

Como Você se Masturba? (Desafio de Desconstrução de Tabu)
Eu cresci ouvindo que a masturbação era legal. Meus pais, os professores de saúde e educação sexual, os livros de "sexo para jovens" que minha mãe me dava, eram todos unânimes: masturbação é uma forma saudável das crianças explorarem o próprio corpo, aprenderem a ter prazer e se prepararem para a vida sexual.Apesar disso, toda a minha experiência social demonstra o contrário. Masturbação aparentemente não é legal nem saudável: é um dos últimos e mais poderosos tabus da nossa cultura. Dependendo do ambiente e do momento, as pessoas falam de tudo, discutem sua impotência ou frigidez, falam da sua flatulência, contam anedotas sexuais constrangedoras.... mas ninguém se masturba! Ninguém conta do que houve aquela vez em que se masturbou. Ninguém comenta a punheta que bateu no outro dia. Ninguém troca experiências sobre diferentes métodos de auto-gratificação. Amigos boca-suja que falam tudo, tudo mesmo, sobre sexo e funções corporais, aparentemente nunca ouviram falar em masturbação. Devem achar que se masturbar, ou admitir que se masturbam, é algo emasculante, patético, doentio.
Ué, mas não era pra ser algo saudável e legal que todo mundo faz? Eu, realmente, não entendo nada.
Então, já que o LLL é um espaço pra desnudar prisões e ir contra as convenções, eu pergunto:
Como você se masturba? Com que frequência? Qual foi o seu ápice masturbatório, a época em que mais se masturbou? Quantas vezes em média? Como você aprendeu a se masturbar? Com que idade se masturbou pela primeira vez? Você já usou algum tipo de apetrecho/objeto pra te auxiliar, de KY a pepinos, passando pelo gato da vizinha? Já masturbou outra pessoa? Você pára ou parou de se masturbar quando tem uma vida sexual regular? Qual é a diferença dos seus padrões masturbatórios quando está solteiro e quando está num relacionamento? Qual foi o lugar mais estranho onde já se masturbou? Que tipos de estímulos ou inputs você usa/prefere/precisa? Ou seja, você se masturba pensando em algo, ou precisa/prefere ler uma revista, ver um fime, olhar uma foto, etc, algum input externo? O que você evoca pra se masturbar? Cenas de filmes, cenas que viveu, cenas que você fantasia mas que nunca aconteceram, a imagem que alguém conhecido ou não, o cheiro, o toque ou a voz desa outra pessoa, etc? Você já teve vergonha de se masturbar e tentou parar? Você já foi flagrado se masturbando?Hmmm, esqueci alguma coisa?
Será que vocês encaram o desafio? Sintam-se livres. Respondam todas ou só algumas das perguntas. Respondam outras perguntas que não fiz. Não precisam escrever muito nem revelar tudo, mas que seja verdade o pouco que disserem, senão não tem graça. Caso não se sintam confortáveis, podem fazer comentários anônimos. Se possível, respondam as perguntas em seus blogs com link pra cá. Se preferirem não responder, pelo menos divulguem as perguntas em seu blog e vejamos o que as pessoas respondem.
Daqui a pouco, faço um post. O título será bem explícito, Elogio à Masturbação. Quem não se sentir confortável, que não leia.
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_____A proposta do Liberal-Libertário-Libertino parece mais do que clara. Sendo assim, como acho que ter a chance de ler um texto do Alex Castro como pagamento pela minha intimidade parece um bom preço, vou responder as perguntas aqui no Incautos do ontem e esperar que isso sirva de auxílio a ele para a redação do “Elogio à Masturbação” (Erasmo de Roterdam iria ter uma inveja...).
_____Vamos às perguntas:
- Como você se masturba? Com que freqüência? Na maioria das vezes, costumo me masturbar utilizando, simplesmente, minhas mãos, sem mais nenhum auxílio. Atualmente a freqüência varia de 3 a 4 vezes por semana.
- Qual foi o seu ápice masturbatório, a época em que mais se masturbou? Quantas vezes em média? Meu ápice foi na adolescência (creio que aos 14, 15 anos). Eu costumava me masturbar de duas a três vezes por dia.
- Como você aprendeu a se masturbar? Com que idade se masturbou pela primeira vez? Aprendi a me masturbar sozinho, por volta dos 11, 12 anos... Comecei me tocando e, aos poucos, descobri o que era aquilo que eu fazia. Estudei em um colégio de freiras que faziam questão de deixar claro o quanto isso era errado (até nas aulas de “Educação” Sexual). No começo eu mal conseguia entender direito do que se tratava. Só depois de adquirir certa experiência e ouvir diversas coisas sobre o assunto é que fui entender.
