16 de setembro de 2008

Abnegada

_____Admiro muito quem sofre pelo bem do próximo, quem se doa, quem se esforça para melhorar a vida dos outros.
_____Hoje cedo saí de casa, a pé, para ir trabalhar. Eu não tinha mais sono, pois o frio era tanto que Hipnos, o deus do sono, com certeza havia saído de perto de mim e ido se enrolar nas cobertas da própria cama. Eu mal conseguia segurar meu livro de bolso enquanto caminhava sem pensar que meus dedos tinham chance de gangrenar.
_____Então, no meio da minha martirizante caminhada, passa, bem na minha frente, uma morena alta, usando uma saia muito curta, com belas pernas (interminavelmente longas e nuas). A parte de cima da roupa dela também não cobria muita coisa. Não sei o que aconteceu, mas não prestei atenção no frio enquanto ela ainda embelezava o meu campo de visão e, também, durante um bom tempo depois.
_____É obvio que aquela morena estava com frio, deveria estar morrendo de frio. Mas, isso não pareceu importar de nada: ela queria melhorar alguns instantes da vida das pessoas à sua volta e, portanto, saiu de casa daquela maneira para embelezar o mundo. Abençoada seja a moça.

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P.S.: Aproveito para indicar o divertido texto “Pela regulamentação da profissão de Bonito”, da Juliana Cunha, como um complemento ideal para esta minha crônica.

5 comentários:

  1. Uma maneira muito... hhaammm... original (isso!) de descrever a bondade alheia.

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  2. Aloha Ulisses!
    O que seria da nossa vida sem o esforço de pessoas assim...
    Aquecer um dia frio de inverno não é trabalho para qualquer um! É quase uma santa!!
    Justamente hoje você não arriscou uma daquelas suas fotos perigosas..
    Aloha!

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  3. Menino levando em consideração o frio que estava em Sampa dia 16 pela manhã fiquei na dúvida: ela estava indo ou voltando do trabalho?!!!!!
    Forte abraço sempre.

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  4. excelente o comentário de RO Costa... hahaha....

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  5. Prezado,

    é um exemplo de vício privado benefício público???

    Um abraço,

    Cesar Kiraly

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