22 de fevereiro de 2015

Duas bolinhas, uma boca

___Não sou muito fã de vir até aqui só para colocar um vídeo ou uma imagem. Às vezes faço isso, mas prefiro sempre escrever algo, contextualizar. Mesmo assim, o que eu queria hoje é simplesmente compartilhar o vídeo, mostrar como é divertido ver a Isabel Allende, minha cachorra, tentando pegar duas bolinhas ao mesmo tempo


___E, no fim das contas, escrevi umas linhas. :-)

13 de fevereiro de 2015

O Caroço da Cabeça e os Assentos Preferenciais

___Desde que o prefeito Fernando Haddad resolveu aumentar muito o número de ciclovias pela cidade de São Paulo, a mídia (bem sustentada por empresas de automóveis) e os carrodependentes em geral têm chorado como se lhes houvessem arrancado as pernas. Pessoalmente, acho importante refletir: por que as ciclofaixas são necessárias? A resposta é simples: pelo mesmo motivo que os assentos preferenciais são necessários. 


___Se você pensar bem, todo assento é preferencial. Principalmente em um transporte público. É óbvio que uma pessoa sentada, ao perceber que um velhinho subiu no ônibus ou que uma mulher grávida entrou no vagão, deve se levantar e ceder lugar. Infelizmente, isso não acontece o tempo todo. 
___Quem está confortavelmente sentado prefere “não ver” aquela moça segurando o bebê de colo. Exatamente por conta dessa falta de respeito e empatia, tornou-se necessária a criação de assentos preferenciais.* O lugar com uma plaquinha e/ou com uma cor diferente não resolveu o problema, mas ajudou a estimular o cuidado com o próximo. 


___E é aí que entram as ciclovias. Quem está sentado deve oferecer o lugar para uma pessoa idosa; como não se costuma oferecer, torna-se imprescindível a criação de um assento preferencial para estimular o cuidado com o próximo. Quem está no veículo maior, mais potente, que tem mais chance de matar alguém deve** zelar pela segurança dos veículos menores. Entre os veículos menores, que devem ser respeitados nas ruas, estão as bicicletas. Como, normalmente, os motorizados não zelam pela segurança dos ciclistas como deveriam, tornou-se necessária a criação de faixas exclusivas para ciclistas. 
___Portanto, caro motorista, se você e seus companheiros carrocratas respeitassem os ciclistas, nenhuma ciclofaixa seria necessária. E quanto mais rápido os motorizados aprenderem a zelar pelos ciclistas, mais rápido as ciclovias poderão desaparecer. Aí, só vai faltar motorizados e ciclistas aprenderem zelar pelos pedestres. 

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* Por mais fofo que seja imaginar um passado idílico, dizendo “Antigamente, as pessoas cediam lugar. Existia mais respeito.”, vale dizer que as coisas não eram bem assim. Faça um pequeno exercício de História Oral e se surpreenda. 
___A título de curiosidade, vale citar que o município de São Paulo destina assentos preferenciais para idosos em transporte público desde meados da década de 1980. 
** Deve por respeito e por força da lei. Vide o parágrafo segundo, do Artigo 29, do Código Brasileiro de Trânsito. 

2 de fevereiro de 2015

As flores de plástico não morrem


___É clássico, principalmente em estreias, que o público jogue flores no palco em que uma cantora acabou de apresentar um espetáculo. Só que, por vezes, a obra de arte que foi apresentada merecia flores, mas o público não as tinha. Ou o espetáculo e o público eram outros. 
___Dançarinos, às vezes, cultivam alguns costumes diferentes de outros artistas. Como já comentei por aqui, no teatro não se deve desejar boa sorte para um ator. O educado seria desejar um doce “Quebre a perna.”. Para um dançarino, entretanto, esse desejo pode ser um pouco perigoso. Deseja-se, então, o carinhoso “Merda.”. 
___O mesmo acontece com as flores. A não ser que o foco seja uma dança exageradamente estereotipada, não se costuma levar rosas para um salão de baile. 


___O que fazer, então, se alguns dançarinos se apresentarem de maneira tão espetacular e merecerem mais do que simplesmente aplausos? Bem... se quem dança valoriza as pernas, também deve valorizar os pés. Portanto, nada mais natural que a homenagem venha dos sapatos. Ao invés de se jogar flores, é possível jogar sapatos. 
___Deleitem-se com o exemplo dos franceses William e Maeva dançando lindy hop