larguei meu emprego como burocrata e agora estou no limbo dos que esperam seu contrato de estágio com uma esperança muito grande. Meus rendimentos no final do mês serão menores mas não pude me aguentar de felicidade quando percebi que a mudança só tem uma explicação: paixão. Entrego-me a algo de que eu realmente gosto; acho isso justíssimo comigo.
ResponderExcluir=)
É frustante ver pessoas deixando de desenvolver o dom só para ganhar um dinheiro a mais. Pessoas assim agonizam durante 5 dias por semana! É ruim para a própria pessoa e para toda a sociedade. Quem exerce bem uma profissão sem gostar dela? Ninguém!
ResponderExcluirSerá mesmo que vale a pena estragar a própria vida só para ganhar um salário maior? Conhecimento e vivência não valem mais que dinheiro? Se Ulisses Adirt tivesse feito somente aquilo que desse grana nós nunca leríamos este blog. Quem faz as coisas só por obrigação nunca inova. Fica ocupado demais se lamentando com o trabalho.
Concordo plenamente, Leo. E, mais do que isso, é bom lembrar q ter filhos é uma escolha. Escolheu ter, agora aguente - para o bem e para o mal.
ResponderExcluirBabi, como eu já disse, vc é linda! Sempre me faz sorrir.
ResponderExcluirP.S.: Conheci o Caio... só convivi com ele por um dia, mas ele parece tão doce quanto vc. :-)
Nossa... obrigado, Felipe.
ResponderExcluirCompreendo você, perfeitamente.
ResponderExcluirEu talvez tivesse menos polidez com a amiga... Fiz faculdade de Direito e odiei. Cheguei a me formar, mas não lembro de nada. Daí fiz História e realmente me apaixonei. Hoje leciono e pesquiso.
Claro que há coisas chatas no trabalho. Mas adoro as segundas-feiras. Isso é sintomático, não?