9 de julho de 2013

Você PRECISA do meu produto, sua feia!

___Sempre me impressiona como a indústria da beleza consegue ser agressiva e como ela é deletéria. Recentemente, cruzei com essa propaganda sobre o desodorante Bí-O Clarify, da Garnier:
___Como lucro parece nunca ser o bastante, as empresas se esforçam para criar demandas. Mesmo que seja para o mais inexistente dos mercados. 
___Há 10 anos, axilas escurecidas eram praticamente uma não-questão. Só que, para a indústria dos produtos de beleza, é necessário vender mais desodorantes, cobrar mais pelos já existentes e eternamente – fingir – se renovar. Portanto, novos problemas são buscados. 
___Prestem atenção nas axilas “absurdamente” escurecidas da moça da propaganda, aos 7”. 
Axilas escurecidas?
___É exatamente um caso de não-problema. Se uma moça assim precisa clarear as axilas, é melhor todo mundo amputar os braços. 
___Com uma bizarrice dessas cria-se um mercado consumidor? Sem dúvida. E com isso também se cria uma geração de homens preconceituosos e escrotos que buscam essa beleza irreal, que rejeitam esse “defeito”. E, pior, criam-se mulheres infelizes, insatisfeitas com elas mesmas. 
Muriel - Gisele, de Laerte.
___Como reagir? É preciso ridicularizar ao máximo essas iniciativas, mostrar o tempo todo como isso é imbecil, como esse lixo normalmente é desnecessário. E, mais importante, é necessário não comprar.
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P.S.: Antes que alguém cite a linda campanha da Real Beleza, da Dove, eu tenho a seguinte resposta
P.P.S.: Mantendo-se no tema, vale citar a reação à campanha anti-pelos masculinos da Gillette. E, mais ainda, o ótimo texto da Aline Valek.
P.P.P.S.: Saindo um pouco do tema, linko um texto meu, de 2010, sobre unhas e esmalte


2 comentários:

  1. Realmente valeria citar essa "reação à campanha anti-pelos masculinos"? Eu achei o texto em alguns pontos machista e homofóbico. Mesmo reconhecendo igualmente que o padrão de beleza imposto para homens e mulheres seja um absurdo, as justificativas dadas para isso, no caso dos homens, é que eles tem que ser macho e se mostrar como macho, já que como o texto mesmo diz: "[...] não conheço uma dama que não goste de homem com cara de homem."
    E isso fica ainda mais aparente com o vídeo postado do Away. Pelo jeito passar base, colocar piercing, se depilar é não se mostrar como o macho que o homem deveria ser; que não fazer uma 'tarefa de macho' como carregar peso é não ser o homem da relação.
    Concordo com boa parte do post, já que também não me agrada que as pessoas não gostem de seus corpos como são, fazendo o possível e o impossível para seguir um padrão inventado pela mídia, mas achei que algumas coisas foram desnecessárias.

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    1. Alice, eu concordo plenamente com as suas críticas à reação masculina contra a propaganda da Gilette. Citei como exemplo de reação a uma propaganda recente, mas, exatamente por concordar com as suas críticas, eu apenas citei a existência dela. Logo em seguida, no mesmo parágrafo, indiquei o texto da Aline Valek (que eu ainda adjetivei como ótimo) fazendo já um contraponto à reação masculina.

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