18 de julho de 2009

Aviso aos chorões

_____Atire a primeira pedra quem nunca ouviu aquela lenga-lenga chata de “Ninguém vai a exposições.”, “O teatro não tem público.”, “As apresentações das Orquestras de Gaitas de Fole estão sempre vazias.” e congêneres. Tudo bem, eu sei, a situação poderia estar melhor; todos esses gêneros de artes são subvalorizados. Mas, é importante dizer, grande parte dos eventos têm pouco público, não se pagam, simplesmente porque não são bons o bastante.
_____Antes que comece o apedrejamento a este incauto autor, faço um pedido aos leitores paulistanos: levantem o traseiro das cadeiras de vocês e apareçam no MASP amanhã.
_____Esse domingo, dia 19/VII, será o último dia da exposição prorrogada de Vik Muniz. As obras são interessantes, inteligentes, divertidas. Não é para menos que o local sempre está lotado. Neste momento, algum ignorante metido a espertinho poderia retrucar “Ah, grande coisa, está cheio porque é o MASP.” e eu teria de me segurar muito para não gargalhar na cara do p.i.m.b.a..



_____Qualquer frequentador fraquinho de exposições sabe que o Museu de Arte de São Paulo não é tão lotado assim. E, mesmo se fosse, quem seguir o meu conselho e for se divertir na VIK, pode subir até o primeiro andar do Museu, na exposição Terra em Transe, de Manuel Vilariño, e presenciar o vazio habitual.
_____Como pode, no mesmo museu, uma exposição estar lotada e a outra deserta? Simples: uma é boa, interessante para o público, diverte, faz as pessoas refletirem; a outra é uma droga.
_____Queridos artistas do mundo, antes de reclamar que ninguém foi ver sua peça, vernissage ou evento do tipo, lembre bem desse exemplo. OK?

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P.S.: Aproveitando o assunto, o talentoso cartunista Rodrigo Chaves falou algo parecido (de maneira mais simpática) depois de ir a um encontro de quadrinhistas e ouvir o mesmo tipo de chororô.


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Atualização (19/VII): Acabei de ver, o Arnaldo Branco publicou no Twitter uns comentários que encaixam perfeitamente com o tema do texto:




Um cara faz uma coletânea c/ amor e vem outro q é repórter pq não consegue publicar perguntando se o livro foi feito por pressão da editora.10:57 AM Jul 14th
Para esses, editoras são entidades argentárias do mal, já que não dão oportunidade para talentos como o dele. Not: vc é que é ruim, cara.10:59 AM Jul 14th

5 comentários:

  1. Tens toda a razão, muitos desses lugares ou eventos tem pouco público porque são desinteressantes.
    Exposição de arte moderna, por exemplo. já fui em algumas, mas considero a maioria daquelas "obras" um monte de bugigangas de gente sem talento.
    Me processem, mas pra mim um monte de lixo/tinta/ousejaoquefor amontoado/jogado de maneira aleatória não são e nunca serão arte. A não ser que arte seja qualquer coisa, nesse caso, todo mundo é artista e eu posso apreciar minha própria arte sem sair de casa. :P

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  2. Olá Ulisses, tudo ok.

    Esqueceram do público. Nãoque eu ache que o artista tem que viver eu função de...mas, se formos ver e ler, até o fim do ´seculo XIX os artistas, por maiss invenções que fizessem, sempre tinham o prazer de se comunicar com o público.

    hoje, sei não. E no interior a coisa é igualzinha, rapaz!

    abs meu velho

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  3. Aloha Ulisses!
    Mesmo que exista uma componente de divulgação, que pode acabar com qualquer evento, se não for, pelo menos, adequada, talento é fundamental.
    Nunca ninguém foi nas minhas mostras porque... eu não produzi nada publicamente interessante.
    Mas agora sei que deve ser por causa destas editoras ou então porque não foi no MASP...
    Grande abraço e
    Aloha!!

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  4. Eu iria fácil, mas ser od inteiro é foda!rs

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  5. [...] sobre a mesma exposição em São Paulo, e acho que ele tocou numa questão muito importante: veja lá. Share and [...]

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