- Você já usou algum tipo de apetrecho/objeto pra te auxiliar, de KY a pepinos, passando pelo gato da vizinha? Já experimentei cremes, luvas e afins. Contudo, prefiro o “cinco contra um” clássico, só uma mão sem mais nada.
- Já masturbou outra pessoa? Já masturbei muitas pessoas. Masturbei todas as minhas namoradas e, se bobear, todos os casos que tive também.
- Você pára ou parou de se masturbar quando tem uma vida sexual regular? Qual é a diferença dos seus padrões masturbatórios quando está solteiro e quando está num relacionamento? Nunca parei de me masturbar por conta de um namoro ou afim. Entretanto, quando estou em algum relacionamento, com uma vida sexual regular, costumo diminuir a freqüência. É bom lembrar que o costume de masturbar um ao outro, surge e torna-se constante.
- Qual foi o lugar mais estranho onde já se masturbou? Hum... muitos... Acho que em uma vídeo-locadora.
- Que tipos de estímulos ou inputs você usa/prefere/precisa? Ou seja, você se masturba pensando em algo, ou precisa/prefere ler uma revista, ver um filme, olhar uma foto, etc, algum input externo? Muito raramente uso fotos, filmes ou afins... Apesar de que, admito, existem certas leituras que me deixam excitado (desde lugares comuns, como Marquês de Sade e Boccacio, até Castro Alves e o aparentemente pudico Machado de Assis).
- O que você evoca pra se masturbar? Cenas de filmes, cenas que viveu, cenas que você fantasia mas que nunca aconteceram, a imagem que alguém conhecido ou não, o cheiro, o toque ou a voz dessa outra pessoa, etc? Costumo lembrar de fatos ocorridos no dia-a-dia, pequenos detalhes de certas pessoas, fantasiar estórias...
- Você já teve vergonha de se masturbar e tentou parar? Como eu disse a pouco, estudei em um colégio religioso que me fez sentir-me um tanto culpado com o fato de me masturbar. Segurei a masturbação por algum tempo aos 13 anos, mas foi apenas uma fase. Logo questionei e voltei à “programação normal”.
- Você já foi flagrado se masturbando? Já... principalmente por membros da minha família na minha fase mais ativa. Sempre foi algo bem constrangedor e raramente discutido.
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_____Minhas respostas estão aí e as perguntas já estão divulgadas para quem mais quiser responder. Agora é só esperar a produção do “Elogio” no LLL e aproveitar. Não deixem de entrar no Liberal-Libertário-Libertino, os textos valem mesmo a pena.
“Mas olha o vale: o rio é não distante
De sangue, onde verás fervendo aquele,
Que violência exerceu no semelhante.
“Ó ira louca, ó ambição, que impele
Na curta vida nossa, ao inferno arrasta
E para sempre nos submerge nele!”. (Dante, Divina
Comédia. Livro I, Canto XII, v. 46-51)
Secretário do Papa pede moderação em sátiras a Bento XVI
(Agência EFE. Yahoo! Notícias. 14/XI/2006)
O secretário pessoal do Papa, Georg Genswein, pediu hoje que sejam interrompidas "imediatamente" as sátiras feitas em alguns meios de comunicação italianos sobre Bento XVI.
"Concordo com a sátira, mas algumas não são inteligentes e ofendem os homens da Igreja. Não são aceitáveis. Espero sinceramente que deixem imediatamente de ser feitas", disse Genswein à agência italiana "AdnKronos".
A figura do Papa e de seu secretário foram motivo de imitações em diversos programas, entre eles na emissora de TV "A7" e na "Viva Rádio 2". As sátiras renderam um duro editorial no jornal da conferência episcopal italiana "Avvenire", publicado na semana passada.
Genswein admitiu que "nunca viu nem verá" esses programas, que "são pouco construtivos", mas soube do fato e quer esquecê-lo, acrescentou.
O Papa não fez nenhuma referência a estas brincadeiras, disse seu secretário. "Um comentário do Santo Padre ou qualquer reação seria realmente muita honra para estas pessoas", acrescentou.
A sala de imprensa do Vaticano também não fez nenhum comentário sobre o caso. "Não acho que tenhamos de dizer nada a respeito", afirmou seu diretor, Federico Lombardi.
Eu acho que ele deveria se esconder mesmo... quem sabe sem aparecer o mundo para de dar risada dele?
_____Ótimo modo de se tratar os adversários. Impressionante. Imagine se a Igreja Católica não é xiita. Ah... caso exista alguma pessoa, como o Papa e seus sequazes, que não entenda nada de piadas, o comentário da frase anterior é uma ironia, OK? Amém!
