Semana
passada, eu estava caminhando para o trabalho em meio a uma bruta chuva. Meus
sapatos estavam encharcados e meu mal humor me fazia ficar praguejando contra
toda e qualquer coisa. Em uma esquina, passo ao lado de uma barraca.
Barracas,
em que pessoas em situação de rua moram, se tornaram absurdamente frequentes
pelas ruas de São Paulo. É triste, mas, como costuma acontecer em Sampa,
tornaram-se parte do cenário.
Nos poucos segundos que estive ao
lado da barraca, deu para ouvir lá de dentro:
– Ei, para de se mexer!
– É que tem uma goteira em cima
do meu pé...
Continuei meu caminho em direção
ao trabalho me sentindo mal de, alguns segundos antes, estar praguejando. Não
havia nada que eu pudesse fazer naquele momento para ajudar aquelas pessoas que
estavam, em uma barraca furada, no meio da chuva. Pelo menos eu poderia ir para
o trabalho sem reclamar.
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