18 de julho de 2011

Notícias do Casório

___Mais de uma semana sem publicar nada aqui no Incautos. O último texto foi publicado no dia do jantar familiar que celebraria o meu casamento. Se bobear algum leitor está até pensando: "Ah... Esse Ulisses deve estar em uma interminável e devassa lua-de-mel, com muito sexo, chantili, couro e algemas.". Infelizmente, leitores, não foi exatamente isso. Claro, estou tendo minhas deliciosas núpcias e meus pulsos estão vermelhos; porém, minha demora em postar qualquer coisa tem sido por conta da mudança de casa.
___Deixando as explicações de lado, para quem está curioso para saber do casamento, fica uma sinopse básica.


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___A festa começou meia hora antes do combinado, já que um tio da noiva achou por bem chegar mais cedo. Procurando ser um bom anfitrião, fui recepcioná-lo para, então, ouvir que “Não, não... Não quero entrar. Prefiro ficar vendo o jogo de futebol aqui na portaria.”. Quando eu achei que o tio excêntrico da minha mulher já havia chegado, entra no prédio o segundo, de óculos escuros. Ou melhor, tenta entrar, pois o segundo tio, não percebendo que a porta era de vidro, bateu a cara e caiu no chão.
___Arrumei uma cadeira para o primeiro tio, um saco de gelo para o segundo e um remédio de dor de cabeça para mim. Minha festa começava com augúrios tão bons quanto os de uma peça grega que principia com urubus sendo vistos no céu.
___Apesar disso, no geral o evento foi bastante bom. Boas conversas, gente querida, boas danças. Porém, lá pelo meio, eu entendi os funestos augúrios de tragédia grega. Ser anfitrião é insuportável: você fica correndo para todos os lados, tentando dar atenção a tudo e a todos e obviamente não consegue. Conversa com um casal aqui, corre para perto de uma pessoa que parece deslocada, tira fotos com convidados, evita que aquele gremlin caia na água, mostra onde fica a comida. Voltando aos gregos: igualzinho um tal de Sísifo carregando uma pedra morro acima.
___O melhor de tudo, claro, foi o casar em si. Diga-se de passagem, foi fantástico fazer isso de maneira nada religiosa, sem nenhum padre, rabino, mestre jedi ou pastor. Eu mesmo celebrei minha união com a Marcela. Até perguntei se alguém tinha alguma coisa contra - para falar naquele momento ou se calar para sempre (e fiz isso baixinho, para minha sogra não escutar).


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___Enfim, estou casado. A reforma do meu apartamento não terminou, mas nós já mudamos. Hoje somos um casal feliz, vivendo junto de pedras, cadeiras improvisadas e areia. Se sair água salgada da torneira, vou achar que vivo na praia.


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P.S.: Pobre que sou, não achei que conseguiria, com facilidade, objetos para minha casa. Meus parentes e amigos são uns fofos e me ajudaram bastante. Agradeço muito a todos.
P.P.S.: Vocês leitores também são uns fotos. Falei que eu ainda não havia ganhado panelas e fui presenteado por uma enxurrada de objetos de cozinha. Obrigado mesmo.

5 comentários:

  1. Ei, você esqueceu de falar que DNITzou os brigadeiros que deveriam ser para os convidados e comeu todos, rs

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  2. Trida, que saudades das suas aulas! Depois de ler o texto lembrei de como você sempre começa contando alguma coisa do tipo no começo das aulas. E parabéns pelo casamento, se tivesse conversando comigo antes falaria pra você usar alguém como o Gandalf pra realizar o casamento afinal é absurdo você acreditar em mestres jedis.

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  3. Como todos os seus textos, muito bom!
    Ri MTO, mas MTO mesmo quando li. Primeiro pq tive a honra de ser uma das convidadas e presensiei cada momento que você escreveu. Consigui reviver tudinho, mas rindo muito mais do que no dia! rs.
    E, sua tirada da sogra, mais uma vez, tenho que admitir que foi mto boa!
    Parabéns!
    Temos saudades de VCS!

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