12 de agosto de 2009

Papagaio come o milho e periquito leva a fama

_____Dia desses fui ao Museu da Língua Portuguesa dar uma olhada na exposição “O Francês no Brasil em todos os sentidos”. Foi simplesmente a cara do que costuma ser exposto por lá: vale mais pela montagem do que por qualquer outro elemento. Queira ou não, interessante.
_____Entre uma informação exposta de maneira estranha e outra, acabei encontrando, em um jogo de luz, a seguinte informação sobre a França Equinocial:



_____“No litoral maranhense os franceses constroem o forte de São Luis, cujo nome é uma homenagem ao rei Luis XIII.”? É verdade que, em 1612, Luis XIII – mesmo sendo um pirralho de pouco mais de 10 anos – era o governante da França. Já que o garoto era o rei do país, é bem provável que fizessem de tudo para louvá-lo. Mesmo assim, ele nunca foi chamado de São Luis!
_____Tá certo, eu não sou ingênuo. Eu sei que a Avenida Salim Farah Maluf, o Complexo Viário Maria Maluf, a Praça Oscar Jorge Maluf e outros mil exemplos não têm esses nomes à toa. É óbvio que, quando governou Sampa, o porco do Sr. Paulo Maluf escolheu esses nomes para propagar o próprio nome, para fazer propaganda de si próprio. Só que, queira ou não, a Avenida Salim Farah Maluf é uma homenagem ao pai de Paulo Maluf e ponto.
_____O forte de São Luis pode até ter sido nomeado assim para dar uma puxada no saco do rei da época, mas é também, sem dúvida, uma homenagem a Luis IX – vulgarmente conhecido como São Luis.
_____Convenhamos, é uma sacanagem histórica. São Luis participou de duas cruzadas, patrocinou artistas e teve uma história tão grande de justiça e fervor religioso que até virou santo. Vão querer que apenas o Luis XIII leve a fama? Gente maldosa.

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P.S.: Para quem tiver fôlego, existe uma pesquisa sobre o santo, feita pelo historiador francês Jacques Le Goff, chamada São Luis – Biografia. Se não me engano, o Luis XIII nem é citado. ;-)

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