28 de fevereiro de 2012

Dica para escritores independentes

___Você é escritor e, injustamente, ninguém quer publicar você? Eu entendo o seu drama: o mercado editorial nem sempre é justo, correto, muitas vezes não dá atenção a quem merece, etc., etc.. Mesmo assim, querido escritor não-publicado, aconselho que você leia, com a mente aberta e uma boa dose de atenção, esse poema de um querido amigo meu. É só uma pequena dica para que você reflita. Entretanto, caro escritor não-publicado, não é para você que resolvi escrever este texto.
___Escrevo para aqueles escritores que ninguém quis publicar, mas que, acreditando no próprio talento, meteram a mão no bolso e bancaram uma edição independente. Como vocês, escritores auto-publicados, bem sabem, não adianta de nada publicar um livro e, depois, guardá-lo no armário. É necessário vendê-lo. No entanto, sem o aparato de alguma editora –, sem a propaganda que ela pode fazer, sem os contatos com as livrarias, – tudo é bem mais difícil. Muitas vezes, mantendo uma tradição bem antiga, os escritores independentes saem pelas ruas oferecendo a própria obra. Aqui em Sampa, um local clássico para isso é o vão do Masp.


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___Dia desses, passava eu pela calçada do Masp, quando avistei um autor independente segurando vários exemplares da sua obra. Como de costume, eu carregava um livro na mão – indicação clara de que sou um leitor e, portanto, um cliente em potencial. Sendo assim, já fui me preparando para a chegada do rapaz. Ele realmente se aproximou, mas não se dirigiu a mim. Com passos largos, emparelhou com uma moça que estava à minha frente e disse:
___– Ô gatinha, quer ver a minha poesia?
___Como a garota não lhe deu a menor atenção, ele parou e, falando bem alto, disse:
___– Vai, gostosa, compra o meu livro! Aposto que você vai adorar o tamanho do meu soneto.
___A menina ignorou o poeta-idiota e seguiu o seu caminho. Também continuei a caminhar, completamente intrigado com o que o rapaz pensa ser uma boa estratégia de vendas e um soneto.


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___Portanto, caros escritores independentes, fica uma dica bem básica para vender livros: pelo menos na hora de falar com os clientes, tente não ser um machista ignorante, com cantadas nada poéticas.


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P.S.: Aproveitando o assunto, deem uma olhada na estratégia de vendas bem mais educada e interessante do Rob Gordon, também em frente ao Masp.


3 comentários:

  1. Aqui em Recife, tem uns poetas de rua pela região do Recife Antigo. A maioria das as edições são bem rudimentares mesmo, algumas vezes rodadas em xérox. Praticamente uma literatura de cordel do século 21. Já comprei alguns e achei legais, outros são totalmente malucos mesmo.

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  2. Armando Villas Boas jr.12 de fevereiro de 2013 às 13:29

    Em São Paulo é bem comum os autores independentes oferecerem suas obras - ou parte delas - gratuitamente pelas ruas. Ora gratuitamente, ora por pequenos valores. O que poderia ajudar estes autores a publicar seus livros são as plataformas gratuitas de publicação e comercialização que agora invadem o Brasil. São muitas delas, e eu mesmo já escolhi uma delas para publicar o meu livro de contos. A plataforma converteu no formato e eu só tive que fazer um perfil e inserir meu arquivo. Agora tenho até vendido alguns exemplares através da Amazon, que trabalha em parceria com eles. E tudo de graça. ;)
    Para quem quiser aproveitar, aqui fica minha dica: www.xinxii.com/pt
    Abraços e sorte a todos!

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