6 de agosto de 2009

Inspirem

_____Quem tem o bom gosto de acompanhar também o LLL já deve ter visto, mais de uma vez, o Alex Castro dizer que Uma das grandes questões do nosso tempo é o modo como as empregadas domésticas são tratadas. Não é à toa que, frequentemente, ele as compara com os escravos – uma das grandes questões sociais de outros tempos.
_____Concordo com o Alex, sem sombra de dúvidas. Mesmo assim, creio que também vale à pena jogar muitas fichas em outro ponto. Se hoje nós olhamos para a Idade Moderna e para o início da Idade Contemporânea abismados com o modo como os escravos eram tratados, aposto que, no futuro, as pessoas vão olhar para nós e tentar entender como conseguimos ter essa nossa absurda relação com os automóveis.
_____Hoje, sem perceber qualquer absurdo, as pessoas sacrificam tempo, espaço, saúde, bens e – pasmem – vidas aos carros. Do mesmo modo como a escravidão parecia algo completamente natural no século XVI, em pleno século XXI a vida com os automóveis parece inevitável.
_____Calçadas que facilitam a entrada de garagens e não a passagem de pessoas, semáforos que deixam quem anda esperando mais tempo do que os usuários de máquinas, postes de iluminação que iluminam as ruas (para automóveis com faróis) ao invés do local em que as pessoas (que não possuem luzes externas naturalmente embutidas) circulam, o uso abusivo de recursos naturais para alimentar máquinas. Todo esse avilte à vida humana é natural para quase todo mundo. Podem sair perguntando, vocês vão ver.

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_____Na última semana, indo para casa, cruzei com um grande relógio, em contagem regressiva, dizendo “Faltam X dias para São Paulo respirar melhor!”. Sonhador inveterado que sou, pensei no quanto seria maravilhoso se, ao término da contagem, a Terra da Garoa pudesse realmente respirar melhor. Já imaginaram que maravilha seria se alguma medida fosse tomada para que as pessoas passassem a utilizar os poluidores automóveis de maneira racional? Não seria fantástico poder respirar o ar da cidade sem esse excesso de escapamentos? Os estudantes de medicina não teriam mais pulmões enegrecidos de moradores de centros urbanos para olhar. O número de problemas respiratórios diminuiria.
_____É só um sonho, eu sei. O mais triste é saber que é um sonho com o qual quase ninguém mais acha válido sonhar. Quase todo mundo crê que a nossa vida com a poluição e outros males causados pelos carros é natural. Que só é possível viver assim. Triste.


_____O relógio? Ah... é só a contagem regressiva para o início da lei antifumo. Nada que vá fazer a Cidade realmente respirar melhor.

4 comentários:

  1. Eu realmente não me vejo comprando um carro num futuro próximo. Acho um gasto totalmente supérfluo de um dinheiro que poderia ser usado pra outros fins, nem que seja o de simplesmente poupar.

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  2. Teu blog foi presenteado com o selo "ESTE BLOG ACERTA EM CHEIO"
    parabens, passa la depois para pegar.

    http://bahnana.blogspot.com/2009/08/selo.html

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  3. Bommmmm :) Eu infelizmente sou fumante, se morasse em SP ia me mudar... rsrsrs mas não acho que terá impacto somente o cigarro, tipo tem que ir nos pontos fortes causadores de poluição, e como sempre digo posso parar de fuma hoje e amanhã levar um tiro, ser atropelada e de que vai ter adiantado rsrsrsr !!
    Bom seu blog e obrigado pela visita!!

    Abraços

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  4. Oi Dom!
    estou (quase) totalmente de acordo com vc. realmente o uso dos carros não tem a menor consciência, e o pior é notar que a maioria das pessoas está sozinha no carro. Será que nunca ouviram falar em carona? E na corrida da pós-modernidade todo mundo quer chegar primeiro 18hrs TODO MUNDO saí do trabalho. e fica 45 minutos só na Dr Arnaldo. Isso não faz o menor sentido! Por quê não esperar um pouco...? tomar um café, falar com alguém legal...dar um tempo pra não chegar em casa com aquele mal humor que só o trânsito sabr trazer?

    Agora quanto a respirar melhor...a lei antifumo é muito importante. Eu asmática que sou (e não sou uma excessão, a maioria das pessoas hj em dia tema alguma alergia ou problema respiratório) sempre passei mal no dia seguinte às baladas. Infelizmente, não era nenhum porre de adolescente (deve doer menos) eram os dias seguintes de asma, rinite, dores no peito, olhos secos e gânglios inchados. No inverno então, a balada já emendava na gripe e na inalação. Não acho justo que as pessoas que resolveram atentar contra os próprios pulmões me causem um dano dessas proporções, e pior, me excluam de momentos sociais bacanas com os amigos (nossa, quantos aniversários já perdi!). Mais do que isso, a lei anti-fumo é uma lição de coletividade e bom-senso.
    Eu sei que a lei anti-fumo não vai mudar a estratosfera, a biosfera, o tratado de kioto ou qualquer macro-mudança...mas vai fazer as pessoas repensarem a coletividade, oq viver em grupo significa. vão, finalmente, me deixar respirar!
    ufa!

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