Historicamente,
as Forças Armadas brasileiras, ao invés de serem uma força preparada contra
algum invasor externo, são especialistas em atacar a própria população e o
próprio Estado. Em mais uma tentativa de pacificar essa Força Armada golpista, o
presidente Lula acertou em vetar eventos públicos que utilizariam o dia 31 de
março para criticar o Golpe de 1964.
Claro que os
militares devem ser criticados pelo tanto de pessoas torturadas e mortas
durante a Ditadura Militar. Obviamente, eles merecem críticas pelos mais de 20 anos no poder e por terem deixado a economia brasileira em frangalhos,
com uma dívida externa altíssima e uma inflação descontrolada. Sem dúvidas os
milicos devem ser criticados por toda a corrupção ocorrida durante a Ditadura (com
qualquer tipo de denúncia a essa corrupção sendo censurada).
Eu poderia continuar os exemplos
por inúmeras frases. Motivos para criticar o Golpe de 1964 não faltam. O mal
que que os militares causaram ao país ainda nos aflige absurdamente. Lula está
certo em não permitir que eventos que façam alusão ao Golpe ocorram no dia 31
de março, mas muito errado em não permitir eventos públicos lembrando o quanto
a Ditadura foi ruim.
Datas são
historicamente escolhidas para marcar eventos. Escolhemos o dia 7 de setembro
de 1822 como marco para a independência do Brasil em relação a Portugal. Poderíamos
ter escolhido o dia 2 de setembro de 1822, quando Maria Leopoldina, como
princesa regente, assinou a carta de José Bonifácio que seria entregue ao
príncipe – que estava em viagem. A data escolhida poderia ser 2 de julho de 1823,
com a vitória dos baianos sobre as tropas lusitanas. Ou 25 de agosto de 1825,
com o Tratado de Paz e Aliança, o reconhecimento oficial da independência do
Brasil por Portugal. Porém, escolhemos uma imagem quase mítica de dom Pedro
gritando “Independência ou morte!” no dia 7 de setembro.
Voltando aos milicos, sempre me
agrada a ideia de que eventos criticando a Ditadura Militar não devam mesmo
acontecer no dia 31 de março. É importante consagrar o dia 1º de abril como o
dia do Golpe de 1964.
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