___Primeira aula da manhã. Entro na sala e os alunos vão entrando comigo. O colégio é particular, a sala tem cerca de 40 alunos; apenas um é afrodescendente. Assim que fecho a porta, a aluna negra abre; faço sinal para ela entrar.
___Ela entra; seu cabelo está solto e um tanto armado. Um aluno metido a engraçadinho, fica em pé e fala:
___– Cabelo de preto é que nem bandido: ou tá armado, ou tá preso! – E, na sequência, vira para mim e completa: – Sem racismo, professor, foi só uma piada.
___Antes mesmo que eu pudesse falar algo, a aluna aproveitou o silêncio que ficou na sala e disse:
___– Piada de branco é assim mesmo: ou é racista, ou é sem graça.
___O garoto ficou vermelho e não falou mais nada.
___Acho que vou estabelecer uma cota para as piadas dos alunos brancos, coitados.
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P.S.: O melhor texto sobre o assunto é o “Menina vai para a guerra”, do blog Histórias de menina. Além dele, indico, claro, a série sobre racismo do meu amigo Alex Castro.
P.P.S.: Sobre cotas (para negros), deixo um quadrinho de Barry Deutsch.
Também ando escrevendo sobre isso lá no meu blog.
ResponderExcluirUm amigo meu traduziu este quadrinho aí: http://pluralf.blogspot.com/2009/10/enfim-uma-palavra-clara-sobre.html
Por acaso também cito o Alex Castro.
Tem um estudo interessante citado também lá no Ágora com Dazibao no meio, sobre o acompanhamento que a imprensa tem dado ao tema.
Muito bom texto...
Isso pelo menos ainda é uma brincadeirinha.
ResponderExcluirE as cotas para negros na universidade ? self-preconceito aquilo hein
Aloha Ulisses!
ResponderExcluirMas nessa cota depiadas vai ter aquela dos novos preservativos em tamanhos diferentes?
"Grande, médio e para brancos"?
Aloha!
Virou texto de coletânea para proposta de redação que eu elaborei.
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