___Caco Barcellos é um dos melhores jornalistas ativos da televisão brasileira. A maior parte das produções dele que eu li ou assisti, só me fizeram admirá-lo ainda mais.
___Recentemente, por conta de conversas que eu tive com meus alunos (inclusive alguns alunos agredidos por policiais militares que, sem mandato judicial, desocuparam violentamente algumas escolas), reli o Rota 66: a história da polícia que mata, trabalho mais famoso do Caco Barcellos. O livro é fantástico, mas extremamente violento. Em vários momentos, tive de interromper a leitura para respirar e conter a ânsia de vômito.
___Mesmo assim, é impressionante como até em uma narrativa violenta, como a do Rota 66, é possível encontrar beleza – e não estou falando apenas da beleza doce e ingênua do autor de esperar uma diminuição da violência policial com o seu livro. Em meio a todo o peso da dura e triste narrativa, Barcelos conseguiu espaço para publicar um poema encontrado no bolso de João Augusto Diniz Junqueira, uma das vítimas da PM:
Pensou em subir na vida
Notou que os degraus eram os seus semelhantes
Que a escada era feita de homens curvados
De crianças maltrapilhas
De velhos com fome
Pediu perdão
Se afastou de cabeça baixa
Ulisses, ao ler o texto lembrei de duas coisas:
ResponderExcluirPrimeira, vc já leu o livro "Maus" de Art Spiegelman??
Eu tbm tive de interromper a leitura para respirar um pouco e descansar o mal estar!
Recomendadíssimo. O Poema, neste caro, fica a critério das ilustrações.
A outra cousa:
A Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo realizará uma Audiência Pública, que contará com a presença do jornalista Caco Barcellos, para falar sobre a vala clandestina de Perus e a violação de direitos humanos nos dias atuais.
Violência de Estado na cidade de São Paulo na ditadura e hoje
https://www.facebook.com/events/1733231990288401/
Câmara Municipal de São Paulo - Sala Tiradentes
02/06/16 às 19:00
Abraços Trida!
Já li sim, Fabio. Vale mesmo como uma ótima indicação.
ExcluirQuanto ao Caco Barcellos na Câmara, infelizmente eu não pude ir. Mas, agradeço também.
Abraços.