21 de julho de 2010

Sabendo pedir

___Voltando do trabalho. 23h45min da noite.
___Assim que viro uma esquina escura, aparece um cara muito maior do que meus reles 1,80m de altura e fala:
___– Oi, amigo. Acabei de sair da prisão. Eu sei que errei, que matar é errado, mas eu estava necessitado. Sabe, não matei por maldade, foi mesmo porque eu precisava. Agora já cumpri minha pena e não quero fazer besteira novamente. Só que eu estou sem grana para voltar para casa...
___Enquanto ele não parava de falar, eu estava semi-paralisado, rosto voltado para cima, olhos alternando entre o rosto do rapaz e seu bíceps maior que o meu crânio, minha boca aberta sem produzir qualquer som. Ele, então, completou o discurso.
___– ... só para que eu não precise mais fazer besteira, só porque não quero mais matar ninguém, será que você pode me ajudar com uns trocados?
___Alguém acha que eu não ajudei?

5 comentários:

  1. Ulysses, eu acho que ele realmente me pareceu usar uma argumentação bastante sólida. Eu mesmo acho que não teria resistido e dado umas esmolas.

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  2. Acho que teria borrado as calças, mas mesmo assim não daria a esmola...

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  3. Eu já sou um esmoler mais fácil. Nem precisa ameaçar tanto.

    Hoje eu passei numa padaria do bairro depois do almoço, pra comprar um picolé. Não tinha. Daí fui no bar.

    Era perto de 13:00 horas.

    Chegou uma guria que deve tere uns trinta anos (sei lá pode ser menos que a bebida envelhece) e perguntou pro cara do balcão: "fulano, eu vim aqui ontem?"

    Ele assentiu com a cabeça. Ela: "O que eu fiz?"

    Ele não respondeu nada.

    Ela perguntou pra dois caras quietos no balcão: "cês viram minha mãe?"

    Ninguém falou nada.

    Ele me viu ali comendo o picolé, e mandou: "cê tem dois reais pra me arrumar?" Eu falei - "já gastei". Ela disse - "Um, então".

    Tirei a carteira e peguei uma moeda. Ela disse "cê vai ter mais um".

    Dei.

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  4. E nasce mais uma modalidade de assalto... :-(

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