9 de outubro de 2011

Ouvindo (e olhando) o músico

___Coisas que acontecem na vida de um professor.
___Tive um aluno chamado Marco, matemático, que queria muito aprender forró. “Não quero só aprender”, ressaltava o rapaz, “quero dançar com exatidão. Posso saber poucos passos, mas, os que eu souber, quero fazer perfeitamente.”.
___Dedicado e disciplinado, ele não faltava em nenhuma aula, obedecia minhas “lições de casa” e aparecia para dançar nos bailes da academia. Em pouco tempo, Marco começou a dançar direitinho: conduzia bem as damas, executava os passos com exatidão. No entanto, ritmo era o seu fraco. Ele até começava bem, mas qualquer passinho mais elaborado, qualquer pausa na música, o rapaz desandava. Tentei bater palmas, contar o ritmo ao lado dele, ler poemas ritmados, mostrei até como ler uma partitura. Nada vingava perfeitamente.
___Depois de alguns meses de aula, Marco me convidou para o seu aniversário. O plano era festejar em um forró. Chegando lá, logo vi o rapaz dançando com o seu ritmo peculiar. Quando a música acabou, fui cumprimentá-lo. Enquanto conversávamos, entrou o trio que iria tocar, ao vivo, naquela noite. Se eu estivesse em uma banheira, teria gritado “Eureka!”.
___Levei-o para perto do palco e reexpliquei que, no forró, o ideal é marcar as extremidades do passo básico na batida dupla da zabumba. “O zabumbeiro toca duas batidas rápidas, segura fazendo uma pausa e marca uma batida forte.”. Fazendo uma onomatopeia falei “Tum-tum, tum. Tum-tum, tum. Tum-tum, tum.” enquanto imitava o tocador da zabumba. “Olhe! Quando ele faz ‘tum-tum’, nós marcamos para frente ou para trás.”, completei, marcando o passo com os pés e apontando para o músico.


Músicos de forró


___Marco ficou extremamente animado com a descoberta. Tentando seguir o ritmo com o auxílio visual, passou a só dançar com as damas em frente ao palco. Na aula seguinte, para o meu espanto, o seu problema com ritmo já estava completamente sanado. Se eu soubesse que o exercício funcionaria tão bem, teria colocado ele para dançar com uma banda ao vivo antes.


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___Sexta passada, quando cheguei, à noite, em casa, o porteiro me chamou para entregar uma caixa prateada que haviam deixado para mim. Surpreso, recebi e fui tentando descobrir o que era no elevador.
___Tratava-se de um fone de ouvido da Philipsedição especial do Rock in Rio -, enviado pela agência Grudaemmim.


Fones de Ouvido - Philips Rock in Rio


___Gostei do fone. Tem sido ótimo para preparar minhas aulas de dança em casa. O som é ótimo, a flexibilidade é aceitável, a regulagem de cabeça é boa e, o que eu mais gostei, os fones são extremamente macios. É possível utilizá-lo por um bom tempo sem nenhum incomodo.
___Ganhei o fone e fiquei feliz com isso. Mesmo assim, não achei que encaixava nas temáticas do Incautos e, portanto, não iria falar nada. A curiosidade por tê-lo ganhado, entretanto, fez com que eu entrasse no site da Philips. Por lá, tive outra interessante surpresa: uma seção chamada “Obcecados por som” em que é possível ouvir uma música tocada pela Metropole Orchestra. Mais legal ainda, existe a possibilidade de isolar o som de cada músico.


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___Não sei quando terei outro aluno com as dificuldades que o Marco teve, mas aposto que essa brincadeira do “Obcecados por som” pode ser bem útil para quem trabalha com dança. Mesmo sem dançar, é bem interessante. Experimentem.

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