_____Nem faz muito tempo, em 1966, o papa Paulo VI aboliu o Index dos livros proibidos (apesar de continuar existindo, constantemente, as censuras "não-oficiais" da Igreja). Será que vai demorar muito para que o nazis... quer dizer, o papa Bento XVI anuncie a reativação do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição?
_____No início de 2006, entretanto, algumas charges sobre Maomé foram publicadas (vide
) e acabaram servindo como pretexto para mais conflitos entre muçulmanos e “ocidentais”. Alguns protestos terminaram, inclusive, em derramamento de sangue.
_____O tempo passou e o conflito parece continuar, só que, dessa vez, de maneira mais profícua. A discussão parece estar ocorrendo como um debate intelectual mesmo. Os muçulmanos deram boas respostas com uma exposição no Irã, com a participação de diversos artistas do mundo (destaque, na minha opinião, para o brasileiro Carlos Latuff – autor da primeira charge exposta neste texto).
É possível conferir outras além das poucas que selecionei no endereço http://www.irancartoon.ir/gallery/album48?page=1.
_____O humor judaico, então, foi muito bem usado para rebater a provocação. Alguns israelenses produziram uma exposição de obras auto-depreciativas (que podem ser conferidas
_____Seria maravilhoso se os conflitos fossem, costumeiramente, resolvidos dessa maneira. É sempre muito triste acabar por ver que a solução buscada na maior parte das vezes é a violência ou a censura – como feito pelos católicos, vale lembrar, com a obra abaixo.
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P.S.: O pior é saber que ela em breve vai se candidatar a vereadora e lançar um livro chamado Minha luta.
O pior é que acho que até sei de uma delas que, se votasse, iria escolher o Collor.
_____Nesta sexta-feira (22/IX/06), estréia nos cinemas o filme Asterix e os Vikings com apenas duas cópias legendadas em toda cidade de São Paulo: uma no Espaço Unibanco (ao contrário do que anuncia o guia do jornal O Estado de São Paulo) e outra no Unibanco Arteplex (Shopping Frei Caneca). Sendo assim, não deve ser difícil conseguir ver uma cópia dublada e, como eu já havia anunciado, quem dublou aqui no Brasil foram os seres do Pânico. Veja se pode o inteligente Asterix ser dublado pela besta do Rodrigo Scarpa, o Repórter Vesgo.
_____Christian Petermann, no guia de final de semana da Folha de São Paulo, após tecer alguns comentários sobre o filme, adverte em seu último parágrafo: “O pior, porém, é a opção por integrantes do 'Pânico na TV' para dublar a versão brasileira. O apelo comercial é óbvio, mas discrepante em termos de espírito”. Alex Xavier, do Estado, termina seu artigo dizendo que “Em português, sobrou a dublagem da turma do Pânico. Ainda duvida que querem popularizar o personagem a qualquer custo?” (grifos meus).
_____O pessoal do Pânico já demonstrou que consegue piorar um filme ruim, como fizeram com A terra encantada de Gaya. É uma pena, mas, desta vez, eles vão estragar o clássico de René Goscinny e Albert Uderzo. Se você pegar alguém que gosta de Asterix, Obelix e companhia é garantido que você irá deixar a pessoa bem irritada com a dublagem. Prato cheio para indicar para um inimigo.
P.S.: Se você costuma gostar dos comentários das pedras, leia a postagem “Melhor ser surdo do que ouvir isso” em que eu comentei, pela primeira vez, sobre essa dublagem monstruosa feita pela turma do Pânico.
Vou assinalar a letra "d": Todas as anteriores.
_____Para terminar minha homenagem à morte do glorioso Coronel Ubiratan, vou colocar neste espaço um pequeno trecho de um poema: as três primeiras estrofes, do canto III, do primeiro livro, da Divina Comédia, de Dante Alighieri. São meus mais sinceros desejos para você, Ubiratan.
"Por mim se vai à cidadela ardente,
por mim se vai à sempiterna dor,
por mim se vai à condenada gente.
*
Só justiça moveu o meu autor;
sou obra dos poderes celestiais,
da suma sapiência e primo amor.
*
Antes de mim não foi coisa jamais
criada senão eterna, e, eterna, duro.
Deixai toda esperança, ó vós, que entrais."
(Commedia, Livro I, Canto III, versos 1 a 9 – tradução Cristiano Martins).
P.S.: O pior é que, ao invés de tentar esconder o erro, a Focus Filmes, a produtora brasileira de Asterix e os Vikings, ainda anuncia. Confira o trailer.
