20 de abril de 2013

Manifesto – ETESP

___Eu sei que a postagem de hoje foge um tanto do padrão de textos que eu escrevo aqui no blog. Trata-se da divulgação de um manifesto escrito pelos professores de uma das escolas em que eu trabalho contra o sindicato pelego e a vergonhosa política do governo estadual para com os funcionários do Centro Paula Souza.
___Se os leitores habituais não estiverem interessados, este aviso fica aqui no início para que esta postagem seja ignorada. Para quem quiser se informar um pouco mais sobre como o PSDB, apesar dos discursos de campanha, não cuida das ETECs e FATECs, fica o manifesto e, abaixo, alguns links de textos que eu publiquei sobre o assunto aqui no blog.


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Nós, professores e demais funcionários do Centro Paula Souza, da unidade Etec de São Paulo (ETESP),


Vimos por meio desta apresentar nossa profunda discordância em relação aos critérios estabelecidos pelo Centro Paula Souza no que se refere à política do “bônus-resultado” vigente. Não obstante, entendemos que, além de insuficiente, deve-se reformular o plano de carreira dos funcionários capaz de integrar maiores benefícios e estabilidade na carreira. Compreendemos que a prestação de serviço educacional não pode ser tratada como mera mercadoria, abordagem típica do universo empresarial.


Nos posicionamos a favor de uma convergência dos docentes e demais funcionários de todas as unidades do Centro Paula Souza a se mobilizarem em torno da discussão das condições de trabalho, plano de carreira e atual política do “bônus-produtividade” meritocrática.


As reformas de Estado, de cunho neoliberal, têm orientado a realidade educacional brasileira. O processo de precarização social do trabalho docente e das formas flexíveis de contratação (professores horistas, trabalho por tempo parcial) são dominantes no Centro Paula Souza. A desatenção com os direitos sociais dos professores agravada pela desmoralização social da carreira desvela o grau de precarização em que se encontram os professores e funcionários.


Na oportunidade em que repudiamos a política salarial no Centro Paula Souza, temos ciência da necessidade de se combater a burocracia sindical do SINTEPS e reivindicar o controle da base sobre os dirigentes. O confronto de opiniões, visões de mundo, críticas, reivindicações, controle, transparência devem formar a tônica da organização sindical, em especial no ramo educacional público, o que definitivamente não é o caso do SINTEPS.


Por fim, nos posicionamos:


1- Contra o bônus-produtividade, não apenas seus critérios da gestão empresarial;


2- Por um plano de carreira claro e que permita ao docente sentir melhorias efetivas em seus ganhos salariais;


3- Aumento real de salários;


4- Livre escolha, por parte dos funcionários do Ceetps, dos contratos de trabalho (CLT ou estatutário);


5- Mudança na jornada de trabalho;


6- Luta pela reeducação da organização e politização docente e desburocratização sindical;


7- Por um sindicato atuante, presente e que represente efetivamente os funcionários do Ceetps;


8- Em repúdio a Superintendência do Centro Paula Souza e à política educacional do governo do Estado de São Paulo;


Movimento de Oposição Sindical à direção do Sinteps e de organização dos professores pela reivindicação de melhores condições de trabalho junto a Superintendência do Ceetps.


São Paulo 19 de abril de 2013.



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Leituras recomendadas:
- “Serra e a educação”;
- “ETESP: mentiras e verdades na melhor escola pública de São Paulo”;
- “Novilíngua – e a ausência de Sociologia e Filosofia”;
- “‘Boas’ condições de trabalho”.

Um comentário:

  1. Tive aulas de história com você e sonho em um dia conseguir dar aulas na ETESP. Não que essa postagem me deixe desmotivada, mas isso e os tantos outros percalços da instituição são muito frustrantes, não tem outra palavra...
    Antes eu achava que era mágica ou que era a "visão de mundo" que fazia a ETESP diferente, mas não... São os professores que transformam o lugar. É muito triste ver que isso está em vias de se perder/se perdendo porque os professores, que ganham 10 reais por aula, têm que se submeter a critérios de "bônus-produtividade". Parabéns pela iniciativa.

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