___Faz alguns anos, a Unicamp tem organizado um evento estudantil fabuloso: as Olimpíadas de História. Participei com meus alunos em todos os anos e eles se divertem, aprendem e trabalham bastante.*
___Refletindo sobre como o ensino de História tem sido atacado encarado com a atual reforma do ensino, uma das atividades da Olimpíada deste ano é que os estudantes entrevistem o próprio professor. Colo, abaixo, as perguntas e minhas respostas.
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POR QUE ESCOLHEU SER PROFESSOR DE HISTÓRIA?
___Sempre gostei de ler. Eu lia os livros que os professores mandavam de leitura obrigatória e, como meus amigos não liam, eu contava para eles o que acontecia na estória. Descobri que ensinar me agradava, mas ainda era algo muito incipiente.
___Escolhi ser professor em meados do meu 2º ano do Ensino Médio. Comecei a perceber que, em breve, a escola iria acabar e eu adorava aquele ambiente de troca de conhecimento, de discussões, de aprendizado. Eu queria ficar e, então, percebi que ser professor seria um caminho natural para continuar naquele local.
___Faltava, então, decidir o que ensinar. Eu gostava de História e de Literatura. Se eu me formasse em Letras, para ensinar Literatura, eu também teria de ensinar Gramática, algo que nunca me agradou. Por outro lado, se eu me formasse em História, eu poderia utilizar obras literárias em minhas aulas de História. Sendo assim, decidi ser professor de História.
O QUE VOCÊ MAIS GOSTA EM SUA PROFISSÃO?
___Adoraria responder: “O salário!”. Mas, não dá. Seria pelo menos uma consolação responder: “A valorização dada pela sociedade.”. Porém, também seria mentira (mesmo que a sociedade não admita isso). A pergunta não é sobre o que eu gostaria de responder, então vou parar de tergiversar.
___Eu gosto de muitas coisas no meu trabalho de professor. Falar, discutir, debater, refletir sobre assuntos que aprecio. Tenho um monte de interlocutores para ouvir minhas ideias, ler livros que eu adoro, discordar de pontos de vista sobre os mais diversos temas.
___Também é sempre maravilhoso perceber várias pessoas curiosas descobrindo coisas novas. Ver uma pessoa que tinha alguma dificuldade, superando-a. Saber que tudo o que está sendo ensinado será importantíssimo para a vida de todas as pessoas presentes na sala, mesmo que muitas não percebam isso.
QUAL A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE HISTÓRIA DENTRO DA SOCIEDADE?
___Existem tantos pontos que tornam o ensino de História importante para a sociedade, que seria melhor colocar a pergunta no plural. Talvez algo como “Cite alguns exemplos da importância do ensino de História dentro da sociedade.”.
___Não esquecer o que aconteceu no passado, serve como uma resposta resumida. Imagine que horror seria esquecermos tudo o que aprendemos, descobrimos, inventamos e fizemos. Tente conceber toda a humanidade sem saber nada sobre o seu passado, começando do zero todo dia.
___O ensino de História pode servir para homenagear pessoas e acontecimentos. Da mesma forma, pode servir para criticá-las. Ensinar História é dar ferramentas para que estudantes possam comparar o Hoje com o Ontem. É assim que decisões podem ser bem tomadas, preconceitos combatidos, conceitos questionados, injustiças desfeitas.
___Por fim, o historiador francês Marc Bloch, no seu livro Apologia da História, não me deixa esquecer: estudar História é divertido. Porém, como eu já disse, o ensino de História serve para homenagear e, também, criticar. Sobre o tema, então, indico o maravilhoso vídeo “Isso é História – Função Social”, do Oldimar Cardoso.**
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*Foi por conta das Olimpíadas da Unicamp (e dos cursos que ela oferece para os professores) que eu escrevi esse plano de aula.
** Indico, diga-se de passagem, todos os vídeos do Isso é História, o canal do Oldimar. Infelizmente o canal dele durou pouco tempo, mas todas as reflexões sobre História feitas lá são valiosíssimas.
Quer e deseja mesmo é ser um moderninho. Repare:
ResponderExcluirO petismo (e o PT) venera, adora, louva e cultua a baixa-cultura, o brega, barango, o Kitsch, o mau gosto. Tem ódio da arte de elite (Dostoiévski, por exemplo. Ou Villa-Lobos etc.):
O conceito, a ideia ou a "constelação" de arte não são excessivamente relativistas ao extremo:
¿o que seria ARTE?...
¿Anitta é ARTE?
Completo relativismo (ou RELATIVISMO versus UNIVERSALISMO):
A exposição barangona do banco Santander
é puro lixo pós-moderno ou sei lá o quê.
De um mau gosto engana-trouxa enorme. ��
Há que se fazer sim distinção entre uma coisa e outra,
mesmo que pareça difícil de o fazer à 1ª vista:
¿ou será que se pauta completamente pelo relativismo extremado
em que “TUDO é ARTE”?
Nesse caso, então, música de Xuxa é arte?
E Sertanejo Universitário é arte?
ANITTA é arte?
Kuá, kuá, kuá!
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BACH -- sim -- é ARTE.
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O Que se deseja mesmo é ser um "moderninho". Repare. É com esses doutorzinhos de universidade — o Gaudêncio Fidelis — que a gente vai ter que lidar.
Vídeo pequeno no YouTube [Para poder ver, copie e cole]:
http://m.youtube.com/watch?v=wsAZQMvGY0E