P.P.S.: Sabe, depois de pensar um pouco, concluí que Sabrina Sato, Repórter Vesgo, Ceará e companhia poderiam muito bem dublar alguns filmes. Existem muitos filmes do Charlie Chaplin (os mudos, é claro) e, para citar um diretor mais recente, do Kin Ki-Duc (que sabe trabalhar o silêncio como ninguém). Recomendo, mesmo se o bardo Chatotorix, ou coisa pior, for dublar.
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Olhem! Os filmes só poderão ser transmitidos se estiverem dublados. Filmes no original estão proibidos. Imaginem se o Sr. Mourão, proibindo um tipo de exibição, não sente falta da época em que a censura no Brasil era oficial. Que gracinha._____Contudo, tenham calma, continuando a ler o projeto de lei 6741/2006, o deputado justifica o motivo da sua ensandecida atitude.
Se o Sr. Mourão não conseguiu entender minha crítica, posso grava-la em uma fita para que ele possa ouvi-la.
P.S.: Só espero que não escolham a Preta Gil para fazer todas as dublagens se essa lei passar.
P.P.S.: Ainda bem que ele também lembrou de falar do preço dos ingressos para que o cinema seja viável a todos os brasileiros.
P.S.: Não entendeu? Clique aqui ou aqui, faça o download d’Os Sertões, de Euclides da Cunha, e leia! (Pode pular a primeira parte que é um saco).
P.P.S.: Não vai ser ótimo quando a “reportagem local” da Folha pedir a ajuda de algum historiador para não falar muitas bobagens nas suas “notinhas históricas”? Nem tenho coragem de colocar o texto aqui, mas pode olhar se quiser. “Conselheiro... pregava a volta da monarquia.”. Ai, ai...
P.P.P.S.: E eu jurava que o controle era total.
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Fontes: O jornal impresso Folha de São Paulo (parte do texto colocado na internet foi modificado) e o site Domínio Público (ótimo para se fazer bons downloads literários de graça). O fundo da charge é de Rogério Cassimiro/Folha Imagem.
E ainda pagam a equipe de propaganda...
P.S.: Pelo menos é um modo de justificar os freqüentes erros de português do jornal.
P.P.S.: Talvez a equipe de propaganda do JT não consiga ler o Estadão.
P.P.P.S.: Já que o assunto é reclame, vale lembrar de outro comercial: "Dá, dá, dah...".
P.P.P.P.S.: Como disse certa vez a maravilhosa Clarice Lispector, “Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.”. É... vou calar minha boca.
P.S.: Aposto que o Zico teve um torcedor a mais enquanto esteve no torneio.
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Fontes: Uol Esporte e parte de uma montagem que já foi usada aqui feita por Antonio Tabet (Kibe Loco).
"Por direito, Fernando Meirelles devia estar se achando. Desde 2004, quando “Cidade de Deus”, seu filme sobre drogas e durões passado em uma favela do Rio de Janeiro, chegou às telas internacionais, o diretor brasileiro foi coberto de glórias. Com seu filme seguinte, “O jardineiro fiel” (2005), ele acumulou oito indicações ao Oscar e uma estatueta (Rachel Weisz, melhor atriz coadjuvante). E todo mundo sabe qual é a primeira coisa que diretores estrangeiros celebrados fazem quando são escolhidos pelo destino: mudar-se para Hollywood, certo? Não Meirelles. Em vez disso, o ex-diretor publicitário de São Paulo disse não para uma fila de produtores importantes para assumir uma série de antigos projetos pessoais em seu país."
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Fonte: no mínimo.
P.S.: Bem... para uma pessoa que prefere ficar longe do assunto, já falei dele até demais... Superexposição...
P.P.S.: E, já que minha família fica a assistir aos jogos, com a televisão sempre ligada com o som bem alto, vale citar o maravilhoso Tabet:
Meu ouvido não é penico...
P.P.P.S.:
Para terminar, vale mostrar uma ótima tirada do fantástico Glauco.
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Fontes: O blog Kibe Loco e o jornal Folha de São Paulo (20/VI/06).
Depois que eu mandei o Top Cine para o inferno, considero necessário marcar o falecimento do Vitrine. Por mais estranho que o cinema fosse, não se enfrentava filas, as telas eram boas, as cadeiras inteiras e confortáveis, as salas limpas, o som de primeira qualidade e uma programação acima da média (inclusive porque mostras, especiais e afins passavam sempre por lá). Sinto-me obrigado a guardar luto em virtude do fechamento do Cineclube Vitrine. Esse fará muita falta.
P.S.: Que horror, dois cinemas fechando em menos de um mês. Ainda resta esperança para a raça humana?
P.P.S.: Quem quiser ver o filme Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira, pode se identificar um tantinho mais com a morte de alguns cinemas e seus destinos... Divirtam-se.