30 de janeiro de 2008

Uma espera longa e um dia improdutivo

_____Muitas pessoas não gostam de trabalhar. Muitas vezes elas parecem não agüentar de vontade de que o final do expediente chegue para poderem ir para casa. Se esse desgosto pelo trabalho estiver na definição da palavra trabalho, posso dizer que raramente trabalhei em minha vida. Adoro meus trabalhos e, na maioria das vezes, vou feliz e contente para o serviço.

_____Gosto muito de dançar, acabo sempre me divertindo quando escrevo, mas nenhum dos meus trabalhos é tão gostoso para mim quanto lecionar História. Ensinar História me diverte mais do que grande parte das minhas atividades praticadas nas horas de lazer. Já lecionei em cursinhos, supletivos, faculdades, porém são os colégios a minha verdadeira paixão. Meu problema é que o colégio que eu mais gostava de lecionar passou por uma troca de donos em meados de 2006 e acabou falindo bem no final do ano (depois do natal).

_____Fui pego completamente de surpresa e, então, mandando currículos de última hora, só encontrei para o ano seguinte um colégio desorganizado, cheio de problemas, desonesto, que, literalmente, engana os alunos e no qual eu tinha de fazer um esforço hercúleo para conseguir uma condição mínima para dar um bom curso. 2007, no fim das contas, não foi um bom ano neste ponto. Para alguém como eu que tem a sala de aula como um dos lugares preferidos para se ficar, isso incomodou muito.

_____Querendo encontrar um bom lugar para lecionar em 2008, desde outubro de 2007 comecei a enviar currículos para colégios. Mandei um monte, mas não obtive nenhuma boa resposta. O tempo ia passando e a chance de conseguir algo (já que as aulas começam em fevereiro) foi diminuindo – o que, obviamente, começou a me entristecer. Até a semana passada.

_____Semana passada, então, um bom colégio me ligou e marcou uma entrevista comigo para segunda-feira (ontem). Fiz a entrevista. A entrevistadora disse, então, que havia gostado bastante da entrevista, mas que tinha mais uns dez candidatos para entrevistar. Disse que no dia seguinte (hoje) ligaria para dar a resposta.

_____Cheio de esperança, passei o dia em casa. Foi um verdadeiro inferno. Cada vez que tocava o telefone, eu corria até ele. Como nenhuma das ligações era a resposta do colégio, fui desanimando com o passar do dia. A inquieta espera e o crescente desânimo fez com que o dia fosse longo e extremamente improdutivo. Não fui capaz de ler nenhum dos livros que estou lendo no momento, não importa se eram os difíceis ou os fáceis. Tentei trabalhar em alguns dos meus textos, mas nenhum deles caminhava. Minha cabeça, o tempo todo, estava em outro lugar.

_____Agora, perto da meia-noite, depois de já ter ido trabalhar na academia de dança, com a certeza de que não consegui o emprego que eu queria, está sendo possível produzir algo, mesmo que esse algo seja um texto amargo. Espero que tenha saído um texto de leitura agradável. Espero, também, que este ano, sem poder fazer direito o que eu tanto gosto, não seja tão desagradável quando este dia.

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