29 de novembro de 2018

Como fazer amigos

___Faz mais de dez anos, contei aqui no blog que fui a uma entrevista de emprego e, na sala de espera, junto com os outros candidatos, estava um rapaz com um livro intitulado Como trabalhar pra um idiota – Aprenda a evitar conflitos com seu chefe. Até hoje não acredito na falta de noção de alguém que vai para um ambiente de trabalho, para uma entrevista de emprego com um livro desses. E olha que eu não sou conhecido por ter muita noção. 

Capa do livro Como trabalhar pra um idiota – Aprenda a evitar conflitos com seu chefe

___Sou bastante cético com livros de autoajuda. O pouco que eu li desse tipo de obra me pareceu ou um monte de obviedades, ou a mais pura enganação. Um livro sobre “evitar conflitos com o seu chefe” deveria explicar para o leitor que chamar o próprio chefe de idiota não é um bom caminho. Sendo assim, a introdução do livro deveria dizer para nunca levar aquele livro para o trabalho. Se essa pequena dica não fizer parte da obra, talvez ela não ajude muito a evitar conflitos com o chefe. 
___Semana passada convidei uma amiga para jogar board games aqui em casa. Ela me perguntou se poderia levar o primo dela. Eles chegaram. Eu, minha esposa e minha amiga ficamos jogando na mesa. Por mais que eu tenha insistido, o primo dela não quis jogar. Ficou apenas no sofá, lendo. 
___Em determinado momento, eu saí da mesa para oferecer alguns petiscos para o rapaz. Ao chegar perto, descobri que ele estava lendo o livro Como fazer amigos e influenciar pessoas

Como fazer amigos e influenciar pessoas

___Nunca serei autor de um livro desse tipo. Mas, aproveito para dar duas dicas básicas para leitores do Como fazer amigos e influenciar pessoas: (1) procure não ler um livro com esse título na frente dos outros. E, mais importante, (2) se for à casa de alguém, tente interagir um pouco com as pessoas. 

2 comentários:

  1. Oi, Ulisses. Ótimo texto, porém discordei de um ponto. Eu também achava estranho os livros de autoajuda, e por muito tempo menosprezava esse tipo de conteúdo óbvio e "vazio". Mas após alguma reflexão, percebi que o importante não é o conteúdo em si, mas sim a forma como ele é transmitido! Por mais triviais que sejam, esses livros motivam as pessoas a crescerem e as fazem se sentirem bem, ainda que estejam passando por um mau momento (e provavelmente estão). É claro que há livros bons e ruins em qualquer gênero, mas a obviedade não é necessariamente um ponto negativo. Quando percebi isso, passei a ter uma visão muito mais positiva desses livros e de seus leitores!

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    1. Você tem toda razão. Com toda certeza, não são todos os livros de autoajuda que são ruins e, mais ainda, é sempre importante lembrar que alguns deles ajudam seus leitores. Eu li alguns e não foi uma boa experiência. Quem sabe eu tenha mais sorte no futuro com alguma boa indicação. Ah... admito que, no geral, não costumo ter uma visão boa dos livros de autoajuda, mas isso nunca me impactou quanto aos leitores. Não considero que a pessoa tenha algum demérito por ler um livro de autoajuda (só de ler certos títulos em certos lugares ;-)).

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