___Visita de família. Em determinado momento, uma pessoa entra no meu quarto e bronqueia:
___– Poxa, Ulisses! Atenção! Tem visitas em casa e você deixa o lubrificante em cima do criado-mudo.
___Sem querer arrumar uma discussão desnecessária, abro a gaveta e jogo a bisnaga do lubrificante para dentro.
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___Fim do evento social. Cansados, eu e minha esposa vamos para a cama. Em meio ao deitar juntinhos e conversar, começamos a brincar um com o outro e, pouco tempo depois, procuro o lubrificante. Não está em cima do criado-mudo. Lembro da conversa ocorrida mais cedo, abro a gaveta, coloco minha mão para dentro e percebo ela melecada.
___Achando estranho, levanto, acendo o abajur e descubro que a porra do lubrificante estourou na gaveta. Ao invés de ter um fim de noite gostoso, eu e minha esposa passamos um tempão limpando o móvel.
___Vou me lembrar disso para, na próxima vez, mandar o moralismo tacanho dos outros tomar no cu. Sem lubrificante.
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P.S.: Sobre criados-mudos, recomendo a linda animação “O emprego”, de Grasso 'Bou' Santiago, e o livro Homens invisíveis, de Fernando Braga da Costa.
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