_____Dia desses, meus alunos caíram de dar risada quando contei que tenho amigos que já tentaram aprender a falar tanto élfico, quanto linguagem klingon.* Minha namorada, que está comigo faz quase quatro anos e já se acostumou com as minhas nerdices, não se espantou. No último final de semana, entretanto, ela se sentiu obrigada a dar o braço a torcer quanto à minha vida geek.
_____Estávamos sentados em frente ao computador escolhendo quais atividades da Virada Esportiva iríamos participar. Com mais de 24 horas de atividades esportivas gratuitas por toda São Paulo, ficamos completamente abertos a opções e novidades. Procuramos maratonas de dança de salão em um canto, pesquisamos sobre paredes de escalada em outro, pensamos em arvorismo e até em bocha. De repente, olho para uma das atividades da programação e praticamente surto: o Mequinho iria fazer, no domingo, uma simultânea no Parque Trianon.
_____Henrique Costa Mecking, o Mequinho, foi o maior jogador de xadrez que o Brasil já teve. Aos vinte anos tornou-se o primeiro Grande Mestre do país e, em 1978, chegou a ser o terceiro melhor jogador do mundo. Infelizmente, Mequinho teve uma doença rara chamada miastenia grave e quase morreu. Por conta disso, ficou afastado da carreira de enxadrista profissional por muito tempo; faz alguns anos, ele tem tentado voltar à ativa. Hoje, é o quinto colocado nacional no ranking da Federação Internacional de Xadrez.
_____Minha namorada estranhou o programa, mas (depois de um pouco de chantili) aceitou experimentar. Fomos ao Trianon e, para a minha sorte, vagou um lugar. Morto de nervoso, sentei entre os outros dezenove jogadores para enfrentar uma lenda viva do xadrez.
Próxima postagem: A partida – com imagens e comentários.
#####
P.S.: Quem quiser dar uma olhada na Folha de São Paulo de ontem, publicaram uma foto do Mequinho na capa do caderno “Cotidiano”. Por coincidência, a foto foi tirada exatamente quando ele estava jogando comigo e eu apareço na imagem também.
__________
* Se eles aprenderam, eu nem imagino. Não conheço nenhuma palavra das duas línguas e não tenho como julgar. Como já vi em Convenções Trekkers muita gente fingindo que sabia falar klingon para tentar paquerar as garotas (?!?) do local, prefiro ficar reticente.
Quase posso adivinhar o resultado...
ResponderExcluirHá braços!!
TUM DUM PSHH
ResponderExcluirJogar contra o Mequinho? Não sei se isso é o cúmulo da nerdice ou da coragem!!!
ResponderExcluirFiquei curiosa para ver a partida que vocês fizeram!
Minha maior façanha enxadrístia foi jogar uma simultânea contra o Suniê (conto como foi aqui: http://paginadecultura.blogspot.com/2008/03/kaku.html).
ResponderExcluirA história do Mequinho no torneio de candidatos é muito interessante. Ele podia ter chegado a disputar o título mundial se não tropeçasse na própria língua.
Realmente um monstro, chegou a realizações inimagináveis para um país sem nenhuma tradição enxadrística.
Duvido que alguém tenha sequer empatado.
ResponderExcluirOlá Ulisses
ResponderExcluirè bacana ver o Mequinho por cima outra vez. Ele tbm é de Taubaté e morou - não sei mora ainda - muitos anos aqui, inclusive após a doença, e quem conhecia sua história sabe pelo o que ele passou.
Seu retorno foi marcado com um projeto no qual Mequinho lecionava os ensinamentos do xadrez nas escolas municipais. Primeiro criando monitores e depois compartilhando o conhecimento. Infelizmente a administração, eleita em 2004 e releita ano passado, acabou com o projeto. Pena.
abs a todos
[...] Ulisses X Mequinho – Parte II: A partida Sep 27th, 2009 by Ulisses Adirt. O texto procurado encontra-se logo abaixo. Caso o seu gosto seja muito apurado e, portanto, o desejo de ler outros artigos do talentoso autor deste blog torne-se uma necessidade, conheça o restante do Incautos do Ontem clicando aqui. Para receber as novas postagens assim que elas forem publicadas, assine o RSS feed ou deixe o seu e-mail. Volte sempre. #####Powered by WP Greet Box[Parte I – aqui] [...]
ResponderExcluir