25 de dezembro de 2011

Cartinha natalina

Querido Vovô Noel,


___Neste ano de 2011 eu fui um bom menino. Fiz o meu trabalho direito, ajudei o próximo, não fiz maldades e até parei de assistir televisão para não correr o risco de ver o Rafinha Bastos.
___Pensei em pedir como presente o fim da fome no mundo, a paz mundial, o término dos horrores causados pelos automóveis ou a eliminação da pobreza, mas eu já tentei isso em outros anos e você me ignorou solenemente. Já me toquei que, apesar da roupa vermelha que nossa família usa como uniforme, nós vivemos para o consumismo e, portanto, ideais comunistas passam bem longe daqui. Tá certo, eu já devia ter percebido isso pela forma como exploramos a força de trabalho dos duendes, mas você sabe que aquela queda de cabeça do trenó quando eu era apenas Filho Noel me deixou meio lentinho.
___Deixando minhas divagações de lado, lembrando que fui um bom menino neste ano e que pedidos esquerdistas não serão atendidos, resolvi pedir algo mais simples para o meu natal. Melhor de tudo, vou dar um prazo grande para o senhor: o ano inteiro.
___Eu gostaria imensamente que os filmes que forem produzidos sobre o natal em 2012 arrumassem outro problema para o Clã Noel que não fosse sobre contratempos na entrega dos presentes. Esse tipo de roteiro está mais manjado do que filme com o Chuck Norris matando todo mundo (até o câmera) porque pisaram no rabo do cachorro dele.
___Tanta história mais interessante para contar. Podiam fazer uma comédia romântica contando o caso que eu tive com aquela elfa da fábrica de presentes. Um suspense contando a história do serial killer Tatatatatatatatatatatatatatataravô Noel, que usava uniforme preto na Idade Média e, ao invés de distribuir presentes no dia 25, resolveu matar as pessoas nos outros 364 dias do ano – e acabou conhecido como Peste Negra. Talvez um documentário histórico sobre moda, contando como adotamos nosso uniforme vermelhinho básico.
___Por favor, Vovô Noel, eu quero muito que os filmes natalinos de 2012 mudem de assunto. E já vou avisando, se você não me entregar o presente que estou pedindo, vou começar a espalhar por aí que você não existe. Esteja avisado.


Carinhosamente,


Papai Noel.


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P.S.: Aproveitando a piadinha sobre comunismo que eu fiz acima, fica outra que eu vi por aí e que muito me divertiu.


Santa Marx

5 comentários:

  1. Virou moda falar mal do Rafinha Bastos. Todo mundo que quer parecer inteligente (pseudointelectual) fala mal dele, é impressionante. Tenho fé de que você tenha argumentos de sobra para afirmar isso, mas muita gente não tem e fica de frescuragem só para aparecer.

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  2. Querido Anônimo, releia o texto. Eu não falei mal do Rafinha Bastos. Contei uma piada, em um texto descaradamente ficcional. Tenho certeza mais que absoluta que até ele aprovaria bem a brincadeira.

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  3. Eu acho que o Santa Karl ficava um trocadilho melhor do que Santa Marx.

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  4. Adorei, Leonardo. Concordo plenamente. Santa Karl fica mesmo muito melhor.

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  5. Ah...... Ulisses, vc fica falando mal das celebridades. Não gosto dessas brincadeiras que trollam pessoas intelectuais.

    Agora comentando o texto:
    Adoro seus texto contextualizados.
    Outra característica bem legal sãos os pedacinhos que lembram suas aulas de historia.
    Gostei muito da frase: " Lembrando que fui um bom menino neste ano e que pedidos esquerdistas não serão atendidos".
    Tbm gostei da Santa Karl...

    OBS: Continue escrevendo BEM para vc e para seus leitores não anônimos (seria: nônimos ??). Acho importante lembrar que há a liberdade de se criticar, mas é tão mais legal quando se critica com bons argumentos e de cara limpa.

    Bom 2012 a todos.

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