5 de julho de 2016

Índio com celular

Índio com celular

___Todo dia, ao acordar (e para acordar), eu tomo um banho. Sinto que começo o dia muito mais relaxado, saio de casa me sentindo bem. Não tomar banho de manhã é algo que realmente me incomoda. Por vezes, dependendo das minhas atividades diárias, tomo mais de um banho por dia.
___Minha esposa não costuma se maquilar. Porém, sempre que ela vai a um evento importante, não dispensa a pintura.
___Adoro comer mandioca, batata, milho, tapioca, açaí. Não acho que o meu bife ou o meu arroz com feijão ficam completos sem uma farofa por cima. Passei a minha infância adorando tomar guaraná.
___Trabalho como professor. Acho importantíssimo que as pessoas mais velhas passem seus conhecimentos para as mais novas. Acho, inclusive, uma obrigação social. Diga-se de passagem, sentar e contar histórias está entre as melhores coisas da vida.
___Também sou professor de dança. Sei o quanto é difícil ensinar alguém a dançar sem uma percussão bem marcada. E também sei como as danças funcionam bem melhor com muita gente dançando.
___Nos meus dias de folga, se a temperatura permite, passo o dia descalço. Meu cunhado, por sua vez, passa o tempo que pode sem camisa.
___Adoro ler e leio de tudo. Leio em praticamente qualquer lugar: de pé, deitado, andando, na biblioteca, no ônibus, na fila do banco. De longe, o meu lugar preferido para ficar lendo por horas é a minha rede.
___Eu, descendente de europeus, não vivo como as pessoas do “Velho Continente” viviam no século XV. Meus ancestrais adquiriram diversos costumes nesses últimos séculos, muitos desses costumes de gente que morava aqui no “Novo Mundo”. Costumes, vale dizer, que eu gosto. Agora, diga-me: eu tenho o direito de criticar um indígena por usar camiseta, celular ou por estudar Engenharia? 

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